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Para entrar em Pânico

October 17, 2020 by Jorge Wakabara in cinema

Já estávamos quase na metade dos anos 1990 e parecia que os filmes slasher adolescentes era a coisa mais anos 1980 que existia. O Pesadelo Final (1991) com Freddy Krueger era uma piada (assisti no cinema, que eu me lembre, e na época achei legal principalmente por causa dos minutos em 3D no fim do filme – mas na verdade eu era uma criança kkkkkk). Halloween 5: A Vingança de Michael Myers (1989) também é considerado o mais fraco da franquia pela maioria dos fãs. Jason Vai Pro Inferno – A Última Sexta-Feira (1993) só não foi pior nas bilheterias que o seu antecessor Sexta-Feira 13 – Parte VIII: Jason Ataca em Nova York (1989); amo esse de 1989 justamente por ele ser ruim demais kkkkkk

Aí o Wes Craven, que é o nome por trás do A Hora do Pesadelo original, teve uma ideia. Calma: ainda não era essa que você está pensando. Estou me referindo ao O Novo Pesadelo (1994).

De repente Freddie estava de volta pelas mãos (e rosto, e corpo, e tudo e tal) do inesquecível Robert Englund – que, diga-se de passagem, o Ryan Murphy está bobeando de não trazer pra turma dele

De repente Freddie estava de volta pelas mãos (e rosto, e corpo, e tudo e tal) do inesquecível Robert Englund – que, diga-se de passagem, o Ryan Murphy está bobeando de não trazer pra turma dele

Com O Novo Pesadelo, Craven deu uma credibilidade renovada pros slasher que todo mundo achava que eram coisa do passado e que nunca mais seriam lucrativos.

O filme é uma salada metalinguística que surpreendentemente dá certo e eu vou tentar resumir pra quem não viu: a história é do próprio Wes Craven no papel dele mesmo, fazendo um novo filme de Krueger no aniversário de 10 anos do primeiro. Heather Langenkamp, que está no Monte Olimpo das melhores final girls que já existiram por seu papel como Nancy, a protagonista do A Hora do Pesadelo original, também interpreta ela mesma. Heather está recebendo ligações telefônicas (PRESTENÇÃOOO) na vida real com uma voz assustadoramente parecida com a do personagem Freddie Krueger. O marido dela morre num acidente de carro muito parecido com uma morte de A Hora do Pesadelo, e o corpo é encontrado com rasgos.
Resumindo: uma força demoníaca usa da imagem de Krueger pra se manifestar de verdade, nada de filminho. Então a trama acompanha uma produção de um novo filme da franquia, mas onde coisas assustadoras estão acontecendo com a equipe na "vida real".
Entendeu? É complexo mesmo.

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A franquia já estava pra lá de Bagdá, então a bilheteria seguiu ruim pra essa nova tentativa, mas o pessoal viu que o filme em si era interessante. Dava um respiro. E principalmente não era tão besta quanto as sequências anteriores. Então Craven ganhou um tíquete de ouro… pra fazer Pânico.

Chegamos no que interessa: o ano de 1996

Sidney (Neve Campbell) e Tatum (Rose McGowan) em Pânico (1996)

Sidney (Neve Campbell) e Tatum (Rose McGowan) em Pânico (1996)

Craven não só foi o responsável por uma das maiores franquias do cinema como conseguiu fazer mais uma e, de quebra, ressuscitar o gênero slasher. Pânico juntava a ideia do telefone que foi explorada em O Novo Pesadelo e brincava com a metalinguística mas de forma diferente. É que estes adolescentes dos anos 1990 conheciam os filmes dos anos 1980, e o assassino em série, que na verdade é do convívio deles e não tinha nenhum superpoder místico, gostava de brincar com a ideia de seguir as regras de um filme slasher comum. Isso quer dizer matar quem vai sozinho pra algum lugar, matar quem transa, fazer charadas assustadoras antes de matar, matar todo mundo ao redor de uma final girl antes de chegar na final girl em si. E eventualmente… se revelar e ser morto pela final girl.

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Drew Barrymore em Pânico: tem algo mais anos 1990 que isso?

A clássica primeira cena do filme traz a personagem Casey sendo assassinada – e depois, todas as sequências brincaram com esse começo

O primeiro Pânico foi um marco. Trouxe uma segunda onda de slashers – não tão forte quanto a oitentista mas impactante no imaginário pop. Ghostface, o disfarce do assassino, virou um personagem recorrente no Halloween e em paródias. A frase “Hello, Sidney” ao telefone com voz distorcida pegou. Courteney Cox, que já era a Monica de Friends, conseguiu um segundo personagem famoso pra se livrar do estigma da série-hit logo de cara. E também conheceu o futuro marido, David Arquette, no elenco (que depois virou ex-marido e a vida seguiu).

David, aliás, é o irmão mais novo de Patricia Arquette, cujo primeiro papel na carreira foi de scream queen: era A Hora do Pesadelo 3 – Os Guerreiros dos Sonhos (1987). A personagem de Patricia, Kristen, sobrevivia na história, mas Patricia passou a chance de revivê-la e outra atriz assumiu na sequência A Hora do Pesadelo 4 – O Mestre dos Sonhos (1988). A substituta foi Tuesday Knight (e é difícil pensar em algum nome tão maravilhoso quanto Tuesday Knight!).

A repórter Gale Weathers (Courteney Cox), o geek Randy Meeks (Jamie Kennedy) e a final girl Sidney Prescott (Neve Campbell)

A repórter Gale Weathers (Courteney Cox), o geek Randy Meeks (Jamie Kennedy) e a final girl Sidney Prescott (Neve Campbell)

Dizem que muitas estrelas recusaram o papel de Sidney, incluindo a própria Drew Barrymore, que escolheu Casey porque achou que ia ser chocante uma estrela morrer nos primeiros minutos do filme – achou certo, era chocante mesmo. Além dela, Reese Whiterspoon, Claire Danes, Brittany Murphy e Chloe Sevigny também foram cogitadas. Campbell, que já havia virado uma estrela de TV em O Quinteto, foi a escolhida – e antes deu uma passadinha em Jovens Bruxas, no mesmo ano, pra realmente solidificar seu status de nova it girl herdeira de Molly Ringwald e Winona Ryder que, estranhamente, não adquiriu o status cult das outras duas.
(Ah, e queriam que a própria Ringwald fizesse a Sidney. Ela já tinha 26 anos e achou que não tinha nada a ver. Mas imagina???)

Na minha humilde opinião, Campbell nunca mais conseguiu sair da pele de Sidney Prescott, é quase uma maldição pra ela.

Sidney e Dewey (David Arquette)

Sidney e Dewey (David Arquette)

Tudo isso está fresco na minha cabeça porque: 1. recentemente reassisti a todos os Pânicos; 2. falei a respeito no podcast da Bia Bonduki, Eu Tive Um Sonho, sobre A Hora do Pesadelo! Ouça abaixo!

Uma coisa que as pessoas esquecem sobre Pânico é que ele não é filho de um pai só. Craven dirigiu os quatro longas, mas o roteiro é de Kevin Williamson. O primeiro roteiro filmado de Kevin é Pânico. E depois disso ele surfou na onda: Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado (1997), baseado em livro de Lois Duncan, é o segundo roteiro filmado dele. Prova Final (1998), que não é exatamente um slasher mas não deixa de ser um terror adolescente, é o quarto (Pânico 2 veio antes).

E o que eu acho mais legal de Pânico é que ele é um dos últimos suspiros dos early millennials antes de tudo ser tomado pela internet. Nós somos a última geração que interagiu na adolescência ainda sem a onipresença da rede. Pânico não seria possível nesses moldes em 2020 porque ninguém mais tem telefone fixo. E os adolescentes simplesmente perderam a intimidade com o telefone no geral – é sério, acredite, eu já trabalhei com estagiários e sei disso. Eles não sabem atender direito! Acham estranho.
Eu também acharia!

A sequência

Pânico 2, que veio no ano seguinte, 1997, era exatamente o que você poderia esperar de uma sequência de Pânico, e até brincava com isso, ainda no seu exercício de metalinguagem. As sequências dos filmes slasher têm mais mortes e é mais mirabolante. Alguns personagens que sobreviveram voltam e é até estranho que a maior parte deles não morresse aqui, porque geralmente era isso que acontecia.

Ah, e temos isso também.

Cici (Sarah Michelle Gellar)

Cici (Sarah Michelle Gellar)

Onde está a sobrancelha dela? Não sei. Puro suco dos anos 1990. Depois, Sarah seguiria pro estrelato com Segundas Intenções (1999) e, claro, a série Buffy, A Caça-Vampiros (1997-2003)
Aqui Sidney já está na faculdade e a fantasia de Ghostface virou artigo pop. Existe um filme, Stab, sobre a história de Sidney e baseado em um livro de Gale. Aquela personagem de Drew Barrymore, Casey, é interpretada em Stab pela maravilhosa Heather Graham!

A Casey do filme dentro do filme: Heather Graham

A Casey do filme dentro do filme: Heather Graham

Sem esquecer o mais delicioso fato que a Sidney da ficção é interpretada por Tori Spelling.

Eu amo a tintura “marrom acobreado” HAHAHAHAHAHA

Eu amo a tintura “marrom acobreado” HAHAHAHAHAHA

Pânico 2 não supera o primeiro. O começo é maravilhoso, mas o fim é mais bobo. E tá tudo bem, ele não chega a ser ruim.

Pânico 3: tão metalinguístico que eu nem sei

Depois de Pânico 2 as coisas começaram a ficar mais complicadas no terror. Surgiu um elemento novo: o j-terror (ou j-horror). Ringu, ou Ring – O Chamado, saiu em 1998. A Bruxa de Blair apareceu em 1999. Um terror mais psicológico ficou na moda e o velho slasher parecia ultrapassado mais uma vez.

Mas Pânico preferiu seguir na sua linha metalinguística e ignorou essas novas ondas. Em 2000, aconteceu praticamente a refilmagem de O Novo Pesadelo em versão Pânico. Pânico 3 acontece nas filmagens de Stab 3, da franquia ficcional Stab. Ele se leva muito pouco a sério e talvez por isso consiga se manter divertido, ainda que nada assustador.
Pra variar, uma das coisas legais é descobrir que atores participaram.

Do que eu gosto mais, da minha histriônica preferida Parker Posey no papel de Jennifer Jolie, a atriz que interpreta Gale Weathers em Stab 3, ou ESSA FRANJA ABSURDA DA COURTENEY COX?

Do que eu gosto mais, da minha histriônica preferida Parker Posey no papel de Jennifer Jolie, a atriz que interpreta Gale Weathers em Stab 3, ou ESSA FRANJA ABSURDA DA COURTENEY COX?

Obs.: a minha histriônica preferida no exterior é Parker Posey. A minha histriônica preferida no mundo é Maria Luísa Mendonça, claro.

A Sidney ficcional infelizmente não é mais Spelling e sim Emily Mortimer. Gosto dela mas a atriz está meio mortinha em Pânico 3.
Ah, sim, tem isso também.

Hollywood royalty, baby: Carrie Fisher no papel-chave Bianca Brunette

Hollywood royalty, baby: Carrie Fisher no papel-chave Bianca Brunette

Bianca entrega tudo: tira uma onda quando as personagens fazem menção à sua semelhança com Carrie Fisher e resolve quase toda a trama em uma cena.

E bem, a trama… é meio rocambolesca. Impossível levá-la a sério. Quando chega o fim, ele é tão absurdo e perdido que você precisa mesmo rir. Parece uma novela mexicana.
Toda franquia de terror chega num momento que acaba inventando subtrama demais pra se desenvolver. Pânico 3 só dá pra assistir se for pra encarar como uma comédia.

De volta ao básico em 2011

Parece menos, mas já faz quase uma década que saiu Pânico 4. Como não dava mais pra sair cachorro daquele mato, a história voltou pra trás. Mais especificamente, pra Woodsboro, a cidade fictícia de Pânico. A sinopse: Sidney superou tudo e conseguiu ela mesma escrever um livro sobre sua história. Decide voltar pra cidade natal no meio da turnê de lançamento, e fica hospedada na casa da… tia. Vocês lembravam da tia? Nem eu, mas aí está.
E aí existe uma outra turma de jovens que inclui a prima de Sidney, Jill Roberts (Emma Roberts). E a matança recomeça pra eles…

Kirby (Hayden Panettiere) e Jill (Emma Roberts)

Kirby (Hayden Panettiere) e Jill (Emma Roberts)

Existia o que tirar de um Pânico 4? Não muito. O gênero já estava esgotadérrimo. Mas as sequências de Stab que aparecem são maravilhosas, especialmente pelas participações especiais.

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Lucy Hale, Anna Paquin e Kristen Bell.
Na turminha jovem fora dos filmes, ainda temos Nico Tortorella novinho como o perturbado namoradinho de Jill! Hahahahahahaha!

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Acho Pânico 4 OK, mais realista (na medida do possível) porém menos engraçado que o terceiro. Então sei lá, ambos estão juntos lá no pé da lista em questão de qualidade.

Mas e Pânico 5, hein?

Sim: Pânico 5 foi confirmado. Craven infelizmente morreu em 2015, então Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, a dupla de diretores que acumula mais letras duplas que todas as outras em seus nomes e que dirigiu Casamento Sangrento (2019), assumem a cadeira. Neve Capbell está confirmada, assim como Courteney Cox e David Arquette.

De lá pra cá existiu Corra! (2017) e Nós (2019). Existiu Hereditário (2018) e Midsommar: O Mal Não Espera A Noite (2019). Muitas águas rolaram no gênero. Pânico já virou uma caricatura de si mesmo.

Espero alguma coisa boa? Não! kkkk
Vou assistir mesmo assim? SIM! KKKKKKKKKKKK

Ai ai, a gente gosta de perder tempo com bobagem, né?
A estreia de Pânico 5 está marcada pra nada menos que 14 de janeiro de 2022, o meu aniversário de 41 anos.
Afffff! kkkk

“Alô, Sidney… Você gosta de sequências de filme de terror? Pelo jeito, sim, né?"

“Alô, Sidney… Você gosta de sequências de filme de terror? Pelo jeito, sim, né?"

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October 17, 2020 /Jorge Wakabara
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"I'm not a Heather, I'm a Veronica": Heathers, que inspirou Ryan Murphy, que inspirou Heathers

July 27, 2020 by Jorge Wakabara in cinema, TV

It's just!
Se você ainda não assistiu a Heathers, o filme de 1988 que em português ganhou o infeliz nome de Atração Mortal, pare tudo e ASSISTA. Mas antes, um aviso: talvez você não goste. Nem todo mundo gosta. Heathers é comédia de humor macabro, brinca com valores com os quais muita gente ainda se identifica, mexe com a “instituição” bullying de um jeito que poucas (ou nenhuma?) obra de ficção conseguiu depois, e mais importante de tudo… fala de suicídio adolescente, que pode ser um gatilho para muita gente.
Avisos feitos, vamos lá. Vou tentar não dar spoilers, mas acho que pode rolar umas escapadas – você foi avisado.

Veronica Sawyer (Winona Ryder) e Jason Dean (Christian Slater) em um dos velórios de Heathers

Veronica Sawyer (Winona Ryder) e Jason Dean (Christian Slater) em um dos velórios de Heathers

Quem diria que ia dar certo? Pouca gente. O próprio roteirista Daniel Waters, em entrevistas, reconhece que foi ingênuo e não pensou nos efeitos que sua escrita poderia causar. Ele simplesmente escreveu o que queria ver. Na época, todos os longas teen clássicos de John Hughes já tinham sido lançados e portanto o "panteão mítico” do high school norte-americano já havia se espalhado pelo mundo via Hollywood. Antes de Heather Chandler (Kim Walker), existiu Benny (Kate Vernon) e suas amigas em A Garota de Rosa-Shocking; antes do jock Ram (Patrick Labyorteaux) tivemos os bullies Ian (Robert Downey Jr) e Max (Robert Rusler) em Mulher Nota 1000; antes do bad boy Jason Dean tivemos John Bender (Judd Nelson) em Clube dos Cinco.

E principalmente: antes de Winona Ryder tivemos Molly Ringwald. Uma nova it girl roubava os holofotes, e essa tinha um toque dark, próprio dos anos 1990 que chegavam. Se a princesa Claire (Ringwald) ficou com Bender no fim do Clube, isso era apenas um prenúncio da síndrome de Jean Grey: é para ela ficar com o Ciclope, mas o Wolverine lhe parece estranhamente irresistível…
Ringwald de certa forma fez isso com o roqueiro moderno Dweezil Zappa, mas Winona ultrapassaria essa marca: enquanto Veronica Sawyer participava efetivamente da trama ao forjar o bilhete de suicídio de uma das Heathers (ela no mínimo poderia ser acusada de cúmplice), a atriz em si namoraria com Slater (em algum momento das filmagens ele deixaria a então namorada Walker para ficar com Ryder), Johnny Depp, David Pirner (o vocalista do Soul Asylum)… E, principalmente, ELA MESMA tomaria o papel de bad girl ao ser presa roubando na Saks. Sua posição de musa cult depois de Edward Mãos de Tesoura (1990), Caindo na Real (1994), Garota Interrompida (1999) e principalmente o próprio Heathers confunde personagem e vida real e a deixa sujeita à empatia e identificação pela Geração X, que simplesmente trocou Molly por ela. Não que Molly fosse menos moderna ou carismática… Os anos 1990 pediam por algo mais grunge, simplesmente. Menos perfeito.

E o mesmo pode ser dito sobre Heathers em si. Regina George (Rachel McAdams) em Meninas Malvadas é basic bitch perto das Heathers. Elas são o molde real das outras. O menor exagero no bullying confrontado com elementos estranhamente sedutores (críquete? frases maravilhosas que a gente nunca acreditaria que saíram da boca de uma garota do Ensino Médio porque são mais apropriadas para uma bicha de um conto de Caio Fernando Abreu?) fazem Heather Chandler ser mais realista e assim ficar ainda mais odiosa.

Jason Dean, ou JD, vem para completar o cenário. Fora a comparação óbvia com James Dean, o rebelde sem causa ainda vem com uma referência bônus escondida. O livro que Heather Duke (Shannen Doherty) lê é Moby Dick por motivos financeiros: a ideia inicial seria que ela estivesse lendo O Apanhador no Campo de Centeio. Fora o fato do livro de JD Salinger (olha aí, JD, hein, hein) ser cult, tipo existencialismo para adolescentes, ele era (e é) um pedido comum de leitura das aulas de literatura norte-americana do high school dos EUA. Mas Salinger não quis ceder os direitos – e Moby Dick virou a nova pedida porque seus direitos tinham expirado, já era domínio público. Para quem não está familiarizado, Moby Dick tem mil simbolismos discutidos ao longo dos anos (não é à toa que é um clássico), entre eles a discussão de valores morais da sociedade, a sede por dinheiro corrompendo as relações, os limites da humanidade e por aí vai. Faz sentido.

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Heathers foi considerado um fracasso de crítica e de bilheteria na época do seu lançamento. A redenção só veio depois, em vídeo, quando o filme foi se transformando num clássico cult e teve impacto na cultura pop comparável aos hits de Hughes. Frases e expressões que Waters inventou viraram realidade na boca dos adolescentes, Heather virou um substantivo para a gente se referir a bullies ricas e o filme se transformou em inspiração para, bem… Ryan Murphy. Porque afinal o longa é a cara do Ryan Murphy (na minha opinião, um pouco menos glamouroso, menos mainstream, menos superproduzido e por isso mais legal, mas você entendeu).

Ryan Murphy: origins

No começo, era Popular. A série de duas temporadas que Murphy criou com Gina Matthews e passou na TV americana entre 1999 e 2001 já trazia uma discussão sobre popularidade no Ensino Médio. De um lado a cheerleader Brooke McQueen (Leslie Bibb), do outro a nerd Sam McPherson (Carly Pope), cada uma popular em seu "segmento" – elas se vêem forçadas a conviver quando o pai de uma e a mãe de outra começam um relacionamento. Com isso, essa turma toda precisa aprender a socializar, já que Brooke e Sam passam a morar na mesma casa. Ou seja: já existiam umas Heathers aqui, sim?

Mas o sucesso de Ryan viria na forma de Nip/Tuck (2003-10), sobre uma dupla de cirurgiões plásticos. E a consagração? Glee (2009-15).

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Bom, não vou falar da Naya Rivera nem da Lea Michele porque não é essa a ideia. Mas enfim: RIP Naya, Lea quem-se-importa-com-essa-tonta.

Queria atentar que, por mais que na sua extensão Glee tenha se transformado numa novelinha musical besta, no começo ela tinha um pulo do gato muito interessante: o seu foco seria na Martha Dunnstock, e não exatamente nas Heathers (apesar de, sim, as cheerleaders Cheerios serem Heathers). Ou seja: o foco era nas vítimas de bullying. Em parte, o tema central eram os conflitos entre os populares e os "esquisitos", os marginalizados, mas acima de tudo as lentes estavam nas vítimas mudando de papel num subgrupo dentro da escola: o coral. No caso de Rachel Berry (Lea Michele), ela vai de zoada à rainha da cocada preta. Eles constroem uma outra hierarquia à sua maneira e à parte da estrutura social da escola toda.

E bom, existia o fato de ser um musical, coisa que eu não aguento, mas com Glee eu tinha aquele guilty pleasure de querer saber o que ia acontecer com aquele bando de personagem raso em tramas e reviravoltas ridículas mesmo tendo que aguentar versões pasteurizadas de músicas em sua maioria boas.

Como a gente está falando de bullying, é claro que Heathers pairava como uma referência em cima de Glee. Mas Murphy citou Heathers nominalmente em entrevista depois, em 2015, na sua nova aposta na época… Scream Queens (2015-16).

As Chanels de Scream Queens

As Chanels de Scream Queens

No lançamento, grande parte das manchetes foi dominada pela participação de Ariana Grande (como Chanel nº 2) e Nick Jonas (como Boone) na primeira temporada, mas a presença de Jamie Lee Curtis (num papel estranhamente parecido com a Sue Sylvester de Jane Lynch em Glee, um dos fatores que reforçam a crítica a Murphy de que ele se repete muito) e o próprio título conecta a série a filmes de terror adolescente, mais especificamente à franquia de Halloween na qual Curtis fazia uma scream queen em si. Scream queen virou uma expressão para as "mocinhas” desses longas que não fazem muito mais do que gritar e fugir do assassino, alvo de crítica porque esconde um machismo ao colocar a mulher sempre no papel de vítima indefesa e incapaz. É mais complexo que isso (tem scream queen que mata o assassino sozinha), mas resumidamente é por aí!

Na série, assim como no filme Heathers, os papéis se confundem. Nenhuma menina aparece gritando em Heathers. E Veronica Sawyer está longe de ser uma vítima, apesar de se vitimizar. Em Scream Queens elas gritam, até demais. Mas sempre fica a dúvida: elas são vítimas ou são serial killers?

Em plena Comic-Con, Murphy declarou em 2015 que Scream Queens era um encontro de Halloween e Heathers. O maior aceno de todos está na turma das Chanel, liderada por Chanel Oberlin (Emma Roberts). Ao contrário das Heathers, que por coincidência têm o mesmo nome, na série as outras Chanel mudaram de nome a mando da primeira, sendo apontadas como Chanel nº 2, 3, 4… O verdadeiro nome de Chanel nº 5, por exemplo, é Libby Putney (Abigail Breslin).

Uma mudança importante é que Scream Queens se passa numa universidade. O que é bem esquisito, já que os dramas e a trama continuam sendo adolescentes demais.

Chanel nº 3 (Billie Lourd), Chanel Oberlin e Chanel nº 5 na segunda temporada de Scream Queens, que conseguiu ser mais imbecil que a primeira – e talvez por isso até mais divertida, no sentido camp da coisa?

Chanel nº 3 (Billie Lourd), Chanel Oberlin e Chanel nº 5 na segunda temporada de Scream Queens, que conseguiu ser mais imbecil que a primeira – e talvez por isso até mais divertida, no sentido camp da coisa?

O fator “adolescentes assassinos” grita Heathers (desculpa o trocadilho). Mas Murphy tirou algo muito importante da fórmula: a simulação de suicídio. Já fica óbvio, logo de cara, que existe um serial killer entre os personagens.

Nesse meio tempo, em 2010, e talvez olhando para o sucesso de Glee, cometeram uma coisa que, eu sei, tem muitos fãs, mas eu acho um grande cocô fedido… Heathers: the Musical.

POR QUE OS NORTE-AMERICANOS PRECISAM TRANSFORMAR TUDO EM MUSICAL, CAZZO???

Heathers: the Musical estreou em 2014 em Los Angeles. A história é basicamente a mesma só que com música. Dói demais.
Só que virou mais um cult. Sinceramente, como costumo observar as pessoas que estão ao meu lado nas trincheiras, nem todo mundo que ama o filme gosta do musical e isso já diz muita coisa. Para mim, ele pensa demais no mainstream. É Murphy demais. O humor macabro perde muito da sua ironia fina. As músicas que exploram o sentimento dos personagens (e portanto são sentimentalistas) tentam explicar demais, deixam tudo mastigadinho e sem lugar para interpretações. Tudo ganha um ar de moralismo fake. Praticamente vira um similar do hit fictício do filme original Teenage Suicide (Don't Do It).

O musical ganhou diversas montagens. Em 2019, chegou no Brasil.

Riverdale, aquela série besta, ganhou um episódio na sua terceira temporada (2019) em que a escola vai montar o musical (existe uma versão especial de Heathers: the Musical para montagens escolares desde 2016, tipo "censura livre", com cortes e adaptações). Eu assisti ao episódio para você não ter que passar por essa tortura. É como um Glee com personagens de Riverdale, ou seja, um dos sinais do apocalipse. Eles não disfarçam as obviedades no casting, como Cheryl Blossom (Madelaine Petsch) no papel de Heather Chandler e Betty (Lili Reinhart) e Veronica (Camila Mendes) fazendo as outras Heathers. Veronica Sawyer é interpretada por Josie (Ashleigh Murray), mas eu acho que tem uma música que era pra ser dela e é cantada pela… Veronica da Camila Mendes. Risos. Ah: e quem assume o JD é Sweet Pea (Jordan Connor) e não Jughead (Cole Sprouse), como os fãs poderiam esperar, ou mesmo Archie (KJ Apa).
Enfim: better to be gently fucked by a chainsaw do que assistir isso.
(Desculpas sinceras para minha sobrinha Gabriela, eu sei que ela gosta)

Enquanto isso, depois de Scream Queens e de 13 Reasons Why (2017-20), parece que liberou. Em 2009, surgiram as primeiras notícias de que Heathers, mesmo envolvendo o tabu do suicídio adolescente, viraria uma série de TV pela Sony. Em 2012, surgiu um papo de que seria uma série da Bravo. Mas a coisa ainda demoraria a engrenar. Ela viria pelas mãos da Paramount, mas sofreria adiamento e cortes por causa de mais tiroteios em escolas dos EUA. Querendo evitar cutucar o vespeiro, a Paramount postergou a estreia o quanto pode. O primeiro trailer só saiu em 2018.

A série Heathers que não é de Murphy – mas poderia, em suas qualidades e, principalmente, seus defeitos

O trailer sofreu uma saraivada de críticas. Era pra tanto? Bom… se o filme já desperta opiniões fortes, a favor ou contra, a série jogou gasolina em tudo.

Haters gonna hate: Veronica Sawyer (Grace Victoria Cox), Heather Chandler (Melanie Field), Heather Duke (Brendan Scanell) e Heather McNamara (Jasmine Mathews)

Haters gonna hate: Veronica Sawyer (Grace Victoria Cox), Heather Chandler (Melanie Field), Heather Duke (Brendan Scanell) e Heather McNamara (Jasmine Mathews)

Logo de cara as coisas ficam confusas. Ao mesmo tempo que a série é um reboot, com praticamente todos os personagens reinventados mantendo seus nomes e as frases que fizeram tanto sucesso na obra original, quem conhece a primeira versão fica confuso ao ver ela…

SHANNEN FUCKING DOHERTY

SHANNEN FUCKING DOHERTY

Sendo que ela era ela…

Heather Duke (Doherty) em Heathers (1988)

Heather Duke (Doherty) em Heathers (1988)

Ué???

Acontece que a participação de Doherty é só uma graça, um dos vários acenos que a série faz para o filme. O papel dela é da mãe de JD (James Scully). Só que ela tem o clássico frufru vermelho símbolo da menina mais popular da escola no filme original (a princípio Heather Chandler). Tá vendo na foto? Existe uma brincadeira no longa de que Heather Chandler sempre escolhe o taco vermelho no críquete, mas isso era bem sutil – no musical o vermelho vira “a cor” de Chandler e, em Riverdale, a “possessividade” do vermelho é explorada com Cheryl Blossom.
O frufru da mãe de JD acaba com Veronica na série.

Essa nova versão de Heathers faz brincadeiras tipo fan service. Umas mudancinhas. Algumas funcionam e outras não. Quem joga críquete com Veronica é Betty Finn (Nikki SooHoo). E Veronica quem manda. Ela sempre quer o taco azul.

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Mas o principal é que num mundo pós-Glee e politicamente correto, com celulares e a sede por seguidores e likes, o conceito de popularidade adolescente não é mais o mesmo de 1988. O novo Heathers incomoda porque faz troça do discurso politicamente correto, da representatividade, do que a gente valoriza hoje. A pobre cheerleader é secundária, quase figurante. E Heather Chandler é gorda, body positive, cool, artsy… e ainda assim uma desgraçada que faz bullying. Sim, o feitiço virou contra o feiticeiro; a minoria ficou popular e é quem manda – a cena em que um pai chora no filme, dizendo que tem orgulho do seu "filho homossexual morto”, vira uma cena em que o pai chora dizendo que tem orgulho da sua "filha heterossexual morta".
Hum… É engraçado, mas por quê? Não é uma forma de embutir que as ideias progressistas talvez estejam “exageradas demais"? Não curto essa onda. Talvez por que me sinta atingido? É bem complexo. Mas não me parece certo fazer comédia sobre conquistas das minorias de uma maneira tão sinistra e insensível.

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Ah, sim: e se você não percebeu, Heather Duke é gender fluid (atende pelos pronomes ela/dela) e Heather McNamara é negra e lésbica.
Veronica? É uma garota branca, loira, de olho claro, normal. Não é careta mas tem todos os privilégios que poderia.
A série não segue a história do filme, mas trata dos mesmos temas. E é bizarramente Murphy, apesar dele não estar envolvido na sua criação. Simplifica questões, resolve conflitos de maneira pueril, faz reviravoltas folhetinescas absurdas. E tem momentinhos musicais (ARGH). O descaso é tanto que um dos personagens que morrem no fim de um episódio não causa impacto nenhum no episódio seguinte; a sua morte é citada, meio por cima. Sem drama, ninguém ficou exatamente chateado, feliz ou minimamente atingido. Seria um statement se isso acontecesse com as outras mortes de maneira similar – e não, as outras mortes são encaradas de maneira muito mais importante.

A mensagem que fica é mais ou menos "ninguém é inocente". Do tipo “o sonho do oprimido é ser um opressor".
Pra mim, até uma das sacadas mais legais do roteiro, que coloca o JD com um discursinho meio 4chan, quase incel, é estragada pelo exagero – tem uma hora que você não aguenta mais ouvi-lo falando. Nem a Veronica!

E na comparação, o carisma de James Scully fica devendo pencas pro Christian Slater

E na comparação, o carisma de James Scully fica devendo pencas pro Christian Slater

Uma das únicas coisas que realmente prestam é… Selma Blair. Ela faz a madrasta de Heather Duke, uma prostituta vulgar que é bem estereotipada mas ao mesmo tempo maravilhosa.

E o fim? Bom, Heathers, o filme, tinha um fim previsto que acabou sendo descartado porque os produtores acharam que era pesado demais para um filme adolescente. Na versão pasteurizada da série, eles conseguiram reproduzir mais ou menos esse fim original. E é ruim demais, viu?
Ruim demais.
Depois não vai dizer que eu não avisei.
Heathers, a série, está disponível na Globoplay.

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July 27, 2020 /Jorge Wakabara
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Nem tudo está perdido no reino de Ryan Murphy: The Politician promete e AHS: 1984 nem é tão ruim

October 27, 2019 by Jorge Wakabara in TV

Essa é uma daquelas ocasiões raras nas quais vou ceder na minha opinião sobre Ryan Murphy.
Pois Murphy virou aquele cara que a gente adora falar mal - continuamos assistindo tudo o que ele faz, e em seguida dizemos “Ah, Gabi, no meu tempo era bem melhor, só quem viveu sabe…"

Bom, eu fiquei a ponto de fazer isso com The Politician, a série de Murphy para a Netflix que traz Jessica Lange de volta aos braços dele (uhu!!!), Gwyneth Paltrow de volta aos braços dele (er, nem tanto uhu, mas, oba, que legal!) e…
Ah, cuidado, vai ter spoiler.

VAI TER SPOILER

Continue por sua conta e risco.

Fiquei com muito receio da Murphy ter dado a louca e feito uma coisa bem baseada em, er, políticos. Não é bem assim: ele até que está num ambiente no qual se sente muito confortável, ou seja, no Ensino Médio. E nos momentos em que fica confortável demais (leia-se Glee nas horas mais musicais bem desnecessárias para alguém como eu que não gosta de musicais) é quando a coisa fraqueja.

A série começa muito bem. Tem esse momento bem Glee lá quase no fim (O que você pode esperar? Até Pose já teve momentos Glee!). Depois volta a melhorar, eu juro. Fala sobre privilégio (e a falta de privilégio). Tira um sarro sobre como os políticos sempre chegam desse background, são privilegiados, e falam sobre o melhor para todos sem ter muita ideia de quem são todos.
E só no final que você entende que esse era apenas um prelúdio para a série real!!!
Sim, pois é!

Antes, alguns destaques:

lucy-boynton-politician.jpg

Lucy Boynton

Move over, Emma Roberts: temos uma nova bitch queen!

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Jessica Lange

Que mulher, que papel. Para ser mais perfeito, só se fizesse parte do cânone de American Horror Story!

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Theo Germaine

Trans não-binário (mas que prefere o pronome "ele"), Theo faz o papel de James. E o fato dele ser trans simplesmente não faz parte da história!

judith-light-bette-midler.jpg

E o último capítulo…

Judith Light e Bette Midler em uma série de Ryan Murphy? Certo: TÔ DENTRO!

É mais do que provável que a próxima temporada de The Politician dê continuidade à trama que começa no último episódio da primeira. Ou seja: vamos ver Payton (Ben Platt) concorrendo com Dede Standish (Light) à vaga de senado de NY.
Quer dizer, vai ser bem mais política agora, apesar do foco ser na disputa e nas intrigas da disputa. Mas agora me conquistou e quero ver o que acontece com os personagens aos quais já me apeguei! Que tacada de mestre, hein?

“Queremos a segunda temporada já!"

“Queremos a segunda temporada já!"

Agora, posso falar de American Horror Story: 1984 de novo?
Já fiz um texto sobre a série quando assisti ao primeiro episódio e realmente nada mudou: o começo é um esculacho.
Mas não é que vai melhorando, menino?
Achei que a história ia ser uma versão redundante dos filmes slasher adolescentes dos anos 1980 - e realmente é. Só que ela acaba no quinto episódio. E a temporada tem 9 episódios. E agora?
O sexto, que veio a ser também o 100º episódio se a gente contar as temporadas anteriores, foi ao ar. E ele leva a trama adiante…

Eita, que que tá contecenooooo?

Eita, que que tá contecenooooo?

Um pulo no tempo, para 1989. Margaret Booth (Leslie Grossman) se transformou numa magnata que compra lugares “amaldiçoados” e lucra explorando essa aura maldita deles em um turismo, no mínimo, questionável. Uma de suas propriedades, aliás, é a Briarcliff Manor, o sanatório de AHS: Asylum.
Onde a série vai chegar? Brooke (Emma Roberts) é salva por Dee Dee (Angelica Ross) do corredor da morte. Richard Ramirez (Zach Villa) também consegue escapar - do mesmo corredor da morte! Mr. Jingles (John Carroll Lynch) tentou ter uma vida normal e não deu certo.
E se aproxima o Halloween - momento crucial na mitologia da série, o dia em que os mundos dos mortos e dos vivos se encontram…
Expectativas? Sugestões, alguém? Sarah Paulson vai fazer participação especial? E como?

Aguardamos ansiosos. Obrigado, Murphy, por voltar a fazer folhetim divertido. É o mínimo, né?

I think I'll die another day…

I think I'll die another day…

October 27, 2019 /Jorge Wakabara
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