Os dois únicos momentos do Facebook dessa semana que me fizeram pensar: talvez valha a pena ter Facebook

Spoiler: mesmo assim não vale a pena, mas tudo bem.

Esse daqui na verdade quem me mostrou foi o meu marido. Trata-se da página Peppa Pig album covers.

Peppa Ocean

Peppa Ocean

Peppärk

Peppärk

Peppa Peigish

Peppa Peigish

Peppa Pig lançou um álbum recentemente. Sim, a porquinha Peppa Pig lançou um álbum de música. É esse aqui:

Eu sinceramente não achei a piada tão boa, mas parece que muitas gays acharam. As playlists das rádios do Spotify baseadas em artistas funcionam na base do algoritmo: elas juntam coisas que as pessoas que ouvem aquele artista gostam. Pela lógica, a playlist da rádio da Peppa seria bem infantil. Mas o que aconteceu foi isso:

Ai, ai, as gays.
Aí, como o primeiro álbum de Peppa Pig fez muito sucesso, e ele se chama My First Album, a página Peppa Pig album covers que eu citei acima faz piadas sobre o assunto:

Rainha do rap. Você prefere a Drakke Pig ou a Peppye West?

Na verdade já faz tempo que Peppa tem sido usada em memes. Tem uma cena em que ela mostra uma musiquinha no rádio e…

E o clássico:

O que levou a coisas do tipo:

via MEME

E o fervo sobre a Peppa é tão forte que existem roupas falsificadas que misturam sua imagem a marcas conhecidas. Objeto de desejo SIM:

Quem diria que um desenho que todo mundo achava bizarro porque parecia um pinto ia virar uma coisa, er, fashion?

A segunda coisa que eu vi no Facebook esses dias é isso:

É o Tchangeman!

Beijos!

Fluvia Lacerda, o Brasil não te merece

Ela é brasileira e reconhecidamente uma das mais famosas modelos do segmento plus size do mundo. No entanto, parece que o Brasil não se importa tanto com isso. Fluvia Lacerda só foi desfilar no SPFW em 2017, diga-se de passagem num desfile muito legal de moda praia do Ronaldo Fraga.

fluvia-lacerda-ronaldo-fraga.jpg

Que porra é essa que nem com a obrigação de ter mais diversidade a moda brasileira toma vergonha?

As coisas parecem - digo parecem porque apenas parecem, não há certezas - estar mudando: a campanha nova da Arezzo de verão 2020 traz Fluvia e mais outras mulheres (todas as outras magras) clicadas por Nicole Heiniger em Alagoas. Não vou bater palma para a marca porque ela não faz mais que a obrigação, né?

fluvia-lacerda-arezzo.jpg

Agora esperamos ansiosamente que outras marcas convidem Fluvia para jobs.
É simplesmente bizarro que ela não esteja em vários desfiles, em vários editoriais, em várias capas.

A moda brasileira foi forçada a ficar mais diversa no que diz respeito à raça e melhorou, mas ainda não alcançou a diversidade ideal nem nesse quesito. Já em diversidade de corpos, de idades, de personalidades… Vai longe, viu? Muito longe. E sinceramente estou com bastante preguiça de continuar esperando - por isso eu, e acredito que muitas outras pessoas, já desistiram de acompanhar sempre. É a vida.
Fluvia faz parte do programa Beleza GG, que não sei se segue no ar no canal E!. E eu já vi de perto: ela é linda.

Finalmente um pop sueco... em sueco

O que tem na água da Suécia? É sério, pensa bem: algumas das maiores pérolas pop vieram de lá. Começando pelos reis, claro…

#1: ABBA

John Lennon chegou a declarar que S.O.S. era uma das músicas pop preferidas dele. Imagina uma versão de Lennon? Babado! Agnetha, Björn, Benny e Frida (cujo verdadeiro nome é Anni-Frid, por isso ABBA) se uniram em 1972 e fizeram um sucesso retumbante até 1982, quando o grupo acabou. É engraçado porque a gente liga muito o ABBA aos anos 1980 mas eles bombaram mesmo nos anos 1970, né?
Qual era a sua preferida? A minha era a Frida!

#2: Roxette

O único defeito desse clipe: Marie Fredriksson, o par de Per Gessle no Roxette, está usando um bolerinho. Eu ODEIO bolerinhos (e spencers, como já abri aqui antes). Engraçado que o disco de onde saiu esse single, o Look Sharp! de 1988, começa com The Look e a segunda música é Dressed for Success. Que fashionistas! Foi o álbum que estourou no resto do mundo - o primeiro deles, Pearls of Passion (1986), foi lançado só na Suécia na época.
(Isso me lembra que quando eu era pequeno achava que a música dizia “I'm gonna get dressed / for some sex”, e pensava comigo “ué, mas sexo não é melhor fazer sem roupa?” e em seguida “ah, talvez ela queira usar uma roupa bem sexy para conquistar um rapaz")

#3: Ace of Base

Um das minhas histórias bizarras preferidas da história do pop é a que dá conta que o Ace of Base seria neonazi. Gosto não porque simpatizo #antifaantinaziforever mas porque é bizarro e ao mesmo tempo faz muito sentido, é só ouvir a letra de Happy Nation. Assusta porque era a trilha da minha adolescência. Existem vários artigos que partem do fato concreto de um dos integrantes, o Ulf Ekberg, ter um passado neonazi. Esse do Cracked talvez seja um dos mais, er, completos? Risos. Acho que tem um ar meio teoria da conspiração nessa história toda. Aliás, você sabia que tem um filme novo com o ator que fez o Billy Elliot no cinema (Jamie Bell) para sair, e ele interpreta um cara que quer deixar o passado neonazi para trás? A diferença é que o personagem se tatuou um tanto… inclusive na cara.
(ATUALIZAÇÃO 13/08: a minha editora Bia Bonduki me revelou que a história do filme, que se chama Skin, é REAL. #passada)
A minha preferida do Ace of Base é The Sign, e a minha cantora preferida é a ruiva, Jenny Berggren - talvez porque eu gostava mais da ruiva Frida no ABBA, ao qual a formação da banda com dois homens e duas mulheres se refere. Ou será que eu gostei mais da Jenny primeiro e consequentemente também acabei gostando mais da Frida? Não sei. Ah, e para quem não sabe, fora o Ulf os integrantes eram todos irmãos: Jenny, a loira Linn Berggren e o loiro do cabelo jogadinho Jonas Berggren. Em teoria o grupo existe até hoje, mas só com Jonas e Ulf: Linn abandonou a carreira artística e Jenny tem uma carreira solo.

#4: Cardigans

Não considero Cardigans exatamente pop sueco porque acho a sonoridade mais sofisticada mas talvez seja só coisa da minha cabeça. Todo mundo AMA Lovefool (ou odeia? enfim) mas eu gosto de Cardigans desde o álbum anterior, Life (1995), de onde vem essa música Carnival acima (e fazia parte do gay & indie starter pack lá por 1999 junto com as melhores de Brigitte Bardot - é sério). E acho que mais do que a banda, sempre curti a cantora, Nina Persson, e acompanhei o começo do seu projeto paralelo A Camp - ouvi muito a versão dela de The Bluest Eyes in Texas, que estava na trilha de Boys Don't Cry (1999).

#5: Robyn

Não tem jeito: aqui nesse blog se venera Robyn. E se você não gosta, pode sair. Aliás, quem pode não gostar de Robyn? Apenas pessoas de coração ruim. Decidi escolher uma do disco novo Honey, mas tem tantos clássicos. Such * clap * a * clap * pop * clap * perfection * clap!

#6: Icona Pop

Primeiro: Icona Pop é uma dupla. Segundo: sim, elas têm outras músicas, mas realmente nenhuma chega perto do supersucesso de I Love It. Elas seguem em atividade, porém, e um novo álbum deve sair em breve. Quem sabe um segundo grande hit vem e elas deixam de ser one hit wonder? A ver.

#7: Tove Lo

Sinceramente? Não é muito do meu gosto, não. Mas taí. Ah, e ela vem para o Popload, né?

#8: Lykke Li

Vocês acham que Lykke Li faz pop sueco? Ela é sueca. Ela faz pop. Mas sei lá, me parece mais… adulto? A minha preferida dela segue sendo I Follow Rivers de 2011, mas confesso que também não me aprofundei muito nas coisas que ela vem fazendo agora.

#9: Neneh Cherry

Você sabia disso?! Neneh Cherry é sueca, tão sueca quanto a H&M! (ah, sim, para quem não sabe, a H&M também é sueca)
Seu padrasto, Don Cherry, é um músico de jazz americano bem bom. E Eagle Eye Cherry é seu meio irmão, filho de Don com sua mãe Monika Karlsson. Ah, e seu pai, Ahmadu Jah, também era músico!
Amava e amo demais Buffalo Stance, o primeiro hit de Neneh, de 1988. Ela continuou apresentando a música no palco mesmo quando estava grávida de 7 meses. Dizem que um repórter chegou nela e perguntou se era seguro ela ficar se apresentando grávida e ela respondeu: "Sim, é claro! Não é uma doença.” Yeah, you go, girl!

Mas tem mais alguém

Quem é o maior sucesso do pop sueco de todos os tempos? É o ABBA mesmo? É a Robyn? É o Ace of Base?
Para falar a verdade, acho que é um cara que não está na frente dos holofotes e sim por trás da mesa de som. Ele atende por Max Martin.

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Martin tem mais 20 músicas que já alcançaram o número 1 da Billboard. Você já cantarolou algo dele - segue uma playlist impressionante de músicas que ele já escreveu ou co-escreveu (e a maioria ele produziu ou co-produziu):

Drama, né?
O que tem na água da Suécia, afinal?
No caso de Martin, seu principal mentor no começo da carreira foi Denniz PoP, o nome por trás de sucessos de muita gente incluindo, adivinha… Ace of Base! All That She Wants e The Sign, por exemplo. Um dos primeiros créditos de produção de Martin é Beautiful Life, último hit do quarteto. Não é exatamente brilhante mas dá para o gasto, uma espécie de ponte entre o eurodance da época e o pop da virada entre os anos 1990 e 2000.

(E o disco chama The Bridge. Ponte, the bridge… hein, hein, sacou?)

Mas OK, voltando ao assunto: o que raios tem na água da Suécia?!
Suposições:
. A língua. A primeira língua dos suecos não é o inglês - existe mais uma preocupação em soar bem e fácil do que fazer sentido. Isso torna a letra mais clara, inclusive para outras pessoas que também não têm o inglês como primeira língua.
. USA lovers. Ao mesmo tempo, eles amam a cultura norte-americana, a maioria da população fala inglês. É comum que a música pop produzida por lá seja em inglês - porque eles gostam mesmo, não é só uma ambição pelo mercado internacional.
. Estudo. Eles têm estudo. É relativamente mais fácil estudar música lá. E todo o resto.
. Informática democrática. Tem banda larga. Tem fácil acesso a computador. Disso para fazer música no computador…

Quem pode furar o cerco?

A mulher que talvez finalmente faça sucesso no pop fora da Suécia e cantando sueco é Veronica Maggio.

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Parece familiar?

Ah, eu sei de onde

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Ela parece com a Sheila Friedhofer

Daquele grupo de atrizes humoristas As Olívias

(sei disso e lembro disso porque conheço a Sheila da primeira faculdade que eu fiz! kkkkk)
(elas se parecem demais, tipo irmãs perdidas, trocadas na maternidade, é badado)

Bom, a Veronica tem 5 álbuns. "5 álbuns, não virou um sucesso e você ainda tem esperanças, Wakabara?” Tenho sim, porque ela é boa, saca só:

Tô falando.
E gosto dessa coisa meio resistência dela de "não vou cantar em inglês e ser mais uma, não".
Desencana de entender o que ela está falando e ouve tudo. É ótimo.
Ah, antes de eu ir - seria injusto dizer que não havia música pop sueca em sueco antes de Veronica. Tinha e muita; tem e muita. Segue uma playlist para provar:

Pattie Boyd: a Taylor Swift ao contrário

Já faz um pouco mais de um ano que isso aconteceu:

pattie-boyd-taylor-swift.jpg

Pattie Boyd & Taylor Swift

para a Harper's Bazaar

Um choque, né? Elas são muito parecidas.

É bem esquisito - mas tudo bem, a ideia era caracterizar Taylor de Pattie mesmo! E ela entrevistou-a para a revista

É bem esquisito - mas tudo bem, a ideia era caracterizar Taylor de Pattie mesmo! E ela entrevistou-a para a revista

Mas enquanto Taylor Swift é aquela que faz música para os outros, Pattie Boyd era aquela que inspirava músicas. A modelo inglesa que hoje tem 75 anos foi uma das que bombaram na onda do Swinging London dos anos 1960 ao lado de Jean Shrimpton e Twiggy. E em 1966 ela casaria com George Harrison, que na época estava no auge dos Beatles! Imagina?
Só um tempinho depois, George começou a se envolver com a religiosidade hindu. Tanto que gravou Hare Krishna com uma superbanda da qual participaram Paul e Linda McCartney em 1969.

George foi se entregando cada vez mais para a vida espiritual, e Pattie, apesar de ter tido simpatia com o lance no começo e ter ido com George para a Índia, não deu conta. Ela começou a sair com Eric Clapton, que já era bem amigo de George. Pois é. Mas diz que ela até não queria no começo, foi Eric quem insistiu. Finalmente, em 1977, Harrison e Boyd se separaram. Ela se casaria com Clapton em 1979. Mas antes, George cometeu isso aqui em 1969:

Portanto, uma das músicas mais bonitas dos Beatles não é da dupla Lennon e McCartney e sim de George Harrison. E é para Pattie Boyd - mas há controversas. Guarda essa informação que depois a gente discute.
(Aliás, vendo esse vídeo, qual é a sua Beatle woman preferida? Fico entre Yoko Ono e Linda McCartney!)

A separação de Pattie e George foi superamigável. E George e Eric seguiram amigos, acredita? Tanto que em 1991 eles tocariam… Something em apresentação ao vivo no Japão. Ai, gente, que moderno, né?

Agora vamos para a fase Clapton!

"Hey, groupies: I made it twice!"

"Hey, groupies: I made it twice!"

Clapton era tão apaixonado que duas de suas músicas mais lindas são para Pattie. Chique demais. Layla de 1970 foi feita enquanto ela ainda era casada com Harrison, que audácia, tipo "não vê que estou implorando de joelhos?” Eitaaaa… Bom, a princípio a inspiração foi um poema do persa Nizami Ganjavi sobre uma história dita real que aconteceu no século 7 nas Arábias: um rapaz ficou tão apaixonado que enlouqueceu e não pode casar com a tal Layla. Provavelmente Clapton se identificou…
A versão que vocês devem mais amar, se vocês forem iguais a todo mundo, é a acústica de 1992, certo? Ei-la:

Em 1977, ano da separação de Harrison e Boyd, Clapton lançaria Wonderful Tonight - sua segunda homenagem. Na prática eles já eram um casal mesmo. O título da biografia que Boyd lançaria em 2007 seria Wonderful Today, em referência a esse título.

Bom, eu só acho engraçado que depois que casaram, Clapton se sentiu confortável e acomodado o bastante para não fazer mais música alguma! A separação veio em 1989. No fim, o casamento dela com Harrison durou um ano a mais!

Agora tenho dois pontos exóticos dessa história para contar. O primeiro é que o livro Here Comes the Sun sobre George Harrison, escrito por Joshua M. Greene e lançado no Brasil pela editora Relighare, conta que na verdade George fez Something para… Krishna. É sério. E que ele teria dito que não colocou "ele” e sim "ela” para não parecer gay.
Me poupe. Achei essa fanfic 2/10, sério. Mas OK, ouve aí uma vez pensando nisso para ver se faz sentido no seu mundo. No meu não faz!

O outro ponto exótico aparece na figura de Jenny Boyd, a maravilhosa irmã de Pattie. Foi ela que George e Pattie visitaram quando deram uma chegada em São Francisco para conhecer o bairro dos doidões Haight-Ashbury.
Sabe com quem Jenny era casada? Mick Fleetwood. Ele mesmo. Um dos fundadores do Fleetwood Mac.
Mick não fazia parte dos dois duos-problemas da banda: Christine e John McVie e Stevie Nicks e Lindsey Buckingham. Mas teve sua cota de escândalo digno de tablóide. É que Jenny o traiu com Bob Weston, guitarrista do Fleetwood Mac entre 1972 e 1973. Ele se separou dela, mas ao que tudo indica Mick também não era exatamente um santo. Bem ao contrário: era um mulherengo. Entre 1977 e 1978 ele voltou com Jenny Boyd. E sabe com quem ele também estava saindo nesse meio tempo? Stevie Nicks. Risos!

Jenny Boyd com Lucy Fleetwood no colo e Stevie Nicks

Jenny Boyd com Lucy Fleetwood no colo e Stevie Nicks

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Casos de família

Jenny com Mick Fleetwood e as duas filhas, Amy e Lucy

Para terminar, voltemos a Pattie contando sua própria história enquanto eu preparo um outro post que vai ser quente: antes de Taylor Swift, houve outra mulher que adorava gravar músicas sobre seus relacionamentos… Aguarde!

A Viagem de Chihiro não foi o primeiro desenho de Miyazaki que eu vi. Nem Totoro...

"Vovozinho, diga-me…"
Eu amava tanto esse disquinho herdado das minhas irmãs que nem sei. Na minha lembrança eu ouvia todo dia.

heidi-disco.jpg

Essa é a versão en español

Mas ele era bem parecidinho

Heidi é uma história bem conhecida, meio prima da Pollyana do Jogo do Contente e da Annie. Dizem que Heidi realmente existiu: seu sobrenome era Schwaller, e ela cresceu em Chur, perto dos Alpes Suíços no século 19. Johanna Spyri encontrou com ela e escreveu o livro Heidi: Her Years of Wandering and Learning e Heidi: How She Used What She Learned. É um babado: Heidi é uma menina órfã, vai viver com um avô ranzinza, e ele amolece porque ela é ótima. Aí ela vai trabalhar na cidade na casa onde mora uma menina que é cadeirante. Elas ficam bem amigas, mas Heidi acaba meio estressada por causa da governanta, que eu me lembre. Aí ela volta a morar com o avô, mas sua nova amiga vai visitá-la nas montanhas. O amiguinho da Heidi das montanhas fica com inveja da amizade e, drama dos dramas, empurra a cadeira de rodas de propósito montanha abaixo (CALMA, sem a menina dentro, só a cadeira). Aí, sem a cadeira, a menina precisa aprender a andar… e não é que anda? O menino confessa, arrependido, a menina fica feliz por andar, todos ficam felizes. Viva!

“Diga por que eu sou tão feliz? / Vovozinho, sempre com você eu ficarei!"
Insuportável, né? Eu amava forte! Acho que foi com a Heidi que ouvi essa vocalização odelayodelay que depois viria batizar o disco do Beck. Rsrsrsrs! Tem um nome mas esqueci como chama.

ATUALIZAÇÃO 13/08: a minha editora Bia Bonduki me lembrou que a vocalização se chama yodeling!

Bom, e agora chega a parte chocante: um dos primeiros trabalhos profissionais de Hayao Miyazaki em animação foi justamente em Heidi. Sabia? Acho que inclusive o roteiro, ou os roteiros de alguns episódios, eram dele. O desenho dirigido por Isao Takahata foi um sucesso: Ásia, Europa, América Latina, países árabes, África do Sul… Uma loucura. Diz até que os japoneses adoram visitar os Alpes Suíços influenciados pelo anime.
Takahata seria um dos sócios de Miyazaki na abertura do mítico Studio Ghibli. Ele também dirigiu alguns filmes no Ghibli - o meu preferido é o Omoide Poro Poro, um drama babadeiro, nostálgico e bem adulto de uma mulher solteira de 27 anos que mora em Tóquio e vai visitar uma cidade rural para descansar. No caminho, ela começa a relembrar do seu passado... Nossa, é para chorar até desidratar.

Takahata morreu em 2018. Miyazaki falou algumas palavras que foram transmitidas pela TV na ocasião - tem legenda em inglês mas precisa ligá-la:

5 anos depois de Heidi, Miyazaki dirigiria seu primeiro longa de animação, Rupan Sansei: Kariosutoro no Shiro.

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Arsène Lupin 3º

Esse é o nome personagem principal do filme, um ladrão. Ele já tinha uma série, que Miyazaki havia dirigido. Mas esse nem era o primeiro filme com Lupin como personagem principal e nem foi o último - é uma franquia bem pop no Japão!

O primeiro filme dirigido por Miyazaki a sair pelo Studio Ghibli foi O Castelo no Céu de 1986. Foi produzido por Takahata.

Estou lendo uma biografia sobre Miyazaki. Se eu descobrir mais alguma coisa conto por aqui!
E o MR., artista que cito nesse post aqui, tinha uma certa fixação pela figura da Heidi no começo da carreira. Tentei achar imagens e não consegui. Mas para você ter uma noção, a primeira exposição solo dele, em 1998, chamava-se MR. - Artist of the Alps. Hahahahahahahahaha!!!