Uma evolução da cordinha de óculos

Bom, não sei quase nada da Ariane Theunissen - mas acho que ela mora em Paris, trabalha ou trabalhava com o Esteban Cortázar, faz frilas de styling e tem uma marca homônima de acessórios.

O importante é que ela inventou uma evolução daquela cordinha de óculos que virou modinha entre os hipsters faz um tempo, lembra? Achei interessante - Theunissen usa couro e metal e o negócio tem alguns jeitos de usar, com a parte do couro pendurada ou encaixada.

Legal, não? Ariane tem um site para comercializar essas lindezas. Bacana!

View this post on Instagram

A post shared by ARIANE THEUNISSEN (@theunissen__) on

Pimp my glasses! Eu usaria!

Uma das minhas músicas preferidas de todos os tempos...

É japonesa.
Tentei cantá-la recentemente no karaokê e não deu muito certo - a letra só aparece em hiragana e kanji (que são as letras e ideogramas japoneses) e eu tive que acompanhar lendo a letra no celular e… Basicamente é difícil cantar em japonês quando você não sabe japonês, certo? Era de se imaginar!
Já tinha ouvido essa música antes mas a primeira vez em que realmente prestei atenção nela foi num karaokê - só que em Tóquio em 2015. A minha amiga Kaori Nagata cantou.
Aí fiquei com essa música na cabeça e fui descobrir a história dela. Isso acabou gerando uma thread que segue abaixo:

Clica no tweet acima para ver a thread toda!

Nessa imagem Yumi Arai se prepara para levar a música pop japonesa nos ombros - rainha maravilhosa

Nessa imagem Yumi Arai se prepara para levar a música pop japonesa nos ombros - rainha maravilhosa

E para quem quer ouvir o disquinho - a minha preferida é a primeira:

Sim, já quero tatuar mais pokémons ao sair do cinema

As pessoas que estão falando mal de Detetive Pikachu por aí provavelmente estavam esperando por um Cidadão Kane, um Casablanca, algo bem sofisticado e bem pouco a ver com a história dos games, do anime e dos filmes-desenho anteriores.

Como é que alguém tem coragem de falar mal disso?

Como é que alguém tem coragem de falar mal disso?

Pokémon começou como um par de jogos para Game Boy em 1995 - que até hoje é o máximo de jogar. Eles geraram várias espécies de “atualizações”, versões novas do mesmo esquema, que continuam saindo de tempos em tempos. A última, se não estou enganado, foi em 2017.

Mas Pokémon, a franquia, também gerou outros jogos - como é o caso de Detective Pikachu de 2018, inspiração do filme que estreou.

Detective_Pikachu.jpg

O jogo

As pessoas se perguntam como eu tive a manha de tatuar o Pikachu - bom, como vocês tem a manha de NÃO TATUÁ-LO?!

Sem falar dos desenhos, que eu amo muito, e dos filmes-desenhos. <3 Todos eles são mais baseados nesse esquema do jogo original. E o Pokémon Go, que virou uma febre ao juntar game e GPS? Acho gênio - não joguei mais depois da primeira febre mas se eles capricharam em prêmios e achados para cada cidade do mundo deve estar mara!

Então vamos ao filme novo - vou tentar não dar spoilers. Como ele também deve ter essa função de manter a base original de fãs e atualizá-la com novinhos, o longa fica numa situação difícil: precisa agradar gregos e troianos. Sinceramente acho que equilibra bem, não é tão infantil nem muito complicado. Um dos pontos positivos logo de cara é que eles não colocaram um Ash nesse primeiro live-action - seria muito mais arriscado porque as pessoas já têm uma imagem muito bem formada sobre como seria o Ash, um dos personagem principais do anime, portanto precisariam cumprir com a expectativa tanto dele quanto do próprio Pikachu.
Mas e o Pikachu? A outra jogada interessante é que esse é o primeiro Pikachu que fala como um ser humano. Então a imagem que você tinha dele já é quebrada logo de cara! É um Pikachu doidão, viciado em café, quase um Ted (aquele ursinho boca-suja do filme do Mark Wahlberg) porém G-Rated.

Fora o fato dos pokémons que aparecem muito fofos no geral e já valem o valor da entrada (tatuando bubassauros pra já), o filme tem mais algumas coisas que gostei bastante. O primeiro é cidade, que é simplesmente uma cidade dos sonhos: uma mistura de Londres e Tóquio cheia de pokémon. Onde eu entro com o pedido de visto?

Me leva, Pikachu!

Me leva, Pikachu!

E outra coisa é a própria história: ela fala sobre como a gente vê a figura paterna e as responsabilidades de um pai nos dias de hoje. Ainda é meio recente a morte do meu pai, mas acho que teria me tocado de qualquer forma. Como é a sua relação com o seu pai? Como você vê o papel do pai nos dias de hoje?

Ah, e veja legendado, pelamor! Não perca a voz do Ryan Reynolds no Pikachu, você vai se arrepender se assistir dublado! Depois não vá dizer que não avisei!
O Justice Smith, ator principal que já fez The Get Down na Netflix e Jurassic World: Reino Ameaçado é uma graça. Também vale por ele!
(Um defeito: tem só um personagem oriental de peso no filme inteiro. A menos que você considere a Rita Ora meio oriental depois de todos os procedimentos que ela já fez no rosto. Considerando que a origem da franquia é japonesa, achei meio nada a ver.)

Veja o trailer:

Um glowzão

A minha amiga Flavia Akemi agora decidiu caprichar no Insta dela com conteúdo de beleza! Ele chama Aquele Glow e acho que você devia dar aquele follow!

22 Likes, 0 Comments - AQUELE GLOW (@aqueleglow) on Instagram: "mais cor por favor 🌈 nossa inspiração de sexta! via @intothegloss"

E aquele beijo para você!

Moda, essa ditadora - mas será mesmo?

Esse post está ligado a outros dois: O que é moda? e A febre de 36º do country. É uma continuação dessas reflexões que faço sobre a moda - quase sempre chego mais em perguntas do que em respostas, então não espere muitas conclusões! Vamos?

A moda é uma ditadora horrorosa e gritalhona que manda em todo mundo, uma cúmplice do malvado sistema capitalista, uma vilã. É mesmo? Sempre que penso na moda assim, imagino a Úrsula de A Pequena Sereia.

“Mandei usar ombreiras, querida. Onde você pensa que vai com os ombros caídos?”

“Mandei usar ombreiras, querida. Onde você pensa que vai com os ombros caídos?”

Se você reparar bem, as pessoas oscilam entre achar que a moda não tem mais esse poder ditador e reclamar justamente da ditadura da moda. Elas são profundamente indecisas - e doidas, e descompensadas. “Hoje a coisa é diferente, cada hora podemos usar uma coisa, isso é liberdade fashion”, e no momento seguinte “mas agora a moda está obrigando a gente a usar essa coisa horrenda chamada papete!!!”

Quem está obrigando o quê?
Para começar, binarismo is so last season.
Mas enfim, falamos da moda como se ela fosse uma entidade única e coerente. Não é bem assim: existe a indústria, e mesmo ela é um conjunto de entidades que não pensam as mesmas coisas e não têm os mesmos objetivos.

A tendência é uma palavra que muitos não gostam mais porque dizem que ela não faz mais sentido. Na minha opinião a tendência certamente continua em vigor mas não é tão simples de ser identificada. Antes, a saia ficava mais curta e valia para todas. Hoje, existem vontades. Por exemplo: a moda estava caminhando para uma coisa cada vez mais casual até a temporada internacional passada, agora as passarelas querem que tudo fique mais sério e formal, com alfaiataria, cores sóbrias (especialmente na cartela de terrosos), camisaria. Quase não se vê mais tênis, sendo que o tênis foi a coisa mais bombada há duas temporadas.
Isso é um indício. Vai pegar mesmo? Precisamos acompanhar para saber. Isso porque, voilá: nem sempre a passarela consegue nos convencer das coisas. Às vezes, basta um desfile influente. Às vezes, desfile com figurino de filme mais figurino de clipe e 3 influencers usando em street style simplesmente não bastam.

Vamos para outro exemplo: a hot pant. Já tentaram fazer essa peça pegar em pelo menos dois momentos da história da moda recente. Não rolou na vida prática: reveladora demais, provocante demais para um contexto urbano. Agora, parece que a possibilidade é concreta: virou uma pequena mania entre influenciadoras e seguidoras de influenciadoras usar hot pant preta com saia semitransparente longa por cima.

6697608-1-khaki.jpeg

Assim, ó

Essa é da ASOS, mas quem anda fazendo bastante em desfile é a Dior

Pegou mesmo? Olha, não cheguei a ver em corredor de shopping ou em vitrine da C&A, mas vi em primeira fila de desfile e em balada moderna. Então não é uma coisa que alastrou, sabe? A moda não é assim tão poderosa - ela adoraria, mas não é mais ditadora, superinfluente. A novidade que as pessoas querem nem sempre é a novidade que a indústria quer empurrar para elas.

E às vezes (ou quase sempre?) elas não querem novidade alguma em matéria de roupa: estão mais preocupadas em gastar dinheiro com gadgets e experiências. Pelo menos é isso que os estudos de consumo apontam. Uber e Netflix são o novo fast fashion? Fora o fato de que comprar uma roupa nova virou algo datado. Chique é brechó, customização, upcycling, feira de troca.

Mas me permitam: adoro imaginar um mundo alternativo e louco em que a moda é sim, a Úrsula, e ela de repente faz coisas assim…

Moschino-FW18-Steven-Meisel-01-.jpg

Moschino outono-inverno 2018/19

Essa é a Kaia Gerber vermelha na campanha da marca

E aí a Zoë Saldaña vira o ícone fashion mais influente do mundo e as pessoas vêem isso:

0add874e1ea0676c4365b2dd7ddd32e3.jpg

Avatar (2009)

Com você tudo fica blue

E mais isso aqui:

Guardians-Galaxy-Vol.-2-Gamora-Zoe-Saldana-Vest.jpg

Guardiões da Galáxia Vol. 2 (2017)

Gamora, a filha de Thanos

E de repente o povo decide que isso aqui é legal:

blue-man-head-copy1.jpg

Blue Man Group

Já foi legal? Nunca achei, mas até tenho amigos que gostavam… (não, isso não é um publi da Tim)

E tem isso aqui agora, né?

Screen_Shot_2019_02_10_at_8.59.13_PM.jpeg

Aladdin (2019)

Will Smith bombado e azul

Isso porque nem falei da Mística do X-Men.
Então todas as paleterias que depois viraram barbearias e esmalterias finalmente virariam salões de pintura corporal; e um empresário inventaria uma máquina tipo bronzeamento artificial mas na qual você poderia escolher todo um pantone e a pele azul seria a mais bombada, os diferentões prefeririam verde ou vermelhão e…

Viu? Que bom que a moda não é a Úrsula.

Fica aqui aquele beijo da Rebecca Romjin - quem quiser assistir a esse programa, tem na Netflix!

Fica aqui aquele beijo da Rebecca Romjin - quem quiser assistir a esse programa, tem na Netflix!