Sim, já quero tatuar mais pokémons ao sair do cinema

As pessoas que estão falando mal de Detetive Pikachu por aí provavelmente estavam esperando por um Cidadão Kane, um Casablanca, algo bem sofisticado e bem pouco a ver com a história dos games, do anime e dos filmes-desenho anteriores.

Como é que alguém tem coragem de falar mal disso?

Como é que alguém tem coragem de falar mal disso?

Pokémon começou como um par de jogos para Game Boy em 1995 - que até hoje é o máximo de jogar. Eles geraram várias espécies de “atualizações”, versões novas do mesmo esquema, que continuam saindo de tempos em tempos. A última, se não estou enganado, foi em 2017.

Mas Pokémon, a franquia, também gerou outros jogos - como é o caso de Detective Pikachu de 2018, inspiração do filme que estreou.

Detective_Pikachu.jpg

O jogo

As pessoas se perguntam como eu tive a manha de tatuar o Pikachu - bom, como vocês tem a manha de NÃO TATUÁ-LO?!

Sem falar dos desenhos, que eu amo muito, e dos filmes-desenhos. <3 Todos eles são mais baseados nesse esquema do jogo original. E o Pokémon Go, que virou uma febre ao juntar game e GPS? Acho gênio - não joguei mais depois da primeira febre mas se eles capricharam em prêmios e achados para cada cidade do mundo deve estar mara!

Então vamos ao filme novo - vou tentar não dar spoilers. Como ele também deve ter essa função de manter a base original de fãs e atualizá-la com novinhos, o longa fica numa situação difícil: precisa agradar gregos e troianos. Sinceramente acho que equilibra bem, não é tão infantil nem muito complicado. Um dos pontos positivos logo de cara é que eles não colocaram um Ash nesse primeiro live-action - seria muito mais arriscado porque as pessoas já têm uma imagem muito bem formada sobre como seria o Ash, um dos personagem principais do anime, portanto precisariam cumprir com a expectativa tanto dele quanto do próprio Pikachu.
Mas e o Pikachu? A outra jogada interessante é que esse é o primeiro Pikachu que fala como um ser humano. Então a imagem que você tinha dele já é quebrada logo de cara! É um Pikachu doidão, viciado em café, quase um Ted (aquele ursinho boca-suja do filme do Mark Wahlberg) porém G-Rated.

Fora o fato dos pokémons que aparecem muito fofos no geral e já valem o valor da entrada (tatuando bubassauros pra já), o filme tem mais algumas coisas que gostei bastante. O primeiro é cidade, que é simplesmente uma cidade dos sonhos: uma mistura de Londres e Tóquio cheia de pokémon. Onde eu entro com o pedido de visto?

Me leva, Pikachu!

Me leva, Pikachu!

E outra coisa é a própria história: ela fala sobre como a gente vê a figura paterna e as responsabilidades de um pai nos dias de hoje. Ainda é meio recente a morte do meu pai, mas acho que teria me tocado de qualquer forma. Como é a sua relação com o seu pai? Como você vê o papel do pai nos dias de hoje?

Ah, e veja legendado, pelamor! Não perca a voz do Ryan Reynolds no Pikachu, você vai se arrepender se assistir dublado! Depois não vá dizer que não avisei!
O Justice Smith, ator principal que já fez The Get Down na Netflix e Jurassic World: Reino Ameaçado é uma graça. Também vale por ele!
(Um defeito: tem só um personagem oriental de peso no filme inteiro. A menos que você considere a Rita Ora meio oriental depois de todos os procedimentos que ela já fez no rosto. Considerando que a origem da franquia é japonesa, achei meio nada a ver.)

Veja o trailer: