Resumo do meu dia no Rock in Rio em alguns tweets

Eu poderia falar da aventura que foi fazer um bate e volta de ônibus para aquela cidade afastada do Rio chamada Barra, poderia falar para vocês não comprarem os serviços da agência de turismo que usamos já que rolou um total despreparo, e poderia falar para vocês nunca fazerem a parada na Dutra no tal do Olá pois ele é um exemplo concreto de "embalagem bonitinha com conteúdo insosso". MAS vamos focar no positivo, né?

A gente chegou e já fomos procurar o palco Supernova, onde teve show dela e eu confirmei, realmente adoro Tássia Reis:

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TUDO @tassiareis_ 💖✨ #rockinrio

Uma publicação compartilhada por Jorge Wakabara (@wakabara) em

Aí fomos atrás do que comer e o Rock in Rio está de parabéns pela estrutura.
Já os marketeiros não, porque realmente tenho minhas dúvidas em relação a algumas ativações e seus resultados… tinha marca que não tinha porque estar ali, tinha marca que tinha porque estar ali mas cuja ativação não me parece muito efetiva.
Mas o povo ama, né? Fila gigantesca para pegar o copo do Itaú. Eu hein.

Aí teve o show da Anitta e vou deixar esse tweet falar por mim - apesar de eu não concordar com a cultura do cancelamento, achei bem humorado:

E tem outro, da Flavia Durante, que fala do show da Pink e que para bom entendedor…

O fato é que não gosto da Pink, e não gosto de bobo que sou: não curto as músicas, não curto o jeitinho, o santo não bate. Mas reconheço que ela canta MUITO e que o show é simplesmente um absurdo, te surpreende, te magnetiza, muito bem feito, muito carismático.
Não é um show técnico. Existe criatividade ali.

Charlie Puth manda bem apesar de atrasar.
Diz que rolou um clima, né?

Então tá.
Black Eyed Peas teve Anitta de novo fazendo o vocal da Fergie em Don't Lie (afinada mas… não), teve música nova em parceria com a Anitta (hum… o no), teve a vocalista nova (Jessica Reynoso, gostei dela), é bem animado. Mas remete à balada hétero Vila Olímpia, então assisti a um telão, sentado confortavelmente, não sou obrigado.
O da Anavitória não vi, disseram que foi bom, né? Que bom!

É isso.
Agradeço novamente a Natura pelas entradas!

A Donna da pista

É muito esquisito como a gente idolatra certos artistas e quase esquece de outros. Um exemplo é Donna Summer, uma das melhores vozes da geração dela. Ela era intimamente ligada à disco music, e talvez por causa do ainda persistente preconceito com o estilo, tenham diminuído toda sua história.

Porém, se você ouve o começo de Last Dance hoje, você identifica muito bem um enorme talento.

LaDonna Adrien Gaines nasceu no último dia de 1948 - isso mesmo, 31/12. Mas seu nome não é exatamente artístico: ela participou da seleção do musical Hair em NY e acabou convidada para assumir o papel da personagem Sheila em Munique, Alemanha. Ficou fluente em alemão, participou de outros musicais. Mudou para Viena depois de 3 anos e casou em 1973 com o ator austríaco Helmuth Sommer.
Eles ficaram casados entre 1973 e 1975. Nesse meio tempo, saiu o primeiro single em parceria de Donna com Giorgio Moroder e Pete Bellotte, Lady of the Night. Dizem que por causa de um erro de grafia na capa desse álbum ou porque deliberadamente eles quiseram anglicizar o sobrenome, saiu Summer. E pegou.

donna-lady-of-the-night.jpg

Alguém sabe dizer se a Vera Verão se inspirou no Summer da Donna para a criação do seu nome?

Apesar de produzida por Moroder e da temática (sim, é sobre uma prostituta), Lady of the Night não é tão disco quanto as músicas dos álbuns seguintes de Donna. Mas é boa, meio ABBA, vocais precisos, castanholas dramáticas, climões:

Não estourou. Mas calma, 1975 chegaria como um tufão. Dizem que Moroder comentou com Summer que a supersexy Je T’Aime (Moi Non Plus) de Serge Gainsbourg e Jane Birkin, lançada em 1969, estava vendendo bem de novo na Inglaterra.

(Ai, como é tudo <3)

Summer comentou, brincando, que eles deviam fazer uma “música de amor” deles, a Love to Love You. Só que Moroder levou a sério: adaptou o refrão que ela criou, cortou a faixa e, depois de sessões de gravação de voz difíceis (a ideia era que a cantora realmente incorporasse um momento sexy, um orgasmo ao microfone)… Pronto, lá estava o primeiro grande sucesso disco de Donna Summer, que a marcaria para sempre, que seria sua moeda da sorte e sua sina, com créditos de composição para Summer, Moroder e Bellotte. Lançada pela mítica Casablanca Records, com uma versão especial de 17 minutos para tocar nos clubes, ela traz gemidos hipnóticos que, segundo Summer, foram inspirados no seu então namorado Peter.

Esse do pincel é Peter Mühldorfer, o cara que fez Donna Summer gemer em Love to Love You, que virou Love to Love You Baby

Esse do pincel é Peter Mühldorfer, o cara que fez Donna Summer gemer em Love to Love You, que virou Love to Love You Baby

Bom… vamos a ela? Coloca o fone e sobe o som que a coisa é quente:

I didn’t want to hear it. I heard a couple of oohs and aahs once and I – black people don’t get red – I was blue! I love the music, I just wished that I hadn’t sung it. But it doesn’t bother me anymore.
— Donna Summer em entrevista para a Rolling Stone

Donna lançaria outras ótimas músicas entre 1976 e 1977. A Love Trilogy, de 1976, refere-se ao lado A do álbum, uma música só chamada Try Me, I Know We Can Make It. Na verdade são 3 músicas unidas (por isso a trilogia do amor): Try Me, I Know e We Can Make It. Juntas, elas dão em quase 18 minutos! A faixa é assinada mais uma vez pelo trio Sommer, Moroder e Bellotte.

E aí, olha que maravilhoso… chegou I Remember Yesterday, um clássico a ser redescoberto.

A ideia simpática era fazer uma sequência de músicas que relembrasse décadas anteriores. A faixa título I Remember Yesterday se refere aos anos 1940, Love's Unkind aos anos 1950 roqueiros, Back in Love Again representa os anos 1960 da Motown, Black Lady seria o som funky à trilha sonora de blaxploitation dos anos 1970 (vigentes, porque o álbum saiu em 1977). E a última faixa representaria o futuro. Sim, ela mesma, I Feel Love, cheia de sintetizador, inspirada segundo o próprio Moroder em Vangelis e Kraftwerk (!!!). E aí muita gente diz que, sem o uso inovador de sintetizador pela música inteira, o electro dos anos 1980 não seria a mesma coisa. I Feel Love era do futuro mesmo. Abaixo, vídeo produzido por um fã:

E com a palavra… Nada menos que David Bowie comentando sobre o que ouviu na época da sua lendária trilogia de Berlim:

One day in Berlin, Eno came running in and said, ‘I have heard the sound of the future.’ He puts on ‘I Feel Love’, by Donna Summer. He said: ‘This is it, look no further. This single is going to change the sound of club music for the next fifteen years.’ Which was more or less right.
— David Bowie

Em 1979, a disco music já dava sinais de cansaço. A Disco Demolition Night, evento-chave do hater Steve Dahl que destruiu um monte de vinil em um parque em Illinois, aconteceu em julho de 1979 - muita gente afirma que o movimento antidisco tinha um tom homofóbico e racista, e eu também afirmo, oras! Donna lançou o maravilhoso álbum duplo Bad Girls um pouco antes, em abril, e ele já flertava com outros estilos. Hot Stuff, para mim, é o maior rockão, cê não acha? I need hot stuff!

Bad Girls é disco clássica com o "tu-tu, hey, bip-bip” maravilhoso. O apitinho (no ano seguinte Rita Lee incluiria um apito malandro em Lança Perfume), a provocação atrevida e empoderada. Dizem que Neil Bogart, o fundador da Casablanca (reparou? Bogart, Casablanca…), queria que Summer desse a música para Cher. Summer não deu e a gravou, lindamente:

Mas existe outra grande faixa que quase ninguém de lembra nesse álbum. Summer compôs Dim All the Lights sozinha e pensou em dá-la para Rod Stewart, depois quis gravá-la ela mesma. Era para o single ter crescido nas paradas, mas Bogart não cumpriu com o que prometeu para a artista e lançou um dueto dela com Barbra Streisand um mês antes, não dando tempo para Dim All the Lights virar o hit que merecia ter virado.

E o dueto com Barbra? É a belíssima No More Tears (Enough is Enough). Páreo duro!

Em algum momento de 1979, Donna sofreu um colapso mental. Ela não se reconhecia (na verdade nunca se reconheceu) naquela imagem supersexy forjada desde Love to Love You Baby - confira nesse artigo da Vice. Nesse momento ela voltou para igreja e, enfim, encontrou Jesus? Esse foi um ponto de virada dela, que também estava chateada por causa do flop de Dim All the Lights e mudou de gravadora, da Casablanca para a Geffen Records. O primeiro álbum lançado por lá, The Wanderer, contava com o gospel I Believe in Jesus.

Aí teve um álbum duplo "perdido” do qual David Geffen não gostou, o I'm a Rainbow, que acabou vendo a luz do dia (ou da noite?) só em 1996. Antes disso, algumas das músicas dele acabaram aparecendo antes, como o delicioso electropop Romeo que apareceu na trilha de Flashdance, um dos meus filmes da vidaaa.

Aí Geffen decidiu chamar o gênio Quincy Jones para produzir o próximo disco de Summer, marcando o fim da era Moroder-Bellotte-Summer. O homônimo Donna Summer de 1982 não chegou a fazer tanto sucesso quanto Thriller de Michael Jackson, lançado no mesmo ano, mas olha… é bom, viu? Além de Love is in Control (Finger on the Trigger), tem Protection, composta para ela por Bruce Springsteen!

Sobre esse álbum, Summer falou para o Los Angeles Times: "Sometimes I feel it's a Quincy Jones album that I sang on.” Eeeeeeitaaaa, olha a tretaaaaa!!!
E olha mais essa treta: nessas alturas a artista foi avisada (ou melhor, notificada) que deveria entregar mais um álbum para a Casablanca por contrato. Vixe! Dessa história saiu essa música babadeira aqui, um hino pop:

Houve uma controvérsia nessa época envolvendo a cantora: boatos dizem que ela fez comentários homofóbicos relacionados a Aids e ao HIV no meio dos anos 1980. Ela sempre negou. Fato é que suas vendas não foram as mesmas na época; e fato é que grande parte do seu público era homossexual.

Vai chegando o fim da década e Geffen chama o time SAW (Stock Aitken Waterman), responsável por hits tipo I Heard a Rumor do Bananarama, Never Gonna Give You Up do Rick Astley e I Should Be So Lucky da Kylie Minogue para gravar o álbum de 1988 de Summer. Pop na veia, amore. Another Place and Time é uma riqueza maravilhosa, mas adivinha… David Geffen não gostou. Rolou uma separação de artista e gravadora e Another Place and Time saiu pela Warner na Europa em 1989. Virou o quê? Sucesso. This Time I Know Is For Real é inegavelmente irresistível:

OLHA
ESSA
CAPA.

Bom, o disco ficou mara e ficou combinado que SAW e Summer iam fazer uma nova dobradinha. Só que Summer não encontrava mais tempo para voltar para Inglaterra e gravar com eles. Então quem ficou com a música que era para ser dela foi a cantora Lonnie Gordon, e o hit saiu em 1991:

Seria um hit maior e melhor com Summer? Nunca saberemos.

Summer morreu de câncer no pulmão em 2012. Ela alegava que, como era não-fumante, provavelmente teria sido intoxicada com a fumaça do 11/09 de NY.

Caso houvesse sobrevivido, Donna Summer teria 70 anos hoje. Ouça mais de Summer, homenageie mais Summer, ela era uma grande cantora, tão influente quanto Madonna, Cher e Tina Turner.

O bubblegum pop

Quando a gente fala em bubblegum pop, a gente se refere a uma música grudenta que nem chiclete, né? Mas não é só: tem gente que considera o bubblegum pop um estilo identificável de música, que nem, sei lá, o trap e a house music. Produzido entre a segunda metade dos anos 1960 e durante os anos 1970, o bubblegum pop é composto por musiquinhas bem comerciais, animadinhas, supervoltadas para adolescentes e pré-adolescentes, onde a figura-chave é mais o produtor do que os músicos. A maioria virou one hit wonder (ou seja, de músicos e bandas de um sucesso só) e era lançada para um fim bem pouco nobre do ponto de vista artístico: ganhar dinheiro. Muito dinheiro. E quanto mais melhor.

O maior expoente desse estilo é uma banda de… desenho. E nem estou me referindo ao Gorillaz, viu?

The-Archies-Sugar-Sugar.jpg

"Sugar / oh, honey honey” - você já ouviu essa música, né?

(Ah, sim, essa Riverdale é a mesma Riverdale da série homônima. O desenho animado e a série se baseiam nos quadrinhos do Archie e sua turma.)
E quem eram os Archies na vida real? Músicos de estúdio. Simples assim. Ganharam por hora. O superprodutor Don Kirshner (de The Monkees, Carole King, Neil Diamond…) é a cabeça por trás de tudo isso, mas Jeff Barry quem produziu a música em si (e a compôs, com Andy Kim). Barry é o nome por trás de Chapel of Love, Be My Baby, River Deep Mountain High… Tipo pouco foda, né? Fora as que ele só produziu.

jeff-barry.jpg

Jeff Barry carregando Davy Jones, do The Monkees

É, esse carregou muita música no muque, mesmo

Mas tem mais? Claro que tem!

Amo que esse vídeo da música Green Tambourine começa com um… pandeiro verde. Para ficar bem claro. The Lemon Pipers são os responsáveis por essa música de 1967, considerada o primeiro bubblegum pop a alcançar o primeiro lugar nas paradas (em 1968). Vida curta: em 1969 a banda, que se encontrou no turbilhão da fama com as agruras que isso traz, se dissolveu. Nunca mais obtiveram o mesmo sucesso.

E aí a gente chega na dupla Super K. Não, isso não é uma referência a ketamina.

“Ué, você não ia falar de uma dupla chamada Super K?"
Ia e estou falando. 1910 Fruitgum Company é apenas um veículo para um dos sucessos da dupla de produtores Jerry Kasenetz e Jeff Katz, a cativante Simon Says, cheia de "papapapapá…". O Super K clama a criação do termo bubblegum pop para si, como se não bastasse ter produzido tantos desses sucessos. E o mais estranho é que muitas dessas bandas são de garagem, transitando entre o bubblegum pop e o protopunk. Inocência e trasheira - quase uma metáfora da vida.
Simon Says é inspirada em uma brincadeira de criança homônima. De tão cativante, ganhou versões em outras línguas, como o italiano:

Muita gente considera o The Monkees, que a princípio era uma banda "fabricada" com direito a série de TV, como uma pioneira do bubblegum pop. Bom, eu sou suspeito: ADORO. Depois, em 1967, o The Monkees faria um… motim? Dispensariam Don Kirshner e virariam uma banda “autêntica".

Voltando ao Super K - outra "criação” deles foi The Ohio Express, após o estouro de Simon Says. Tente não se irritar com a voz do vocalista:

O Ohio Express é superinstigante porque ninguém sabe exatamente quem é a banda, o que cada integrante gravou. O primeiro single deles foi Beg, Borrow and Steal, lançado no fim de 1967. Mas a banda Rare Breed lançou a exata mesma música antes, em 1966! É a mesma banda? O nome Ohio Express, adivinha, é registrado pelo Super K. Sabe-se lá qual foi o acordo: eles compraram a música do Rare Breed? Roubaram?
Em 1967, o Ohio Express era o novo nome de outra banda que o Super K achou chamada Sir Timothy and the Royals (a Rare Breed nunca assumiu o nome Ohio Express, portanto). Mas o vocal que você ouviu no vídeo acima é bem diferente do de Dale Powers, o vocalista da Sir Timothy. É que Yummy Yummy Yummy foi um caso à parte…
Joey Levine é quem compôs a música com Artie Resnick. Ele mandou uma demo com a sua voz para o Ohio Express se basear na gravação deles. Só que o chefe da gravadora Buddah Records amou a música do jeito que estava (ou não quis gastar dinheiro com a gravação? Sei lá!). E lançou-a assim!
A partir daí, a voz do Ohio Express era de Levine e a banda que tocava nas gravações era o staff de estúdio do Super K. O grupo que aparecia na capa do disco e na TV era de mentira! Milli Vanilli feelings
Levine, para quem ficou curioso, não é parente de Adam Levine (pelo menos não é parente próximo). E depois dessa fase bubblegum pop trabalhando com o Super K, o músico foi fazer jingles de sucesso. Tipo esse do fim desse comercial:

Outra curiosidade entre as bandas do Super K: The Crazy Elephant ficou famosa pelo hit Gimme Gimme Good Lovin de 1969, com Robert Spencer nos vocais. Essa aqui:

Acho engraçado porque não acho que tem o tom ingênuo do bubblegum pop, né? Mas era Super K, era uma banda inventada. E eles também lançaram essa música chamada There Ain't No Umbopo em 1970:

A voz de There Ain't No Umbopo é de Kevin Godley e não de Spencer. E sabe em qual outra música Godley trabalhou, algum tempo depois, como backing vocal e no sintetizador Moog? Essa aqui:

Permita-se uma leve digressão sobre I'm Not in Love do 10cc? A música, composta pelos membros do grupo Eric Stewart e Graham Gouldman, foi a princípio rejeitada pelos outros membros Lol Creme e Godley. E foi justamente esse último que sugeriu que eles recriassem a canção, originalmente meio bossa nova, só com vozes. Começava a gênese de um clássico, um som novo. Gouldman, Godley e Creme gravaram cada um 16 vezes desses “aaaah” que você ouve, formando um coro de 48 vozes! Para as vozes parecerem infinitas, Stewart fez loops na fita. No fim, a mesa de mixagem se transformou numa espécie de instrumento: Stewart ia subindo e zerando o volume das fitas, cada uma das 12 formada por vozes em uma escala musical de notas (pelo que entendi kkkkkk). Assim ele ia tocando os acordes. O resultado é etéreo, diferente de tudo que havíamos ouvido até o lançamento, em 1975. E é de Stewart a voz principal.

Bom, tudo bem diferente de bandas supercomerciais fabricadas por produtores ganaciosos, né?
Mais ou menos: 10cc tinha inspirações artísticas (Godley e Creme saíram um pouco após I'm Not in Love em busca de algo ainda mais experimental) mas também tinha ambições comerciais (assumidas pelos superpop Stewart e Gouldman).

Não posso encerrar esse post sem duas referências que eu amo de bubblegum pop. Primeiro…

E essa regravação da Liz Phair (!!!):

Lots of fun for everyone!

O intervalo do Super Bowl de 2020 não vai ser o primeiro Super Bowl latino

É real-oficial: Shakira e J-Lo são as estrelas do próximo intervalo do Super Bowl, que vai rolar em 2020.

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Isso é muito legal primeiro porque a gente adora as duas e segundo porque, politicamente, num tempo em que o racismo e a intolerância crescem, duas latinas em destaque em uma das maiores audiências da TV norte-americana é um babado fortíssimo.
Mas, espera. Elas são as primeiras latinas a se apresentarem no intervalo do Super Bowl?
Nada disso. Senhoras e senhores e senhorxs, vos apresento…

Gloria Estefan é absolutamente TUDO.
Esse show com Stevie Wonder e Big Bad Voodoo Daddy era uma homenagem à salsa, ao suíngue e ao soul! Oye!
O mais surpreendente: não foi a primeira vez que a Gloria Estefan esteve no intervalo do Super Bowl. kkkkkkkkk Em 1992, olha lá ela:

Estranhou o tom Disney? É que a companhia tinha todo um passado de produção dos intervalos do Super Bowl - essa coisa mais pop moderna é relativamente recente. Esse de 1992 em específico não foi produzido pela Disney, mas era um aceno para as Olimpíadas de Inverno (sei lá o porquê, o evento nem aconteceu nos EUA e sim na França!). Entre as duas apresentações, Gloria foi a responsável pela música-tema das Olimpíadas de 1996 em Atlanta (eu sei porque inclusive estava lá kkkkkk). E é interessante ver que Shakira tem experiência em eventos desse porte (Copa de 2010) e J-Lo também (Copa de 2014).

Bom, existem outros intervalos de Super Bowl, fora Madonna, Lady Gaga, Beyoncé e Katy Perry, que eu adoro. Vem conferir:

1998: Homenagem à Motown com Smokey Robinson, Martha Reeves, Queen Latifah e mais!

1972: Ella Fitzgerald e Al Hirt com Mack the Knife em homenagem a Louis Armstrong (o famoso não vi mas gostei mesmo assim)

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1993: Michael Jackson, e provavelmente o real começo dessas superproduções pop

2001: uma loucura com Britney Spears, Aerosmith, *NSYNC, Mary J. Blige e Nelly!

1996: o meu preferido deixei para o final. DIANA ROSS!

E só para terminar: o que será que Shakira e J-Lo vão cantar? Será que algo em espanhol? Gloria cantou Oye, então não é impossível, mas acho difícil. Se eu fosse elas fazia uma homenagem para a Gloria sem dúvida alguma. Ia ser chiqueeeee!
O Super Bowl de 2020 rola no dia 2/02 - de 2020, claro.

É hora de Sailor Moon

Oh, sim, pelo poder do prisma lunar!

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Sailor Moon apareceu primeiro em mangá, uma criação de Naoko Takeuchi que foi publicada entre 1991 e 1997. Mas você provavelmente a conhece em sua versão anime, produzida entre 1992 e 1997 pela Toei. Ainda contou com uma versão live action entre 2003 e 2004 (???) e uma nova série de anime entre 2014 e 2016. Dizem que essa nova versão é um reboot mais fiel ao mangá do que à primeira série de TV.
E esse live action é tão bizarro que deve ser maravilhoso:

Agora, a notícia é que esse reboot vai ter um longa, a ser lançado em 2020 e que funcionaria como a 4ª temporada do anime. O nome do longa é algo como Sailor Moon Eternal.

No fim de agosto saiu uma coleção de camisetas da Uniqlo com licenciamento Sailor Moon, comemorando o 25º aniversário da heroína. “Mas o 25º aniversário do mangá não foi em 2016? E do anime não foi em 2017?” Ai, sei lá, não faz pergunta difícil. Gostei de duas peças:

Outras marcas também lançaram licenciamentos recentes, como a americana Target e a japonesa Isetan. Minha opinião: tudo meio brega.

Outras coisas legais do mundo Sailor Moon ultimamente?
Bom… você já ouviu o Sailor Moon Remix, reggaeton da Yuranis Leon? É muito ruim, ouça por sua própria conta e risco:

Alguém avisa essa mulher que a Sailor Moon e a Barbie são coisas diferentes?

Para quem gosta de dioramas (que é a representação de um cenário ou local em tamanho miniatura): vai estrear o maior parque de dioramas do mundo em Tóquio, o Small Worlds Tokyo. Ao mesmo tempo que soa esquisito, é muito instigante observar dioramas, você devia experimentar. kkkkk Num espaço enorme vai ter diorama de bairros de Tóquio, do aeroporto de Kansai (que é uma área aterrada no mar, sabia?), e também a cidade Neo-Tokyo 3 de Evangelion e da Sailor Moon: a Tóquio do mangá e anime e a Tóquio do século 30 que é de onde a personagem Chibiusa veio.

Ops, acho que vi um Tuxedo Mask logo ali

Ops, acho que vi um Tuxedo Mask logo ali

Como os japoneses adoram um restaurante temático, agora eles também tem um restaurante da Sailor Moon chamado Shining Moon Tokyo.

Uma graça, né? Mas digo logo, com a experiência de quem já foi no restaurante do museu do Snoopy, no do AKB48 e outros: a comida é totalmente instagramável e totalmente sem gosto. <3 Acontece!

E se você gosta de coisas kawaii, confira esses outros posts desse blog que vos fala:

Memória afetiva
O que é kawaii?
A rainha & a embaixadora do kawaii
O lado dark do kawaii
Harajuku: a meca do kawaii
Pink ou Punk: a banda que quer democratizar o kawaii
Notícias estranhas do mundo Hello Kitty
O mundo é kawaii: aceita

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ATUALIZAÇÃO 30/09/2019 às 16h48: GENTEEE, eu esqueci um detalhe muito genial desse novo momentinho Sailor Moon. Kevin Germanier, estilista egresso da Central Saint Martins (a escola de moda inglesa que nos deu tantos talentos como Alexander McQueen, Stella McCartney e John Galliano) e finalista do Prêmio LVMH desse ano, fez uma coleção de spring 2020 apresentada em showroom em Paris inspirada na Sailor Moon para a marca que leva seu sobrenome!

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Supercolorida sem ser literal

Uniforme de super-heroína fashion!

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Furos com franjas cheias de brilho

São os ferimentos das batalhas!

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Glamourosaaaa

Eu AMEI esse vestido

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