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Uma dupla maravilhosa: Luiz Melodia e Zezé Motta

October 28, 2020 by Jorge Wakabara in cinema, música

Esse vídeo aí de cima está no documentário Todas as Melodias de Marco Abujamra, que está em cartaz na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo online – é só chegar nesse link, pagar R$ 6 e assistir (até 5/11 ou quando 2.000 pessoas tiverem a mesma ideia que você, porque depois de 2.000 pagantes eles “fecham” o filme).

O doc é bem bonito – conta, de maneira não-linear, a história de Luiz Melodia. Mas mais do que isso, ele também mostra a poesia de Melodia com muita sensibilidade e belas imagens.

Da Mostra, por enquanto, também vi o Coronation de Ai Weiwei (doc sobre Wuhan em plena pandemia, belo só que muito sofrido e amargo, difícil) e Verlust do Esmir Filho (ficção com Andrea Beltrão e Marina Lima que sinceramente achei que não deu certo, tinha potencial mas ficou pretensioso demais em alguns momentos, bobo demais em outros).
Ou seja, por enquanto Todas as Melodias, que liga Melodia à brasilidade e àquela velha pergunta “O que é ser brasileiro?", é o meu preferido dos que vi. Ainda pretendo ver outros, vamos aguardar kkkkkk

Mas esse post é sobre uma coisa que só fui me tocar ao assistir ao doc. A ligação artística intensa e rica entre Melodia e Zezé Motta.

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Pra começo de conversa, lá vamos nós: Zezé, patrimônio vivo da cultura brasileira, não recebe a atenção que merece, em especial nas suas obras como cantora. Ouçam Zezé, assistam Zezé.

Zezé Motta e Luiz Melodia formaram uma dupla no Projeto Pixinguinha, que começou em 1977, foi interrompido em 1997 por falta de verba e retomado em 2004 via Lei Rouanet e Petrobrás. O Projeto Pixinguinha levava shows de música brasileira a preços populares Brasil adentro. Não sei se esse vídeo do começo do post é de um show do projeto – parece. Segundo Melodia em entrevista pra revista Manchete em 1995, depois desses shows que atestaram a química musical deles, quiseram fazer um disco da dupla, mas queriam um disco recheado de hits potenciais. Ou seja, pediram pro Melodia, já com fama de maldito, fazer concessões artísticas pró-vendas. Risos. Claro que ele não quis.

E lá vamos nós, pro que esse casamento artístico rendeu mesmo sem disco-dueto…

O maravilhoso álbum de 1978 da Zezé Motta tem Magrelinha e Dores de Amores do Melodia e O Morro Não Engana, composição dele com Ricardo Augusto. São três das melhores interpretações de músicas da obra de Melodia, sem brincadeira. Dores de Amores, aliás, é um dueto com o próprio Melodia – resquício da vontade dos grandões de gravadora de um disco dos dois? Talvez. A verdade é que, com três das 11 músicas do repertório do álbum, esse é quase o disco que queriam que eles lançassem, né?

Melodia já tinha sido "lançado” no começo daquela década na voz de Gal Costa e o mítico show Fa-Tal: Gal a Todo Vapor – era o hit Pérola Negra, que Waly Salomão, o diretor, quis que Gal incluísse… e ela amou.

Antes desse disco solo de 1978, Zezé já tinha lançado um outro que citei aqui antes: uma parceria entre ela e Gerson Conrad, ele recém-saído do Secos & Molhados. Gosto bastante do resultado, mas era pra ele refletir uma parceria que, me parece, não deu tanta liga. Então, acho que podemos considerar esse homônimo de 1978 como a verdadeira estreia fonográfica da artista.

O reencontro de Zezé e Melodia só se daria em 1985, na faixa que dá nome ao álbum Frágil Força dela. É uma música meio jazzy, bem do jeito que a gente gostava que Melodia criasse, parceria com Ricardo Augusto.

Zezé demorou uma década pra lançar um disco novo. Chave dos Segredos, de 1995, traz uma coisa meio rumba na primeira faixa: Paixão é de, adivinha, Luiz Melodia!

Aí Zezé faz uma maravilha: Negra Melodia, de 2011, é formado só por músicas de Melodia e Jards Macalé. Maravilhoso. Ou seja: O Sangue Não Nega (com Ricardo Augusto), Começar pelo Recomeço (com Torquato Neto), Decisão (com Sergio Mello), Onde o Sol Bate e se Firma (sozinho), Vale Quanto Pesa (sozinho) e Divina Criatura (com Papa Kid) – tudo de Melodia!

Muita gente diz que Zezé Motta é a maior e melhor intérprete de Luiz Melodia, porque ela “entende a poesia dele" (ao que ela sempre responde: “às vezes eu não entendo, mas adoro assim mesmo” Rsrsrsrs!). E sendo que Gal já gravou Pérola Negra e Juventude Transviada.

E é verdade, mesmo: ela é a maior e melhor intérprete.
Melodia morreu em agosto de 2017. Em novembro, aconteceu isso aqui:

<3

Quem gostou desse post pode gostar desses outros:
. Uma estrela pop brasileira que hoje a gente nem lembra mais: Emilinha!
. Todos caminhos levam ao Secos & Molhados
. O setlist do primeiro show solo de Maria Bethânia

E um extra, vai:

October 28, 2020 /Jorge Wakabara
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cinema, música
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Um elo perdido de estrela pop: Emilinha

September 07, 2020 by Jorge Wakabara in música, TV

Acho que a gente pode começar essa história lá atrás. Mais para trás. Bem mais. Em 1954. O ano da vitória de Martha Rocha como Miss Brasil e da polêmica das duas polegadas a mais de quadril que a teriam desclassificado no concurso de Miss Universo. Essa polêmica, dizem, foi inventada por um jornalista para que os brasileiros não ficassem tão tristes – estavam todos muito confiantes da vitória de Martha. Acabou entrando para a posteridade como verdade, e o concurso de Miss ficou mais famoso do que já era por essas praias.
Pois bem. E quem ganhou o título de Miss Brasil no ano seguinte? Emília Barreto, representando o estado do Ceará.

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Emília Barreto Corrêa Lima

Millôr Fernandes disse, comparando-a com a antecessora: “A mulher, para ser bonita, precisa ter nariz. Martha Rocha não tem, e o de Emília dispensa qualquer elogio".

Emília se casou no ano seguinte do seu "reinado” com o oficial do exército e engenheiro Wilson Santa Cruz Caldas. Com ele, teve três filhos. Nélson. Marília. E… Emilinha.

Agora vou contar uma outra história.
No fim da década de 1970, tinha um cara que era um gênio da guitarra mas que não conseguia ganhar uma grana boa com o seu trabalho. Já tinha tocado com Fagner, já tinha tocado com Gal, já tinha tocado nos EUA. Em 1981, ele decidiu fazer um disco mais comercial. Surgia Satisfação de Robertinho de Recife. E olha quem estava na contracapa…

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Essa mulher sentada é a Emilinha, a filha da Miss Brasil de 1955. Repare na ficha técnica: participação especial de Emilinha no vocal e guitarra.

Só para dar um contexto, em 1979 saía o primeiro disco de Rita Lee depois de uma sequência de lançamentos com a banda Tutti Frutti. Na contracapa, aparecia seu novo comparsa, Roberto de Carvalho, e a barriga de grávida. Surgia um novo conceito no pop brasileiro: a família do rock!

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Emilinha e Robertinho também eram um casal.

Em Satisfação, Feliz com Você é composição de Robertinho com Emilinha. Romântica, bem bonitinha. Tem também a música Emilinha Dançando, referência clara a ela, composição solo de Robertinho instrumental e curta, de menos de um minuto. Será que a última, Mina de Ouro, de Robertinho com Aninha Bird, é para Emilinha? Acho que não porque fala de uma loira (kkkkk guarda essa informação para daqui a pouco). Mas o grande babado é O Elefante, com a voz dela, um dos grandes hits da carreira de Robertinho, composta por ele e Fausto Nilo.

Era isso, nos primórdios do BRock, mas nem cá, nem lá. Robertinho era um estranho entre a juventude carioca que começava a despontar, e também muito moderno para os medalhões da MPB. Porém incrível, com repertório pop nos trinques.

E se Rita Lee assumiu a parceria com Roberto de Carvalho (que rolava fazia um par de anos) na capa do álbum de 1982, chamado Rita Lee e Roberto de Carvalho e também conhecido como Flagra, Robertinho trouxe Emilinha para a capa de Robertinho de Recife e Emilinha também em 1982.

Identificando-se de vez com a turma new wave (As Aventuras da Blitz saiu em 1982 e um monte de estreias de banda em disco rolariam em 1984), o álbum da dupla traz essa Dominó Dominó de Robertinho e Nilo como carro-chefe e ainda tem uma da dupla de cantores, Estou Débil (meio tosquinha, pra falar a verdade, e politicamente bem incorreta). Sem contar muita coisa legal ali pelo meio, tipo A Onda, outra de Robertinho e Nilo, new wave com toques árabes!

Também adoro Vem Cá Neném, mais uma de Robertinho e Nilo, com a voz de Robertinho no destaque. A produção do disco era de Lincoln Olivetti, que também assina duas composições em dupla com Robertinho (Nas Luzes da Noite e Alguém Especial).

O próximo disco de Robertinho, Ah, Robertinho do Mundo de 1983, ainda trazia mais uma composição em parceria com Emilinha, a última do disco Vou-me Embora. Mas o tom de new wave já vai dando lugar a algo bem centrado na guitarra e a dupla com Emilinha cantando evapora da capa e conteúdo. Não deixa de ser um disco muito bom: traz a versão gravada dele para Bachianas Brasileiras nº 5 de Heitor Villa-Lobos e o hit Babydoll de Nylon, composição de Robertinho com Caetano Veloso, encaixada ali em penúltimo, quase com receio do possível sucesso que ela viria a conquistar (Robertinho sempre disse em alto e bom som que achava O Elefante, por exemplo, um lixo comercial).

E em 1984, segundo entrevistas que o próprio Robertinho deu, ele pagaria um pedágio para cair de vez no metal com o disco Metal Mania. Era isso daqui:

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Sim: a versão original de É de Chocolate, de Miguel Plopschi e Michael Sullivan, é pré-Trem da Alegria, apesar de muita gente ligar o sucesso ao grupo infantil. Era com Patrícia Marx e Luciano Nassyn, ainda sem Juninho Bill, e participações especiais de Emilinha e Robertinho de Recife. A primeira voz que a gente ouve, portanto, é dela: Emília.

Enquanto deixavam Robertinho se enveredar pelo heavy metal depois do Chocolate que ele considerava um mico (mas bem que ele cairia no ultracomercial Yahoo com a sensual Mordida de Amor em 1988, então, ué, decida-se), Emilinha teve um filho dele, Eduardo Caldas, nesse mesmo ano de 1984. É esse aqui, ó:

Você lembra, né? Eduardo Caldas era o ator mirim mais querido dos anos 1990. Teve o personagem Pinguim, por exemplo, que ficava falando "é ruim, hein?" toda hora. Acho que essa imagem é de Felicidade, novela de Manoel Carlos de 1991, e ele fazia mui…

Você lembra, né? Eduardo Caldas era o ator mirim mais querido dos anos 1990. Teve o personagem Pinguim, por exemplo, que ficava falando "é ruim, hein?" toda hora. Acho que essa imagem é de Felicidade, novela de Manoel Carlos de 1991, e ele fazia muita coisa com a Tatyane Goulart na TV

(Hoje o Eduardo é roteirista e mudou o nome artístico, assina como Eduardo Albuquerque)

E sim, a própria Emilinha foi em busca do seu lugar ao sol. Surgia o disco "perdido” homônimo Emilinha, cuja capa abriu esse post, em 1986. Nele, seis músicas eram composições solo de Emilinha. Contava também com outras delícias, tipo isso:

Diário de Mentiras é de Leoni, e parece bastante com as músicas dele para o Kid Abelha, sua ex-banda (sinceramente, dá até para imaginar Paula Toller cantando). Leoni saiu do Kid justamente em 1986, brigado, e fundou a sua nova banda, Heróis da Resistência, naquele mesmo ano.
Numa reverência à desbravadora do pop rock nacional, nesse mesmo álbum Emilinha regravou Tratos à Bola, de Rita Lee com os Tutti Fruttis Lee Marcucci e Luis Carlini.

A versão original de Rita saiu em 1974, no álbum Atrás do Porto Tem Uma Cidade.

Mas isso foi apenas o começo. Em 1987, sairiam duas coisas. Primeiro vou mostrar a mais misteriosa, que tem a ver com o lado compositora de Emilinha.

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Não consegui localizar nenhum registro de som dessa belezinha, um girl group chamado Rosa Shok formado por, acho, Andréa, Luciany, Karen, Leila e Adriana. A segunda música do lado A, Todos os Tipos, é de autoria de Emilinha. Entre os compositores, a maioria é bem misteriosa. Mas tem o Papa Kid que já fez coisas com Luiz Melodia, com o próprio Robertinho, com Fausto Nilo. Olha esse compacto do Papa Kid de 1982, que maravilhoso:

E lembra que eu falei do Gastão Lamounier Neto sobre O Dono da Bola, a música do Mário Gomes? Ele também fez uma para a Rosa Shok, Moto Prateada, com Luis Mendes Junior. Gastão tem história com o pop nacional dos anos 1980: fez coisas para Neusinha Brizola (<3 <3), Sempre Livre, Sandra de Sá, Tim Maia, Banda Black Rio.
E Luis Mendes Junior? Bom, esse cara é o responsável por Piuí Abacaxi. Não finja que não sabe do que eu estou falando.

Se alguém achar o álbum da Rosa Shok por aí, me avisa?

O outro capítulo de 1987 na história de Emilinha é esse aqui.

"Não adianta. Por mais que eu tente, não dá pra entender. Como é que você pôde me trocar por essa… essa lôra horrorosa… E eu que dei tudo de mim. Dei o melhor de mim pra você. Mas tudo bem. Um dia você vai ver o que perdeu. Mas aí vai ser tarde demais porque eu é que não vou mais querer nada com você. Você é que vai ficar na pior… Babaca!"

O Que Que Ela Tem Que Eu Não Tenho é uma composição de Emilinha. A primeira formação de Afrodite Se Quiser é com ela, Karla Sabah (que é quem manda esse textão no começo da música) e Patrícia Maranhão. Elas lançaram um disco homônimo em 1987.

Além dessa, tem dedo de composição de Emilinha em Pega Leve (com Casaverde) e Peito e Bum-Bum (com Patrícia Maranhão).
Pega Leve é BEM LEGAL, de verdade, assim como Peito e Bum-bum. São meio… empoderadoras? "Pega leve comigo / que eu vou botar pra quebrar / Tudo que eu quero, eu consigo / Eu posso te arrasar" & "Seu desejo pra mim é só um / Mas eu não sou só peito e bum-bum".
Tudo Por Um Toque de Amor, da Patrícia, é bem delicinha oitentista também, com uma melodia cheia de agudos que elas seguram muito bem.

No lado B desse álbum tem um medley que a gente pode enxergar meio como as coisas que o Harmony Cats, grupo vocal feminino, fazia: juntar um monte de hits do passado dando uma nova roupagem, nesse caso mais para pop oitentista.

Em 1989, saiu outro disco de Afrodite se Quiser e uma outra formação: sem Patrícia Maranhão, agora elas contavam com Gisela Zingoni. Gisela chegou com tudo: grande parte das composições do álbum Fora de Mim tem o dedo dela.
O single, Papai e Mamãe, é de Gisela com Emilinha:

A curiosidade: a direção desse clipe é do Boninho!
De composições da Emilinha, o álbum ainda conta com Eu Não Vou e Já Tá Pegando Mal (ambas com Zingoni) e Fora de Mim (só dela).

Ainda em 1989, o trio gravou Canção Para Inglês Ver do Lamartine Babo para a novela Kananga do Japão, da Manchete.

Ficou uma coisa meio Frenéticas, né?

Karla foi a única do trio que seguiu carreira de cantora. Gisela acabou se especializando em edição de songbook e Emília Caldas passou a trabalhar com figurino.

O Afrodite faz parte de uma linhagem de girl groups do pop brasileiro que a gente chega a negligenciar, na minha modesta opinião. Citei alguns de maneira espalhada por esse post: Sempre Livre, Harmony Cats, Frenéticas. Tem também As Sublimes, Banana Split, SNZ, Pearls Negras, sem esquecer o que talvez tenha sido o mais bem sucedido de todos: Rouge.
Mas, acima de tudo, Emilinha fez história no pop brasileiro. É de Chocolate foi disco de platina (segundo consta, Robertinho chegou da cerimônia da entrega em seu apartamento no 12º andar e o jogou pela janela, imagina o perigo). O Que Que Ela Tem está no mármore eterno da memória de 10 entre 10 crianças, adolescentes e adultos dos anos 1980.

Qualquer coisa dessa discografia em vinil: EU QUERO.

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September 07, 2020 /Jorge Wakabara
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