Existe a música pop perfeita?

Há mais de um ano, em maio de 2018, matemáticos da Universidade da Califórnia declararam a descoberta de uma fórmula da música pop perfeita estudando 500.000 top 100 singles do Reino Unido entre janeiro de 1985 e julho de 2015 para determinar quais características eram as mais frequentes.

Muita coisa esquisita, né? Um single que entra nas paradas em 80º e não sai disso é material de estudo para descobrir os segredos de um pop perfeito? Se a universidade fica na Califórnia, por que caralhos eles foram olhar para as paradas do Reino Unido?

Segundo a Dra. Natalia Komarova, alguns segredos são:
. Cantora mulher
. Músicas mais felizes - aquela famosa canção para dar um up no domingo ensolarado
. Músicas dançantes, menos "acústicas”
Ela ainda fala, sobre as letras, que por mais que a quantidade de palavras negativas como kill e hate tenha crescido nas últimas 3 décadas, o público segue preferindo músicas alegres. Chora, Lana del Rey.

Eles ainda afirmam que esse algoritmo descoberto pode prever hits com uma eficácia de 86%.
Bom… De lá para cá, quem chegou ao topo da Billboard na parada de streaming?
Er…

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Entre maio e junho, o número 1 na parada de streaming da Billboard foi ocupado por Childish Gambino e sua inteligente e franca This is America. Quando XXXTentacion morreu, sua música Sad! substituiu This is America por duas semanas. Ela foi seguida por músicas do Drake. Ainda tivemos Eminem, Kanye West, Lil Wayne… O fim do ano foi dominado finalmente por uma mulher: Ariana Grande com Thank U Next.

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Não diria que Thank U Next é necessariamente feliz, e vocês? Mas sim, é uma letra que reconhece a importância do passado, do aprendizado com cada relacionamento… Afff não acredito que estou analisando a letra de Thank U Next a esse ponto! kkkkkkk

Em 2019, tivemos Halsey com Without Me, a mesma Ariana com 7 Rings inspirada no standart My Favourite Things, Lady Gaga e Bradley Cooper com Shallow, Lizzo com Truth Hurts, Billie Eilish com Bad Guy, Jonas Brothers com Sucker mas quem dominou mesmo foi Lil Nas X com Old Town Road.
A música de Lil Nas X é feliz? Não sei dizer, mas é de festa, é meio revoltinha adolescente, quebrou o recorde anterior de semanas no topo do Hot 100 da Billboard que já foi de Mariah Carey com Boyz II Men (a One Sweet Day, que não é exatamente dançante) e de Luis Fonsi + Daddy Yankee + Justin Bieber (o onipresente spaninglish Despacito, que aprimorou o nosso vocabulário de espanhol ao lado das letras da Shakira, do RBD e de Alejandro Sanz).

Considero Old Town Road, One Sweet Day e Despacito bem diferentes entre si, todas com seus diferenciais maravilhosos. A Old Town Road original dura menos de dois minutos e agora a gente sabe que seu autor é gay, puxa um estilo que vem sendo chamado de country trap (!?), é carismático (basta ver suas redes sociais) e surgiu de redes sociais de Gen Z. Não subestimem o novo candidato a rei do pop, viu?
One Sweet Day é da ultimate diva Mariah Carey com Boyz II Men, portanto mistura certa latinidade possível para a época (1995) com o R&B que estava bombando. Mariah já era veterana. O eterno hit de todo fim de ano All I Want for Christmas is You havia sido lançado um pouco antes, no fim de 1994. E One Sweet Day é uma música de luto, quase um gospel sem sê-lo. Babado.
Despacito, bem… São dois latinos de verdade que falam espanhol de verdade com o principezinho que surgiu do YouTube. Sem Despacito talvez Anitta não teria conquistado esse espaço internacional que vem conquistando. Virou uma gíria que uniu o mundo: se você falasse despacito no fim de 2017 para um canadense, ele ia saber do que você estava falando. Claro que existiram diversos outros artistas latinos para que todo esse sucesso de Despacito fosse possível.
E é tudo música pop. Perfeitas, sim.

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Existe entre os gays o mito do pop perfection.
Eles dizem: Born This Way por Lady Gaga? Pop perfection!
Emotion da Carly Rae Jepsen? Pop perfection!
Blackout da Britney Spears? Pop perfection!
(acontece que eles costumam dizer que coisas são pop perfection sem muito critério; brigam entre si por causa disso; "tudo é histórico e nada mais importa além da minha opinião")

Essa é a propaganda do jogo Pop Up Perfection

Essa é a propaganda do jogo Pop Up Perfection

Mas essa história de perfeição pop sempre nos leva aos Beatles. Ou não. Sei lá, para mim leva!

São várias as músicas deles que para mim se encaixam no que a gente imagina que é pop perfection. Além dessa acima, tem Something, She Loves You, Help, Hey Jude (que eu acho um saco mas enfim)… Lista interminável.
Mas o que Lennon e McCartney consideram pop perfection?
John Lennon e também Pete Townshend (do The Who) já declararam que essa era a música pop perfeita:

Dançante?
Feliz?
Bom, tem vozes femininas.

No caso de Paul, ele já disse que sua música dos Beatles favorita é Here, There and Everywhere.

Mas a sua música favorita de todos os tempos é de outra banda contemporânea dos Beatles. Essa aqui:

E para mim Paul está certo: God Only Knows é total pop perfection.

Mas essas coisas variam. Para a gente, para a ocasião. Tem músicas que eu acho perfeitérrimas e não fazem tanto sucesso - então talvez precisemos rever essa ligação que a gente faz entre paradas e sucesso com a perfeição do pop. É relativo, provavelmente. Depende da sociedade, do momento histórico, das referências culturais em alta.
E falando em God Only Knows, reouvi uma música recentemente que cita essa e que eu acho uma delícia apesar de pouca gente conhecer.

Sabe o Ludov? Antes eles eram os Maybees e a Vanessa Krongold cantava em inglês. Se escreve Maybees mesmo, mas no Spotify estão como The May Bees.

Hum, acho que isso é assunto para outro post.

As mais tristes para dançar

O país do samba sabe disso faz tempo. Foi a minha amiga Verônica Veloso, há muito tempo, que chamou a minha atenção para como as letras dos sambas podem ser tristes e essa coisa de cantar e dançar exaltado sobre esses temas pode ter um efeito de exorcizar as dores do coração. Nelson Cavaquinho e coisas como A Flor e o Espinho e Folhas Secas; algumas do Cartola; Lupicínio Rodrigues e sua eterna dor de cotovelo; coisas emblemáticas como Triste Sambista do repertório de Carmen Miranda e Tristeza Pé no Chão de Clara Nunes.

Mas não é só na música nacional que existe essa tendência à sofrência, a gente sabe. E pensando nas lágrimas que podem cair na pista de dança e na Robyn que virou figura aclamada depois de Dancing on My Own de 2010, uma das mais lindas músicas pop para dançar já feitas, decidi fazer uma lista de Crying at the Discoteque. Lembrando que a original Crying at the Discoteque do grupo sueco Alcazar, de 2000, é uma falsa música de sofrência sob estrobos porque as lágrimas, nesse caso, são de alegria segundo a letra.
Tsc, tsc, tudo para ser um clássico. E até foi, durante uns episódios de Queer As Folk, aquele seriado gay que envelheceu mal pela falta de diversidade assim como quase todos os seriados gays que existiram até hoje.

Então, com vocês, a lista Crying at the Discoteque sem a música Crying at the Discoteque!
(Recebi a colaboração luxuosa d’Os Princesa Bia Bonduki e Ana Laura Mello, do Daniel Beoni, da Flávia Akemi e do Pedro Nere. Não incluí praticamente coisa alguma do que eles sugeriram mas obrigado mesmo assim kkkkkkkkKKKKKKK)

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#1: No More Tears on The Dancefloor (2011) - Anders I Fahrenkrog

É ruim demais e por isso que é bom. Sabe o hit 99 Red Balloons da Nena? Foi escrito e produzido por Uwe Fahrenkrog-Petersen, uma das metades da dupla. A outra é Thomas Anders, que faz parte do Modern Talking, dupla alemã bem eletropop anos 1980. Aquele popzinho nojento guilty pleasure que a gente AMA.

#2: I'm a Ruin (2015) - Marina Diamandis

"I'll ruin, yeah, I'll ruin you (I'll ruin you)
I've been doing things I shouldn't do (Things I shouldn't do)”

É aquela música de chorar de arrependimento na pista. Com direito a um dos melhores vocalises do pop: ye-yeah, ah-ah-hah, uh-uh-uh, ih-yeah! Se você conseguir fazer tudo afinadinho, parabéns pela extensão vocal.

#3: You Haven't Seen the Last of Me (Dave Audé Mix) (2010) - Cher

Esse é apenas o primeiro bate-cabelo da sofrência bem performance drag e não chora não que vai ter mais.

Essa é para ouvir no momento de fim da tristeza, bye bye, não precisa voltar - você está quase recuperado e só precisa de um empurrãozinho na pista. There will be no fade out, this is not the end! Arrasa, bi!
(E o clipe não é oficial, foi feito por fãs! Que luxo!)

#4: Your Type (2015) - Carly Ray Jepsen

Não poderia faltar a melhor aluna da Robyn: Carly Rae Jepsen, a verdadeira atual princesa do pop no coração dos iniciados. "I bet she acts so perfectly / You probably eat up every word she says / And if you ever think of me / I bet I'm just a flicker in your head” - eita, amiga, tá na pior, né… Fico triste não porque me reconheço, mas porque ela se humilha demais pelo boy, credo.

#5: Dancing on My Own (2010) - Robyn

Um clássico e uma ótima dobradinha com a anterior. Será que essa música algum dia vai envelhecer? Sim, porque ela já tem 19 aninhos! Acredita? Quando toca todo mundo corre para a pista, ainda. Quando ela diz “I'm not the girl you're taking home", a gente sente o impacto real oficial.W

#6: It's Not Right But It's Okay (Thunderpuss Remix) (1999) - Whitney Houston

Não sei vocês mas provavelmente essa foi uma das músicas que eu mais dancei na vida. É sério! Daquelas músicas para cantar em plenos pulmões quando você acha que ele está te traindo, a I Will Survive da minha geração. E sim, era essa versão remix, de 9 minutos e pouco. Thunderpuss fez Whitney voltar ao topo, coisa que ela não tinha mais conseguido desde a trilha do filme The Bodyguard. Virou um hino gay onipresente! Confira nesse link o próprio Thunderpuss contando como foi que esse job dos sonhos parou em suas mãos.

#7: Everything is Embarrassing (2013) - Sky Ferreira

Amo a batida e a letra dessa música. É para dançar pensando naquele boy que te desprezou, você sente uma raivinha mas no fundo rola uma esperança. “Telling me that basically you're not looking out for me” - afffeee, eu sei, mas peraí, xô tentar uma coisinha… E é daquelas para dançar com emoção. Aqueles passos que você criaria se fosse coreógrafo de jazz contemporâneo - eu sei que você já quis ser coreógrafo de jazz contemporâneo. E eu sei porque todo mundo já quis…

#8: Dance in the Dark (2009) - Lady Gaga

“Baby loves to dance in the dark / 'Cause when he's lookin' she falls apart" - essa música é linda e acho que ainda não deram o devido valor para ela. Fala do poder que a pista de dança te dá, mesmo que você esteja se sentindo ou se sinta no geral um lixo, para ser a pessoa mais poderosa e brilhante do mundo. Ninguém precisa saber, ninguém precisa ver. Find your freedom in the music!

#9: I Wish We Were Leaving (2014) - Bright Light Bright Light feat Elton John

Além da participação de Elton John, o que já é bem exótico, essa música tem um cheirinho de God Only Knows do The Beach Boys em uma parte-chave da melodia. God Only Knows é uma das músicas mais lindas da música pop - e não sou só eu que acho, o Sir Paul McCartney já disse que ela era the greatest song ever written. Uau! Como God Only Knows não é exatamente voltada para a pista, a gente fica com essa, que também tem uma letra tocante: "And one day you'll make somebody so happy / But it won't be me". Ave. Para dançar com um lencinho Kleenex.

#10: Wings (2014) - HAERTS

A letra não é necessariamente tão triste, mas a voz da vocalista Nini Fabi é tão tristonha que para mim a música acaba tendo uma carga emocional maior.
Mas OK, a letra é meio triste sim: “People never smile to say goodbye / Leaving means there's nothing left to try / But I broke my wings for you / I smiled as you untied our love for good".
Wings aparece com destaque em momento crucial do filme Com Amor, Simon. Achei esse longa um tanto white boy problem, um tanto heteronormativo, mas muita gente achou fofo portanto eis aí a musiquinha dele.

#11: Crying on the Dance Floor (2017) - RuPaul

Uma drag music por uma drag queen. Essa é para você que está chorando mas não quer chorar: "You won't see me crying on the dance floor!” E fica repetindo isso até acreditar!

#12: My All (Morales "My” Club Mix) (1999) - Mariah Carey

Just one more night - essa é para você que está se rastejando pelo boy. Eu hein. Tudo bem, ouve aí mas depois se valoriza e volta para a da Whitney que está mais para cima. E engole esse choro!

#13: Nobody's Supposed to be Here (Dance Mix) (1998) - Deborah Cox

A sequência da boate era essa, então achei de bom tom fazer a progressão aqui também: My All da Mariah e depois a fodona Deborah Cox botando o pé na porta com Nobody's Supposed to Be Here. “How did you get here? Nobody's supposed to be here!!!” Para gritar junto, principalmente na hora do no-no-no-no-no-no-no-UUUUUU!

#14: Crying for No Reason (2014) - Katy B

O começo é meio parado - aguarde um minuto e pouco para as batidas aparecerem. A letra é esquisita: ela diz que está chorando sem motivo, mas ao mesmo tempo conta que escondeu e enterrou todos os problemas dela e agora eles vieram à tona. E ela ainda pede perdão… Então está chorando por alguma razão sim, amore! Ou várias. Enfim, se você se identificar com alguém que não sabe se expressar direito, chore com essa.

#14: Don't Leave me This Way (1986) - The Communards feat Sarah Jane Morris

Essa música tem uma história longa: ela começou como um R&B do Harold Melvin & The Blue Notes feat Teddy Pendergrass em 1975. Já tinha bastante suíngue. Aí, em 1976, ela ressurgiu. Inicialmente seria do repertório da Diana Ross mas acabou nas mãos, ou melhor, no gogó de Thelma Houston (que não é parente de Whitney Houston). Se a primeira versão fez sucesso, a segunda, de pegada disco, virou um sucesso internacional. Uma década depois o incrível Jimmy Somerville e seu companheiro de banda Richard Coles nos agraciava com a versão do Communards, que ainda trazia um feat com Sarah Jane Morris, cantora da escola do jazz.
Essa música virou um símbolo da luta contra a Aids, tanto na versão de Thelma quanto na do Communards. Tanto Somerville quanto Coles são abertamente gays e viram sua comunidade sofrer com a doença.

#15: Always on My Mind (1988) - Pet Shop Boys

Para mim essa é a música mais linda da lista inteira. Para quem se arrependeu e quer voltar. Chora, baby - a versão do Pet Shop Boys já foi considerada em artigo do The Telegraph em 2004 um dos melhores covers jamais cometidos. Assim como a música anterior dessa lista!

Abaixo, a playlist no Spotify ;) Chora não, coleguinha!

Você teria um minuto para ouvir a palavra de Carly Rae Jepsen?

Se você parou em Call me Maybe você não sabe o que está perdendo.

A cantora que apareceu na quinta edição do Canadian Idol em 2007 e estourou cinco anos depois com esse hit prometia ser isso mesmo: aquela velha história do one hit wonder. Só que algo aconteceu. A minha teoria é que Carly Rae Jepsen ouviu Body Talk da Robyn e pensou “puxa, se uma sueca pode eu que sou canadense também posso”.
E a minha teoria provavelmente está certa porque existe um artigo do Pitchfork que fala sobre isso:

One of Robyn’s acolytes this decade, Carly Rae Jepsen, says the singer is among her favorite pop artists ever. “She has created such a unique sound that is so specifically Robyn,” Jepsen explains over the phone. “It’s this little world that she has tapped into, and no one else can really do it. It’s a fantastical place, and empowering, and it makes you feel like tonight is the only night that ever was or ever will be.”
— Trecho de artigo do Pitchfork

O artigo segue falando sobre como Carly ouviu Dancing on my Own e a partir disso criou uma bíblia do pop contemporâneo para iniciados, Emotion, em 2015.

Emotion é tão pop perfection que gerou um outro álbum de 8 faixas, quase tão bom quanto, só com sobras!

Aí em 2017 ela ainda lança Cut to the Feeling, que é mais um pop mara! Fez o circuito dos festivais e tudo e tal - nesse momento ela tinha virado de promessa do pop para algo diferente, que surpreendentemente não faz tanto sucesso assim mas que o povo alternativo (que eu adoro chamar de ALTERNAS, foi o meu amigo Gabriel Brito que me ensinou rsrsrsrs) virou fã.

“Quero cortar pro sentimento, more!” - Fonte da foto: The Ringer

“Quero cortar pro sentimento, more!” - Fonte da foto: The Ringer

Aí a gente começa a pensar: bem, agora chega, né, já deu a fase áurea da Carly Rae, o próximo álbum provavelmente vai ser uma bomba ácida.
Mas as primeiras músicas vieram e foram meio que boas. E agora ela lançou o tal sucessor de Emotion, chamado Dedicated.

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Novo testamento?

Amei a calça, Carly!

Se Emotion combina um ar retrô de leve com um pop mais contemporâneo, achei que Dedicated é ainda mais vintage: tem momentos meio Madonna dos anos 1980-90, toquezinhos de Olivia Newton-John, aquele clima de música que estaria num momento incrível do seu filme preferido de John Hughes. (Não sabe quem é John Hughes? Então vai fazer a sua lição de casa no Google!)

Isso é uma impressão baseada nas primeiras audições. É bom para ouvir indo para o trabalho, para dar um up? Sim, sem dúvida! Dá vontade de dar uma dançada, de cantar junto. É Bíblia que nem o Emotion? Acho que não mas pode ser que cresça em mais algumas ouvidas.

Anyway, ouça:

Obs.: aliás, falando em sequência de pop perfection, e o novo da Marina, hein? Que bobagem, passa em branco fácil. Triste porque Froot é uma das coisas mais deliciosas que esse milênio já nos deu. Enfim.

Obs. 2: para quem nasceu ontem, existiu no Brasil em 2001 um álbum de uma cantora pop que estourou, um estouro enorme tal qual Call me Maybe, e que também agradou os alternas. Um caso único da princesa do funk: Kelly Key. O disco homônimo de estreia, de Baba, Só Quero Ficar, Escondido e outros mimos, é uma pérola. Confesso que de ano em ano, pelo menos, ouço uma vez ou outra para relembrar. Kelly: seguimos esperando o seu Emotion. Analista é hit a ser redescoberto, Barbie Girl not so much, mas estamos longe do seu novo tesouro. Cadê, bebê?