Heather Small está de volta para a pista!

Talvez você não se lembre do nome dela.
Mas deve se lembrar da música! Play:

SIIIIIIM. Da época em que a gente ouvia Jovem Pan feliz.
(risos)
Heather Small é inglesa e, quando encontrou o DJ Mike Pickering, que era do Quando Quango e da turma do mítico clube The Haçienda da Factory Records, fez-se a mágica.
(Aliás, ouça Quando Quango, também é bem mara)
Eles formaram o M People com Paul Heard e Shovell, sendo que a ideia inicial era haver um rodízio de vocalistas. Mas Small conquistou o coraçãozinho deles e virou membro fixo.
Para mim, quando ouvi Moving On Up, foi paixão à primeira vista. Minhas irmãs gostavam, e acabei ficando meio fanático, buscando o álbum que eles lançaram antes, Northern Soul, e o de depois, Bizarre Fruit. O Fresco, de 1997, já acho meio marromeno.

Mas M People é muito mais que seus dois superhits Moving On Up e One Night in Heaven. Gosto particularmente de outra faixa do mesmo álbum Elegant Slumming: Don't Look Any Further, que na verdade é uma versão do cantor Dennis Edwards da época que ele já havia saído do The Temptations.

O clipe foi filmado em Berlim - dá para ver se você assiste, né? Quem canta com ela é Mark Bell (aliás, Bell também arrasa), e o coro é do grupo gospel Nu Colours.

E a versão original, de 1984, é surpreendentemente parecida com a do M People, confere aí:

Garrett, que canta com Edwards, também é conhecida por ser uma das compositoras da música Love You I Do que apareceu na voz de Jennifer Hudson no filme Dreamgirls (2006) e ganhou o Grammy; e de Man in the Mirror com Michael Jackson. É provável que seu maior hit seja um outro dueto, com o mesmo Jackson, de I Just Can't Stop Loving You do álbum Bad (1987).

Do M People eu também gosto de:

E de:

Tudo isso para dizer que sim, Small está de volta e já faz um tempinho.
Ela gravou alguns discos solo antes. Nesse ano, mais cedo, relançou a música Proud em remixes - acho fraca, mas para quem gosta, sei lá. É uma tentativa de fazer uma nova Free da Ultra Naté, hino gay - e prefiro a da Ultra Naté. Agora ela mostra remixes de Moving on Up, originalmente lançada com o M People. Alguns são bem parecidos com a original, esse é divertido:

Parece-me o mesmo movimento que o Rick Astley anda fazendo, de repaginação dos seus hits.
Pois é, a febre de remake não é exclusividade do cinema…

Mas adoro você, Heather!

Mas adoro você, Heather!

A música pop está reencontrando a espiritualidade

Não exerço muito a espiritualidade mas acho lindo.

Bom, está claro que Kanye West lançou um disco gospel nessas alturas do campeonato, certo?

Não vou colocar o embed aqui pois sinceramente achei chato para dedéu, se quiser pode procurar, fica à vontade

Não vou colocar o embed aqui pois sinceramente achei chato para dedéu, se quiser pode procurar, fica à vontade

E 10 entre 10 artigos sobre Jesus is King já apontaram três coisas: 1) West já fez músicas que flertaram com o gospel antes, mas a diferença é que ele se converteu "de corpo e alma”, negando palavrões e profanidades do passado, algo surpreendente para um dos (se não o) maior rapper da atualidade 2) O gospel na música pop não é novidade, de Elvis Presley a Whitney Houston passando por mil outros 3) Gospel nos EUA não é igual-qui-nem o gospel daqui, é relacionado à música negra, à luta pela igualdade racial.

ISSO TUTTO POSTO:
No Brasil VÁRIOS artistas já se relacionaram com uma música mais espiritual em algum ponto da carreira de maneira muito feliz. Vide…

Jorge Ben Jor (e a alquimia, nesse disco seminal; mais sua relação com São Jorge e outras paradas)

Baden Powell (e o candomblé; ele morreu evangélico renegando grande parte do repertório)

Roberto Carlos (bem na pegada gospel americana nessa música, que é um soul com referências cristãs)

Tim Maia (e a imunização racional do Universo em Desencanto)

Raul Seixas (do hinduismo nessa ao ocultismo)

Elis Regina (e o catolicismo dos romeiros)

Gilberto Gil (e a espiritualidade no geral)

Clara Nunes (e a umbanda)

A lista é interminável.

Agora parece que a música pop brasileira está reencontrando a espiritualidade. Começa pelo álbum de estreia da MC Tha, sobre o qual já falei aqui, que começa com um canto umbandista pop maravilhoso.

Mas passa também pelo lindo álbum novo do Emicida, AmarElo, cuja primeira música mistura pastor (Henrique Vieira) com atabaque e coro da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos; cita na letra Buda, arruda, Barrabás, salmo e Ubuntu; traz violão remete ao da "igreja de pobre". É lindíssimo (e confesso que meu olho lacrimeja toda vez que ouço, de tão bonito). Ah, e conta com a voz de Fabiana Cozza, uma das mais lindas do Brasil hoje.

Suspiro.

Falando em chorar, já assistiu ao clipe da música nova da Linn da Quebrada?

É tão bonito e emocionado que nem sei. O coro poderoso, a letra, a apropriação da evocação espiritual em contexto que foge à lógica heteronormativa não para fins de provocação e confronto mas porque a espiritualidade é de todos. A música salva, sim.

(aliás, você já ajudou na vaquinha da Vicente Perrotta? saiba mais aqui)

Voltando para o pop internacional, uma das artistas que melhor usou as referências do catolicismo e atualizou-as é Madonna com o seu superhit Like a Prayer. No último álbum, Madame X, ela canta Batuka com as batucadeiras de Cabo Verde. Nessa salada toda, ela grava o clipe da música em Portugal - um tropeço, seria muito mais simbólico gravar na ex-colônia do que no ex-colonizador. Mas não deixa de ser poderoso: é música de trabalho com referências religiosas, é letra de protesto contra repressão. Gospel, portanto.

E você, já entrou em contato com seu lado espiritual hoje?

Kiko Mizuhara: a sexta integrante do Five Fab do Queer Eye!

Já viu Queer Eye: Luz, Câmera, Japão!? A nova temporada de Queer Eye está em Tóquio e é curtinha, 4 episódios. Mas é tudo porque acrescenta na fórmula dessa versão Netflix do Queer Eye (transformação também interna, autoestima etc. e tal) o elemento do choque cultural. Como eu já disse aqui antes, a cultura japonesa e oriental no geral valoriza mais a coletividade do que a individualidade. Para o bem e para o mal: muita gente se sente anulada enquanto indivíduo. E também existe um sentimento de solidão muito forte - em Tóquio trabalha-se muito e socializa-se pouco, bebe-se demais como válvula de escape e, se você perder o trem, acaba dormindo em um hotel-cápsula, praticamente uma gaveta na parede. Incel lá é normal, cada vez menos gente casa e tem filho, quem tem filho tem só um, a taxa de natalidade vai caindo… Por aí vai. Lá é normal ter um balcão de restaurante voltado para a parede: é para você comer sozinho, olhando para o nada.

Mas tem coisas boas no Japão também, tá? kkkkkkkk

Bom, quem assistiu reparou que existe uma mulher no elenco fixo. Kiko Mizuhara serve como ponte, uma espécie de tradutora cultural, cis e hétero porém simpatizante, linda, tipo uma Maki Nomiya para 2019!

kiko-mizuhara.gif

As participações da Kiko são meio forçadas nesses epês. Às vezes parece que eles não sabem direito o que fazer com ela. Deviam ou ter assumido que ela era parte essencial e adicionado a fofa mais vezes, ou o jeito era deixá-la numa espécie de quadro fixo e pronto. Só no começo, por exemplo, para explicar e contextualizar melhor a questão de cada indicado no programa por causa das diferenças culturais entre ocidente e o Japão.
Mas de qualquer forma dá para ver que Kiko já é uma celebridade pela reação do Kan no episódio 2, quando o Karamo fala para ele que eles vão encontrar a Kiko. A bi fica empolgadérrima!!! Então porque deixar a moça tão subaproveitada?

Bom, a Kiko é famosa SIM. Lembra, por exemplo, do clipe de I Feel It Coming do The Weeknd?

Você quer capas de revista? Eu te dou.

Tá bom assim?

Kiko é americana e é filha de coreana com norte-americano. Nasceu no Texas mas se mudou muito pequena para o Japão. Ela já assinou coleção-cápsula para a Opening Ceremony, trabalhou como embaixadora da Dior e da Coach, participou de filmes como Norwegian Wood (de 2010, baseado no livro de Haruki Murakami). E cantou!

Herdeira do Shibuya-kei sim!!!
Resumindo, Kiko é tudo.

Para finalizar, um lamen lisérgico para abrir o seu apetite:

We love you, P5!

Talvez você só conheça isso:

E tudo bem, eu também só conhecia isso no começo. Foi aí que conheci o Pizzicato Five, a banda que diziam que era uma versão japonesa do Deee-Lite (que eu adorava).
Mas não era bem assim.

Keitarō Takanami, Maki Nomiya e Yasuharu Konishi, que se convencionou como a formação clássica do Pizzicato Five

Keitarō Takanami, Maki Nomiya e Yasuharu Konishi, que se convencionou como a formação clássica do Pizzicato Five

Assim como todo mundo, o Pizzicato Five tem um passado. Ele foi formado em 1979 pelos membros fundadores Yasuharu e Keitarô ainda na universidade, e contava com mais 3 integrantes (daí vem o Five do nome). Mas na primeira gravação já tinham sobrado só quatro: os dois fundadores mais Ryō Kamomiya e Mamiko Sasaki. E adivinha quem produziu e lançou o primeiro EP deles? Nada menos que a lenda Haruomi Hosono, membro das bandas Happy End (que já contei aqui que é uma das minhas preferidas do mundo) e Yellow Magic Orchestra. O EP já trazia bastante do que o Pizzicato Five seria, mas não tudo: era o Audrey Hepburn Complex, e foi lançado em 1985.

Ou seja: já tinha referências vintage dos anos 1960, esse ar fofinho misturado com camp que só o P5 sabe fazer (?!?), uma vocalista que deveria ser cheia de pose (Sasaki não segura muito a onda, mas tinha potencial), um cuidado especial com o material de divulgação (clipe, álbuns, cartazes).
Um tempo depois, em 1987, o P5 lança o álbum Couples, que eu na minha opinião suspeita de grande fã acho uma maravilha, mas flopou.

É meio Carpenters, meio chanson, meio lounge music. Sou o feliz proprietário de uma unidade de um relançamento em vinil desse álbum. #fissuradinho
Depois dele, Kamomiya e a vocalista Sasaki saem. Quem entra é, surpresa, Takao Tajima, nada menos que o vocalista do Original Love!
Não entendeu nada, né? Bom, eu te garanto, Original Love é TUDO.

Sempre me lembrou o Jota Quest do começo, o que é uma coisa boa, que fique claro. Esse namoro com o soul, meio… artista da Trama, sabe? E essa nem é a minha música preferida do Original Love. É essa aqui:

Voltando: Tajima se dividiu entre o P5 e o Original Love uma época. Essa música, por exemplo, é dessa fase:

É estranho ouvir Pizzicato Five com uma voz masculina, né? Mas acho legal, também!
Acontece que, pelo que dá para perceber nas vendas, o povo não achou tão legal assim…

Em 1990, começa a mágica: Tajima decide se dedicar ao Original Love e entra Maki Nomiya. A formação mais clássica do Pizzicato Five, um trio, estava em ação. E mais clássica porque:
1. Em 1991 eles lançam o álbum This Year's Girl, que conta com o hit internacional Twiggy Twiggy que a gente viu no começo desse post;
2. É a partir desse momento que começam os comentários e maravilhamentos sobre o chamado Shibuya-kei!

Mas o que é Shibuya-kei?

Um movimento? Uma cena? Um gênero musical? Uma estética?
Shibuya é um bairro de Tóquio bastante comercial, cheio de moda, movimento e vida noturna, com unidades das lojas Tower Records e da HMV (para quem não sabe, no Japão a indústria de CD segue firme e forte!). Não sou tão fã de Shibuya - prefiro Shinjuku, que é central mas menos posudo, ou Asakusa, que lembra um Japão mais tradicional, ou Harajuku, com sua mistura kawaii-fashion-armadilha-de-turista.
(Na verdade prefiro mesmo é Osaka, a outra cidade… kkkkkkk)

O Shibuya-kei nasceu em Shibuya e agrupa bandas e artistas que gostam de uma estética meio kitsch, meio montação, meio era Showa em versão atualizada, meio música pop ocidental. Pense em Serge Gainsbourg com Jane Birkin, as melodias doces de Burt Bacharach, a orquestração de Phil Spector e do Beach Boys de Brian Wilson. Só que nipônico! No fundo, o P5 já era tudo isso. Acrescentou-se a cultura do sampler, do mixer, do cut-copy. Bem pós-modernasss! Outros que tinham essas referências em comum se juntaram a eles. Caso do Flipper's Guitar, que existiu por pouco tempo mas tem fãs fervorosos.

Depois do Flipper's Guitar acabar, um dos integrantes, Keigo Oyamada, seguiu solo assinando como Cornelius. E virou uma das maiores referências do Shibuya-kei.

O conceito elástico do Shibuya-kei inclui o próprio Original Love, as lindas do Cibo Matto (que na verdade foi formado em NY!), o DJ Fantastic Plastic Machine e o Buffallo Daughter. Tem quem inclua até o Dimitri from Paris (e sinceramente, para mim, faz sentido).

Voltando ao This Year's Girl. Já estava quase tudo lá. A voz (e a pose) de Nomiya, a figura dela como musa num comentário engraçado e estilizado sobre a cultura da celebridade, as referências sessentistas, a aura cool, o foco no individualismo sendo que a cultura japonesa tende a valorizar o coletivo (a faixa 2 é I, em que a vocalista fica explicando como ela é na letra, a faixa 3 é Ohayo, bom dia em japonês, tipo uma versão blasé de Cotidiano?! kkkk).

Existe essa tendência japonesa a achar tudo que é ocidental mais cool. Mal sabem eles… This Year’s Girl é um discão: Baby Love Child, Thank You, Party (regravação de música do repertório solo de Hosono lançada por ele em 1973) - tudo é fácil, pop. A maioria das músicas originais são de autoria de Konishi.

Uma curiosidade: Twiggy Twiggy é composição de Nanako Sato. E existe… uma primeira versão. De um disco solo de Maki Nomiya. De 1981!!!

twiggy-twiggy-maki-nomiya.jpg

É desse disco aqui

Existia um registro no YouTube mas sumiu :(

A versão do Pizzicato Five é bem mais animadona, e ganhou um "epílogo” instrumental de autoria de Konishi que dá todo um charme a mais e se chama Twiggy vs James Bond. A versão que a gente conhece são as duas músicas juntas!
Nanako, que é uma artista bem interessante, um dia desses regravou Twiggy Twiggy. Legalzinho. Mas acho mais legal o álbum Funny Walkin’ dela, de 1977! Pop disco jazz divertido, roquinhos inocentes, músicas com forte gosto retrô na boca (tipo o que a Rita Lee fez depois com Flagra, Só de Você e outros pops abolerados dela, e de certa forma também é o que o Pizzicato Five também faria algumas vezes).

Em 1992, chega o novo álbum Sweet Pizzicato Five e, com ele, o último elemento que faltava para a essência do grupo: o namoro com a música eletrônica. É por isso que existiam comparações com Deee-Lite, sacou? A primeira música do álbum é Tout Va Bien:

sweet-pizzicato-five.jpg

Capa e outra capa!

Nomiya abusava das perucas e montações, a identificação com a cena clubber foi imediata!

Também são dessa época duas músicas bem conhecidas que saíram em single: Sweet Soul Revue e Tōkyō wa Yoru no Shichiji (que fora do Japão virou The Night is Still Young e quer dizer Tóquio às 7h da noite). Ambas são uma delicinha, mesmo:

E aí começaram a sair as compilações da americana Matador Records. Se eu estou bem lembrado (provavelmente não, mas enfim), tinha lido em algum lugar essa comparação com Deee-Lite e, na Rua 24 Horas de Curitiba (?!??) tinha uma loja de CDs. Em uma viagem, vi a coletânea Made in USA na vitrine e comprei - ou fiz minha tia comprar? Sei lá. Foi amor - e vício - à primeira vista. Já gastei muito dinheiro com o P5. Foram CDs importados, singles, praticamente qualquer coisa que tivesse uma imagem da Nomiya!

made-in-usa-pizzicato-five.jpg

Cheguei a fazer um amigo por correspondência que morava nos EUA e que me mandava mix tapes com músicas do P5 (nunca o encontrei ao vivo). E quando Maki Nomiya veio para BH participar de um show da Fernanda Takai eu não pensei duas vezes - fui (obrigado mais uma vez Flavia Durante pela credencial alcançada). Tem uma história muito engraçada sobre isso: fui para Congonhas pegar o avião e lá vi uma mulher toda posuda de cabelo preto, com uns óculos escuros grandões, um lenço estiloso na cabeça e uma entourage. Pensei "MEU DEUS DO CÉU, SÓ PODE SER A MAKI NOMIYA". Fui chegando perto e fazendo uma cara de paisagem, como quem não quer nada. Mais perto. Mais perto. Mais perto. E aí ouvi a mulher falando.

A voz não deixava dúvidas.
.
.
.
,
Era a Marisa Monte.

Sim, confundi a minha cantora japonesa preferida com a Marisa Monte.
Ah, a miopia… kkkk

Em 1994, Takanami saiu e o trio virou dupla. Em seguida, apareceu um dos meus álbuns preferidos do P5, Overdose, que é inspirado em NY. Entre as músicas, essa:

Soul delicioso! Também tem várias outras tipo On the Sunny Side of the Street e o rock Superstar:

1995 viria com o álbum Romantique 96, que sinceramente não acho tão forte apesar de ter coisas como Tokyo Mon Amour, The Sound of Music, Triste e Nata di Marzo. Em algumas músicas, ele me parece antecipar a vontade de voltar ao pop dos anos 1960 mas agora com referências menos kitsch, que são levadas mais a sério, tipo… bom, vamos falar logo: tipo Beatles. Se você pensar bem, olhando agora com distância, o P5 estava fazendo o seu próprio britpop, que era mais pop. Meio Abbey Road, meio álbum branco e mais McCartney e Harrison que Lennon.

Ah, e a oitava faixa é Contact, uma versão da música de Brigitte Bardot composta por Gainsbourg! Acho um charme, e era a cara dos anos 1990 o indie ouvir Gainsbourg, lembra? A versão original segue abaixo:

A partir daí, P5 lançou alguns singles e EPs ótimos mas, na minha opinião, o encanto começou a se quebrar. :( Mas calma - teve o single Baby Portable Rock em 1996:

E teve a Sister Freedom Tapes no mesmo ano, que é total Beatles e eu AMO:

Acho todo o resto que veio depois redundante e pior - desculpa para quem adora Happy End of the World e Playboy Playgirl, para mim é meio bobagem. Bobagem gostosa, mas bobagem. kkkkkk
PORÉM o último álbum, Çà et là du Japon, saiu em 2001 e é bem interessante por ser diferentão. Uma homenagem ao Japão no inverno (?? kkkkk), ele já traz poucas músicas com Nomiya e vários convidados, como Bertrand Burgalat. Fico encantado também com a versão de AIUEO, originalmente do seminal álbum Kazemachi Roman da banda Happy End, em uma pegada bem bossa nova. E Gotta Call’em All!? Sim, é uma versão da música de Pokémon. QUENDA!

Parece que tá rolando uns relançamentos de Pizzicato Five recentemente.

Tem pouquíssima coisa deles no Spotify, mas Nomiya em si continua firme em sua carreira solo. Um de seus álbuns, de 2014, resgata sucessos do… Shibuya-kei! Tem coisas do Pizzicato Five, tem a música que gosto do Original Love... Adoro.

E chega, que já tá bão demais, né?

Tchau!

Tchau!

Obs.: Se você chegou até aqui, talvez também se interesse por esses posts abaixo!

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ATUALIZAÇÃO 13/12/2019: TEM PIZZICATO FIVE NO SPOTIFY!
Chegou a compilação! ESTOU TÃO FELIZ!!!

Pabllo Vittar fez de novo

Saiu o EP 111 1 no dia do aniversário da Pabllo Vittar, 1/11, e ele traz as músicas que a gente já conhece, a ótima Parabéns com o Psirico e a mais OK Flash Pose com Charli XCX, mais outras duas inéditas!

111.jpg

Ponte Perra é, como muitas das músicas do anterior Não Para Não, uma mistura que usa a estrutura do k-pop, aquele mix de "momentos” mais rápidos, drops e tal, com reggaeton.
Mas o melhor mesmo é Amor de Que, um arrocha arretado, primo das músicas do Aviões do Forró e de Dorgival Dantas. Até o grito “AU!" aparece! Um sax safado, uma guitarrinha delícia. Mas o importante é a letra: enquanto a tendência do forró atual é ser um tanto moralista, defensor da monogamia, detrator da traição e dos "maus costumes", na lógica de Pabllo o legal é deixar tudo bem claro desde o início. O amor dela, meu bem, é amor de quenga. E as outras mentem quando dizem que o amor delas é fiel!

É divertida, de melodia grudenta, vai ser hit, é isso aí.
O último 1 do título do EP quer dizer que ele é uma parte de um todo: a segunda, com 6 músicas, é prometida para 2020. Na coletiva, Pabllo disse que vai chamar Ivete Sangalo para participar dessa segunda leva. Tudo!
Ouça Amor de Que:

ATUALIZAÇÃO DIA 3/11, às 17h20:
Pabllo arrasou no tapete vermelho do EMA, a premiação europeia da MTV, de Rober Dognani!!!
Chique demais:

Adorei! Rober, você arrasa!!!