!!!! Estou até emocionado!
Quem me conhece ou quem acompanha esse blog sabe que eu sou completamente fissurado pela música Sábado que Vem faz mais de duas décadas.
Herdei esse vinil da minha irmã Ana Flavia (ela diz que foi o primeiro disco “adulto” dela!) e ele mora no meu coração (não tinha como ser diferente com Elizângela, ABBA, Lilian e Brenda no lado B, não sei como não furou). É simplesmente maravilhoso. Tem pérolas como isso aqui:

Portanto, a coletânea Fantásticos 79 moldou muito do meu gosto musical. E Sábado que Vem, bom, se você ainda não ouviu, não sabe o que está perdendo…

Que letra, que musicalidade, que vontade de dançar, senhoras e senhores e inbetween!

Só que é muito MUITO ruim você não ter referência alguma sobre algo que gosta tanto.
As únicas pistas que eu tinha eram essas:

A música em si, Sábado que Vem, foi composta por Alessandro, Cury e Lemis segundo o compacto, do qual recentemente encontrei imagens na internet. Alessandro (que só assina assim, sem sobrenome, como a Brenda) e Cury são parceiros prolíficos, já fizeram muita música para muita gente juntos ou com outros parceiros, e é gente tipo Sidney Magal, Leandro e Leonardo, Jerry Adriani. O Cury, aliás, é o Cury Heluy que comentei no episódio 4 da primeira temporada do Quatrilho no meu podcast, que fez O Que Me Importa, dos repertórios de Tim Maia, Adriana e Marisa Monte.
De Lemis não existe rastro.

Por fim, tinha o sotaque dela cantando. Acabaram as pistas. Fuén.

Aí, um belo dia – leia-se hoje – me deparei com essa música da Claudia Telles, da qual gostei pencas:

Curiosinho da Estrela, fui pesquisar quem compôs. E achei…
Don Beto e Brenda.

Don Betto, que hoje assina seu nome com dois tês, é artista bem importante da nossa música apesar de ser uruguaio. Ele é apontado como um dos responsáveis pela nossa guinada pra soul music nos anos 1970 e, por causa disso, acabou virando uma espécie de gênio vivo que era adorado pela turma da gravadora Trama nos anos 2000, participando de shows e gravações deles. Antes, também foi guitarrista da banda do Raul Seixas. Já lançou um álbum, o Nossa Imaginação, em 1978. E adivinha o nome de uma música desse álbum…

Aí eu fui juntando lé com cré, porque algo me dizia que essa Brenda era a Brenda de Sábado Que Vem! O sotaque dela é muito parecido com o dele. Tudo (o crédito da música da Claudia Telles e o Fantásticos 79) aconteceu mais ou menos na mesma época.
Fucei, fucei e… PAH! Brenda é irmã do Don Betto!!!

Eles dois tinham um grupo no Uruguai com mais uma irmã (a Diana), que eu acho que é esse aqui:

Ou esse grupo só apareceu quando eles chegaram todos no Brasil?

Pega no sotaque do coro!
Um desses caras era marido da Diana (mas, que eu saiba, não é mais).

Estou falando "talvez” e “acho” toda hora porque mandei uma mensagem para a Brenda pelo Facebook, mas ela ainda não me respondeu (e nem sei se vai, né?). Segundo o Face, aliás, hoje ela mora na Alemanha.

O disco inteiro de 1978 do Don Betto é MUITO BOM, principalmente Pensando Nela, a última faixa, gravada antes para entrar na trilha da novela Dona Xepa.

Brenda, por sua vez, lançou dois compactos em carreira solo. Um com Sábado que Vem e, do lado B, Quando a Noite Passar, daquele mesmo Alessandro com Gibran, em 1978:

Em 1980, viria mais um compacto, com A Velha Sensação (de Tony Osanah e da própria Brenda) de um lado e Natureza Viva (de Don Betto e Reina) do outro:

Don Betto fez várias músicas com essa Reina nesses anos aí. Será que era o nome artístico da Diana? Não faço ideia, mas é uma possibilidade.

O grande hit segue sendo Sábado que Vem, mas Natureza Viva é boa, viu? Dançante e… eco-consciente! Sério!

Brenda também compôs músicas para outras pessoas, fora a maravilhosa Um Momento Qualquer que mostrei antes. Coisas como Cicatrizes, que Ronnie Von lançou em 1981…

E Alegria no Ar, de 1983, da ROSANA!

É tudo muito bom!

Eu tô tão feliz de ter descoberto tudo isso, vocês nem podem imaginar!

Abaixo, um vídeo bem bacana com Don Betto contando um pouco do começo da história dele:

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