Eu não estou preparado para a versão ícone fashion de Tiago Iorc

Mas é difícil ignorá-la.

Sim, a foto acima veio de Florença. Olha esse tricô P&B, olha esse sapato, olha a calça solta - sim, está acontecendo, segura a minha mão.
Bom, para essa onda concretamente acontecer, foi necessário Tiago Iorc comparecer ao desfile da Gucci em Milão que rolou nessa semana. Ele foi com a mãe dele (!), que aliás estava tudo de tailleur pied-de-poule e botinha, tudo Gucci.

Mas não, não parou por aí. Seda com estampa floral? Temos.

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Foto dele sozinho na Gucci? Também temos.

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É, a fase Anavitória de tecidos naturais brancos, da sua volta depois de um sumiço, não durou muito.
Harry Styles, por que choras?

Aproveito para te convidar a ver esse outro post aqui: da história da Gucci, que é um novelão babadeiro. Arrasa.

Um figurino para a vida inteira!

Você já ouviu a música do Silva com a Ivete Sangalo?

É um ijexá gostoso que poderia estar num álbum da Banda Eva dos anos 1990 - portanto GOSTAMOS SIM.

Mas eu só vim aqui para falar que o figurino do clipe é da Handred, a marca de André Namitala que faz parte do line-up do SPFW. As roupas de André, com muito tecido gostoso e modelagem ampla, são uma delícia. Dá para ver pelo clipe, não dá? Curti - o clima, os looks, a locação em Salvador.
Tá me batendo uma saudade da Bahia

Entrei numas de perfume

Começou com os lápis.
Lápis é a coisa mais legal. Quando era pequeno não soube valorizar o lápis o tanto quanto ele merecia: queria usar caneta, que era coisa de adulto. Hoje o lápis é tudo: me permite apagar o que escrevi, e o melhor, me dá uma noção do quanto escrevi, guarda em si uma noção de espaço e tempo. Você aponta o lápis a medida que precisa, ele vai diminuindo. Até que termina.

Mas na verdade começou antes, com sabonete. Sabonete também tem essa coisa de "gastar". Você vai tomando banho, vai usando, e ele vai acabando. Quando chega ao fim, começa outro - o sabonete é ainda melhor porque com lápis posso usar (e uso) vários ao mesmo tempo. Sabonete geralmente é um só, e um por vez. Sabonete líquido é até legal, mas para tomar banho gosto de barra. Gosto de vê-lo acabando.

Portanto quando percebi que ao viajar eu podia trazer sabonete e lápis diferentes das viagens, me encantei com essa possibilidade. Uma lembrança barata que vai me fazer lembrar da viagem por mais tempo. Portanto compro - muito, de ambos - quando viajo. Não guardo: uso mesmo. Portanto não sou necessariamente um colecionador: sou um amante dessas duas coisas. Não economizo usando.
E adoro quando me dão sabonete e lápis, mas não é a mesma coisa de comprá-los eu mesmo: quando isso acontece, lembro dos lugares por onde passei ao usá-los.
E pode até ser uma papelaria de SP, uma vendinha que descobri num bairro, um posto de beira de estrada. Não precisa ser o lápis do Louvre!

(Ah, e o melhor lápis do mundo de acordo com a minha pesquisa empírica é o branquinho do Belmond Copacabana Palace. Que delícia - macio, gostosérrimo de apontar e lindo, todo branco com o logo em laranja e a grafite preta.)

Depois vieram os desodorantes sem alumínio, cuja saga já contei em duas partes aqui nesse blog: parte 1 e parte 2.
O que não falei é que sou de fases: a fase do desodorante preferido ser o Love Beauty and Planet passou. Ele deixou a minha axila seca demais uma época, então tenho evitado, uso bem de vez em quando. O da Jasön de pêssego continua sendo um queridinho, mas não uso muito porque vende no exterior. Cheguei a comprar outros mas adivinha: achei um novo preferido. E o mais instigante é que ele é nacionalíssimo, amém, vamos estimular o mercado local! O da Jaci Natural com bicarbonato é tudo. Uso todo dia. Compre no site deles!

Se você ainda não conseguiu se adaptar ao desodorante sem alumínio, saiba: é difícil mesmo para a maioria das pessoas. E existe um período para o seu corpo entender a falta de alumínio ali. Então, sim, acontece de ter um cecezinho. Risos. Depois passa - pelo menos comigo passou. Hoje só dá cecê quando realmente daria mesmo com desodorante cheio de química; um dia inteiro debaixo do sol. Ah, e eu tomo dois banhos por dia quase sempre, um de manhã e outro quando chego em casa. Quando eu chego em casa costumo usar outro desodorante para variar ou um hidratante se eu acho que tá meio seco (fiquei traumatizado kkkkk).

Bom, você pode imaginar que desodorante sem alumínio é mais caro que sabonete de barra, então quando essa minha mania começou a invadir minhas viagens, o cenário ficou um pouco preocupante.

Mas agora, meu bem, o negócio está sério. Porque estou viciado em perfumes.

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Sempre fui alérgico, cheio de rinite. Quando adotei os gatos isso piorou. Mas de uns dois, três anos para cá, essas crises viraram mais que esporádicas, quase sumiram. Acho que ajudou o fato de que estou bebendo muito menos do que costumava, talvez meu sistema imunológico tenha ficado mais feliz.
Ao mesmo tempo sempre gostei de perfumes - CK One foi um dos meus amores de adolescência. Tommy Boy também - uma amiga usava e eu idolatrava esse cheiro, hoje ele infelizmente não é mais produzido.

É interessante porque acho que esses dois perfumes "formaram” o gosto que tenho para perfume até hoje, ao lado da colônia de lavanda, que sempre amei, e do cheiro de eucalipto, bem Pinho Sol mesmo.

Comecei a voltar a usar algum cheiro graças a Granado e Phebo. Elas são marcas realmente incríveis que a gente devia valorizar muito no Brasil - o fixador deixa um pouco a desejar na maioria das vezes (a linha de perfumes mesmo, mais cara, também é mais poderosa nesse sentido). Aí fiquei vidrado naqueles vidrões de 300 ml que a Granado vende de colônia. Comprei a de Flor de Laranjeira.

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Fora que as embalagens são lindas

Meio Alphonse Mucha, né? Aliás, não perca a exposição do Alphonse Mucha que ainda está em cartaz na Fiesp, acho que até 26/01/20, corre que é mara!

Aí fiquei bem na onda dela. Antes disso, eu achava, na minha ingenuidade misturada com doses fartas de deslumbre britânico, que só os perfumes da Jo Malone não me davam alergia porque tinham mais qualidade.
Pasmem: os perfumes no geral não me davam mais alergia. E abria-se uma nova janela para eu gastar muito mais dinheiro (o da Jo Malone, de manjericão e flor de laranjeira, segue sendo um dos meus preferidos até hoje).

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Sigo te amando

Beijos!

Mas aí, de uns meses para cá, a coisa começou a aumentar. Da Phebo, hoje, eu possuo o de Limão Siciliano (daquela coleção que vende no supermercado e parece bem mequetrefe mas é maravilhosa e mudou de embalagem faz pouco tempo), um trio de vidrinhos de uma linha especial que tem Basílico Roxo, Tomilho Silvestre e Hortelã Verde (os 3 são meio exóticos e eu adoro o de tomilho, sei lá porquê), o perfume lançado em parceria com a Isolda de caju (delícia e a embalagem é estampada pela marca de roupa, toda linda) e às vezes roubo o Lavanda Folha do meu marido, de uma coleção que são vários "tipos de lavanda".
E da Granado também tenho o de Eucalipto (que é puro eucalipto e só).

O trio que eu tenho da Phebo - recomendadíssimo

O trio que eu tenho da Phebo - recomendadíssimo

Mas a coisa começou a desandar quando descobri que o Cedro di Taormina da Acqua di Parma era um dos melhores cheiros que eu já tinha sentido na vida. E que o Arancia di Capri, da mesma linha, não ficava atrás.

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O nome da linha, Blu Mediterraneo, já diz a que veio

São cheiros da região mediterrânea. Chique, né?

Aí você vai dizer “Ufa, Wakabara! E aí chega, né?"
Meu bem, não subestime a minha capacidade de obcecar.
Como você já deve ter percebido, adoro cheiros cítricos. Então não me passa um cheiro cítrico perto que já quero comprar. Foi o caso de um dos perfumes da coleção especial do chef de macaron Pierre Herme para L’Occitane

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Tem outro da mesma coleção que também é bom, mas prefiro esse. Meu marido diz que parece que espremeram uma toranja na minha cara. E eu amo! Tanto que também comprei o creme de mão de Pamplemousse et Rhubarbe. A embalagem é um escândalo, né? En 2018 Herme também lançou uma outra coleção com uns 5 perfumes. Se pudesse, teria todos. São maravilhosos. Mas essa embalagem do que eu comprei é mais bela, sem dúvida.
(Não vem me falar que eu posso comprar os outros, não me provoca, me segura, hein)

Da L’Occitane au Brésil, gosto de alguns mas o meu amorzinho real atual é o da linha Capim Limão de tangerina. Também tive o Araucária verde, que acabou.

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Acho que as embalagens da L’Occitane Au Brésil podiam ser mais bonitas

Mas o produto é bom, mesmo!

Aí veio uma bomba, e a culpa é das minhas irmãs.
Elas me viciaram num perfume caríssimo, da tradicional Penhaligon's que existe desde 1870 em Londres. É o Juniper Sling.

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Primeiro que a embalagem já é maravilhosa.
Segundo que, caralho, Penhaligon's, a cada gota que você passa disso parece que você já tem R$ 200 a mais na conta (e na verdade você tem R$ 200 a menos, já que cada gota disso custa mais ou menos R$ 200).
O Juniper Sling, especificamente, foi lançado em 2011. As minhas irmãs têm um amigo que usa e elas amaram e quiseram igual. Fui sentir o cheiro dessa coisa caríssima e que gera tantas emoções fortes e… sim. O cheiro é de gin.
Gin. Isso mesmo. Juniper quer dizer zimbro. Zimbro é o nome da frutinha que é o ingrediente principal do gin. Na fórmula também entram vários outros ingredientes: laranja, angélica, canela, cardamomo, cereja, vetiver. É um perfume complexo. E é talvez o perfume mais complexo que eu goste.

Antes de terminar, queria falar que na minha recente ida para a Itália descobri mais uma perfumaria para amar. A L’Erbolario! Ela existe desde 1978 e comprei dois perfumes que amei lá: Tea & Citron e Accordo Arancio.

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A embalagem podia ser mais bonitinha

Mas MEU DEUS, que perfume bom!!!

“Wakabara, você é mongol? Você compra perfume tudo com o mesmo cheiro!"
Não mesmo. Existem mil cítricos. Esse Accordo Arancio, por exemplo, tem notas de ameixa e baunilha que fazem toda a diferença. O Arancia di Capri é bem mais fresco, esse é mais aconchegante. E o Pamplemousse et Rhubarbe é mais doce.

"Wakabara, colônia é uma coisa e perfume é outra, você misturou tudo. E eau de toilette é ainda outra coisa."
Bicha, se manca. Tô falando de cheiro. Me deixa em paz.

"Wakabara, e dos perfumes de marca de roupa? Você não gosta?"
Geralmente não. Fora o CK One que já citei, é difícil algum me conquistar. Mas… estou de olho em uns sim. Se você quiser me presentar…

Prefiro o Mimosa e o Mandarine, mas qualquer outro também vale…

Prefiro o Mimosa e o Mandarine, mas qualquer outro também vale…

Por que Rainbow Brite não virou meme que nem todo o resto?

Acho uma injustiça!!
Rainbow Brite surgiu em 1984 pelas mãos de um francês, Jean Chalopin. Ele também é um dos nomes por trás do Inspetor Bugiganga original, fundador da DiC Entertainment. Mas a Rainbow Brite não é propriedade francesa: na verdade, ela é da americana Hallmark e é mais um daqueles desenhos feitos para vender brinquedos. No caso, a Mattel já tinha o licenciamento quando o primeiro episódio estreou. E foi a Hallmark quem encomendou a personagem para Chalopin, já com todo o conceito pré-estabelecido: uma garotinha loira que possui poder sobre todas as cores do universo.

Coisas interessantes para se ter em mente:
. O brinquedo Meu Pequeno Pônei, que provou por A + B que meninas gostam de cavalos (?!), foi lançado na sua primeira versão mais famosa em 1982. Virou desenho um pouco depois - mas o desenho era meio dark. Se você quiser saber detalhes, a série Brinquedos que Marcam Época da Netflix tem um episódio específico sobre Meu Pequeno Pônei. O cavalo de Rainbow Brite, superimportante, chama-se Starlite - lembra??
. O desenho Cavalo de Fogo, que também tem um cavalo bem especial para uma menina loira, Sara, é de 1986. A primeira versão de She-ra também tem um cavalo bem parecido com o da Rainbow Brite com uma diferença: ele se transforma em um unicórnio, o Ventania. O desenho é de 1985. Era uma invasão de cavalos!
. Em 1988, um mash-up de proporções descomunais chegava nos cinemas nacionais. Era Superxuxa Contra o Baixo-Astral. Ele mistura essa ideia da Rainbow Brite de cores e arco-íris contra as sombras com um figurino do Michael Jackson (do curta Captain EO, de 1987) e paralelos muito semelhantes também com o filme Labirinto de 1986, aquele em que o Rei dos Goblins (David Bowie) sequestra o irmãozinho de Sarah (Jennifer Connelly). Em Superxuxa, o Baixo Astral (Guilherme Karan) sequestra o cachorro de estimação Xuxo, que a criançada já tinha aprendido a amar por causa do disco Xou da Xuxa de 1986, com a música Meu Cãozinho Xuxo! Ela CHORA na música. CHORA! No longa ele é um boneco!
(Depois Miley Cyrus a copiaria em Pablo the Blowfish, né?)

Rainbow Brite não estava sozinha: além de Starlite, ela contava com o bicho falante Twinkle (o que ele era? Um macaquinho? Sei lá!) e com os Color Kids.

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Agora olhe fixamente para Rainbow Brite.

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Mas olha mesmo!!!

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Quem já acompanha esse blog talvez se lembre de outra coisa…
Eu digo Rune e vocês dizem Naito:

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Um dos pioneiros do kawaii, Rune Naito foi quem começou a fazer essa proporção da cabeça e olhos grandes que a Sandy Junior desenvolveu na vida real por seleção natural e que os aplicativos coreanos simulam nas selfies.

A primeira teoria diz que as coisas que nos lembram os traços de filhote ou bebê nos despertam sentimentos instintivos de cuidado e amor. Mesmo que sejam personagens ou objetos inanimados.
O livro que estou lendo, cujo título autoexplicativo é The Power of Cute, de Simon May, fala que o fofo mais misterioso, estranho, inquietante, é o que mais possui poder sobre nós hoje. Porque ele não soa simplesmente indefeso. Ele pega exemplos como o ET, que é novo e velho ao mesmo tempo, ou a Hello Kitty, que é um híbrido de menina e gata e não possui boca. No que existe de estranhamento deles, também podem guardar ameaças. O desconhecido é a princípio perigoso, até que se prove o contrário.

Então por que Rainbow Brite não possui tantos fãs? Porque ela não guarda mistérios, simplesmente. Não possui contradições, e assim fica fácil dominá-la e desmontá-la. Ela não é um animal falante, como os Ursinhos Carinhosos (esses, aliás, de 1981 e que viraram brinquedo em 1983, mais antigos que todos os outros!). Ela é claramente uma menina, com proporções talvez um pouco exageradas, mas uma menina.

Mesmo assim, queria memes.

Sobe, bicha, mas não abusa

Sobe, bicha, mas não abusa

A saber: Rainbow Brite ganhou uma nova versão em 2014. Achei bem nada a ver. E o mais esquisito: a voz da vilã é de… Molly Ringwald.