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A lista de backing vocals do disco Luar do Gilberto Gil

December 11, 2020 by Jorge Wakabara in música

Luar (A Gente Precisa Ver o Luar) é o disco lançado por Gilberto Gil em 1981. Sequência da festa de Realce de 1979, ele trazia o hit Palco, de autoria do Gil, que havia sido gravada anteriormente pelo A Cor do Som em 1980. Sinceramente? Apesar da citação a Here, There and Everywhere dos Beatles na versão do A Cor do Som, a de Gil é bem mais contagiante e ficou bem mais clássica.

Com produção de Liminha e uma incrível banda que inclui a superdupla Lincoln Olivetti e Robson Jorge, Luar me chama a atenção por algo muito específico, além do seu clima dançante delícia… os backing vocals. É que o time é muito incrível, é muito babado. Então vou dar a letra aqui. Segura essa lista!

Rosana

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Sim, ela mesma, como uma deusa. Rosana só gravaria seu primeiro álbum solo em 1983, e o Coração Selvagem, que tem O Amor e o Poder (que ficou conhecida por Como uma Deusa por causa do refrão) e Nem um Toque viria em 1987. Ela está no backing vocal de nada menos que 6 faixas de Luar, incluindo a faixa homônima, Palco e Cara Cara, a única composição que não é assinada por Gil (é de Caetano Veloso).

Loma

A gaúcha Loma Pereira já tinha participado do Grupo Pentagrama nessa época e gravaria seu primeiro álbum solo em 1985, o homônimo Loma. Ela é bem incrível: ouça o disco Mate por Ti de 1991 ou assista a essa live que aconteceu em 2020. Loma faz parte do backing vocal da música Axé Babá nesse disco de Gil. Uma curiosidade é que ela também fez parte do backing vocal de um clássico gaúcho: Deu pra Ti, a gravação original de Kleiton e Kleidir do mesmo ano de 1981. Amo!

Ronaldo Barcellos

Você lembra dessa pérola do pagode, de Ronaldo e os Barcellos? Pois é, mas se não lembra, com certeza de alguma outra música composta por ele você vai lembrar: Marrom Bombom, 1994, de Os Morenos (com Délcio Luiz). Ou Se Melhorar Estraga, 1997, do Karametade (também com Délcio).
Mas volta: como parte da turma do Lincoln Olivetti e Robson Jorge, Ronaldo também cometeu outras composições incríveis mesmo antes de participar do disco de Gil: o maravilhoso Black Coco do Painel de Controle, por exemplo, que misturava o coco com a música black em 1978. Olha:

Black Coco é de Ronaldo com Lincoln.
Ronaldo também chegou a lançar um compacto em 1977 chamado Hello Crazy People – sim, o bordão do DJ Big Boy! A música era uma homenagem a ele. É engraçado pensar que Nara Gil, a filha de Gil, faria uma outra homenagem ao DJ que fez história em Armação Ilimitada: ela interpretava a narradora-DJ Black Boy, com referência a ele.
Ronaldo canta nas mesmas 6 faixas que Rosana participou em Luar. Mas teve uma mulher que cantou em mais faixas ainda…

Lucinha Turnbull

Lucia Turnbull já tava circulando fazia um tempo. Havia feito parte da dupla Cilibrinas do Éden com Rita Lee, que não vingou, e da primeira formação do Tutti Frutti que acompanharia Rita na fase mais rock da carreira solo dela. Dizem que Esse Tal de Roque Enrow da Rita é inspirada na relação entre Lucinha e a mãe. Em 1980, um ano antes de Luar, Lucia lançou Aroma, seu primeiro e único disco solo. A música homônima é de Gilberto Gil. No álbum também tinha parceria com Rita: Bobagem e Perto do Infinito.
Lucinha é considerada a primeira guitarrista brasileira. Tsá, meu bem? Mas o vocal também é bom, tanto que Gil aproveitou em 8 músicas das 10 de Luar! Ela é uma das 4 mulheres do coro feminino de Se Eu Quiser Falar com Deus – nada mal, considerando as outras, sobre as quais falo em seguida…
Esse minidoc de Luiz Thunderbird e Zé Mazzei sobre Lucinha é bem bacana, vale o play:

Jane Duboc

Opa, pois sim!
Jane Duboc Vaquer já tinha participado do VI Festival Internacional da Canção da Globo cantando No Ano 83 de Sérgio Sampaio, em 1971. Já tinha gravado trilhas sonoras, sido crooner da Banda Veneno de Erlon Chaves. E também havia lançado seu primeiro álbum, Languidez, em 1980. Essa música de cima já é de 1988, do disco Feliz: De Corpo Inteiro (Luiz Fernando e Aécio Flávio), que fez parte da trilha sonora da novela O Salvador da Pátria.

Em Luar, Jane participa de Cores Vivas e Se Eu Quiser Falar com Deus.

Claudia Telles

Ela mesma! Fim de Tarde e Eu Preciso te Esquecer, dois dos maiores sucessos de Claudia Telles, já haviam saído no álbum de estreia da cantora, o homônimo Claudia Telles de 1977. E ela, assim como Jane, está no coro de Cores Vivas e Se Eu Quiser Falar com Deus. Claudia era especializada em coro de estúdio paralelamente à sua carreira solo: também fez backing para Miss Lene no disco dela de 1980, para Jorge Ben Jor em Benjor de 1989, para Biafra em Despertar de 1981, para Hyldon em Nossa História de Amor de 1977 e por aí vai.

Don Pi

Grande Don Pi! Deve ter agradado a Gil, já que ele participou do coro de Um Banda Um, o disco seguinte do artista de 1982. Não é só: também colocou backing em Sandra Sá, o clássico de Sandra de Sá de 1982, em Menestrel das Alagoas, faixa do álbum de Fafá de Belém de 1983…
Don Pi também é músico, fez muita coisa com Tim Maia no teclado. Ah, e sabe as cordas de Certas Coisas de Lulu Santos, de 1984? Direto do teclado de Don Pi!

Não existiriam vários clássicos se não houvesse Don Pi!
Assim como Rosana e Barcellos, Don Pi fez vocal de seis músicas.

Sônia Burnier

Maravilhosa! Já falei de Sônia Burnier aqui quando contei sobre a disco music brasileira. Sônia já tinha cantado dois temas de novela: Duas Vidas, para a novela homônima de 1977, e Te Contei?, da abertura da novela de 1978. Duas Vidas é esquisitíssima, tem uma vozinha de criança, eu hein. Depois ainda teve Belo Sentimento, da trilha de Feijão Maravilha de 1979. Reparou? Tudo isso antes de participar de Luar!
Sônia também participou de Cores Vivas e Se Eu Quiser Falar com Deus.

E é isso!
A gente precisa ver o luar!

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December 11, 2020 /Jorge Wakabara
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Canta, Mário Gomes

August 31, 2020 by Jorge Wakabara in TV, música

Antes de Marcos Pasquim, Humberto Martins e todos os descamisados das novelas de Carlos Lombardi, existiu esse protomuso. Aliás, o Mário Gomes fez parte do elenco de várias novelas em que Lombardi participou como colaborador ou autor principal. Jogo da Vida, por exemplo, com o autor principal Silvio de Abreu, de 1981. Guerra dos Sexos, do mesmo Silvio, de 1983. Vereda Tropical, a primeira de Lombardi como autor titular na Globo, de 1984. Perigosas Peruas, de 1992. E por aí vai.

Mas antes de tudo isso, em 1976, surgiu um boato babadeiro e maldoso envolvendo um pessoal da TV. A fofoca era que Gomes foi parar no hospital com uma cenoura entalada na bunda. O próprio autor da história mentirosa já confessou seu crime: era Daniel Filho, na época diretor de novela e casado com Betty Faria. Betty teria se engraçado com Gomes, seu par na novela dirigida por Daniel, Duas Vidas.
Na novela, Mário Gomes interpretava Dino César, um cantor. E a música-tema do personagem na trilha sonora era interpretada por ele mesmo: Chiclete e Cabochard.

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Esse colarzinho branco de contas que o personagem Dino usava virou moda na época.

E aí, embalado pela música que interpretou de autoria de Pedro Aurélio C. Dias, Gomes gravou e lançou um disco inteiro. O colar virou corrente na foto da capa.

A semelhança com Belchior é esquisita-maravilhosa-insólita.
A música de Mário Gomes raramente é encarada como algo mais do que uma tentativa de ganhar dinheiro. Sinceramente, acho LEGAL. Acho essa música BOA. Interessante. Pop. Imita Belchior? Sem dúvida. Mas é legal. Tá tudo certo!

E o resto do disco?

Um Alô, a que abre o álbum, é do Guilherme Lamounier, assim como Enrosca. A versão de Enrosca do próprio Guilherme também saiu no mesmo ano, 1977. E surpresa: a do Fábio Jr é posterior, de 1982! Um Alô foi exclusiva para Gomes e até hoje só existe registro gravado na voz dele.

Acho O Cadillac do Prefeito, de Piau e Sérgio Natureza, bem interessante (e, mais uma vez, bem Belchior). Idem para Primeira Amante, do mesmo Pedro Aurélio C. Dias, e para Ainda Havia Amor, de Mauro Machado Jr e Dalton Rieffel (essa com um coro de mulheres bem cafona-delícia). Só pra Você, criada por Gabriel O'Meara e Paulo Zdanowsky, é inspirada em poesia de Pablo Neruda e é spoken word na mesma linha de compactos que os galãs Tarcísio Meira (em 1975) e Francisco Cuoco (em 1974) vinham fazendo. É meio o 50 Tons de Cinza da época? Babado…

A última, Cartier Latin, é TUDO, um convite ao desbunde. A autoria é de Sérgio Mello.

Vou abrir um parênteses aqui para falar de Sérgio, que é um artista indie que eu acho interessante. Em 1983, ele lançou esse disco aqui:

Sérgio continuou lançando um monte de música em esquema independente até hoje. A mais nova é Too Much is Not Enough, um rock em inglês bem curtinho, de menos de dois minutos, que saiu no Spotify em julho de 2020!

E é importante dizer: não confunda Sérgio Mello com o diplomata Sérgio Vieira de Mello, recentemente interpretado por Wagner Moura na cinebio Sérgio, que está na Netflix.
Fim do parênteses!

Gomes (e toda a torcida do Flamengo) diz que sua carreira foi muito prejudicada pelo boato da cenoura. Depois de Vereda Tropical de 1984, o ator deve ter reparado que a barra pesou ainda mais (e pesou mesmo, ele não apareceria novamente em elenco da Rede Globo até 1989 em O Sexo dos Anjos e, nesse meio tempo, faria a novela Olho Por Olho da Manchete só em 1988). O artista diz que é por isso que tentou se dedicar à carreira de cantor – talvez diversificando suas chances, conseguiria mais trabalhos. Foi aí que surgiu o ótimo compacto de 1984 que trazia O Dono da Bola e O Rei dos Trópicos.

Adeus para o toque belchioriano. Anos 1980 na veia. Atrevidíssima, a letra da música diz de “chão da sala, joelhos em dor” – bem gráfico, né, acho que você entendeu. E pelo visto, ou a mulher gosta bastante de mudar de visual, ou são várias: Gomes canta de cabelo louro, depois de cabelo negro e sarará. Uma loucura! Perucas, será?
A música O Dono da Bola é composta por Gastão Lamounier Neto e Luis Mendes Junior com o próprio Mario Gomes. Entrou na trilha de Vereda Tropical. Gastão, para quem não reconheceu o sobrenome, é primo de Guilherme Lamounier. Todos eles são netos de Gastão Lamounier, um compositor bem importante da música brasileira, especializado em valsas. Essa aqui, por exemplo, é dele com Olegário Mariano:

Gomes ainda gravaria mais um compacto em 1985, com as músicas No Sexto Degrau e Coisas da TV. A letra de Coisas da TV parece falar sobre, bem… Betty Faria.

E essa aquendada do pipi? Não entendi!

E essa aquendada do pipi? Não entendi!

Gomes ainda chegaria ao ponto de cantar Estou Cheio de Mulher, do repertório do Chacrinha, no programa do próprio apresentador, explorando o seu lado latin lover. Soa como uma pessoa desesperada para enterrar a fofoca da cenoura (desculpa, o trocadilho foi involuntário).

As coisas teriam sido diferentes para Mário Gomes se esse boato não tivesse aparecido? Talvez.

Mais recentemente, a "imprensa” descobriu e explorou bastante o fato de Gomes estar vendendo sanduíche na praia tal qual Raquel Accioli em Vale Tudo (ou num esquema mais profissional: ele tem um carrinho e tudo). O câncer de próstata do qual ele sofreu no passado voltou agora, em 2020. Ele deu uma entrevista para Cidinha Campos no rádio nesse ano e declarou, entre outras coisas, que está escrevendo um livro sobre a sua vida. E sim, o boato da cenoura estará nele, assim como seu caso com Betty Faria.

Queremos ler desde já.

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August 31, 2020 /Jorge Wakabara
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