Já que vai comprar, compra direito!

Se for para comprar, ao menos que seja num lugar gostoso com marcas que se preocupam com processos mais sustentáveis, com práticas de responsabilidade social... com propósito. Né? Tem alguns endereços bacanas de multimarcas que separei em SP para você aproveitar - compras de Natal chegando, etc e tal. Neles, a oferta é bem variada e com certeza você pode ticar vários presenteados da sua lista. Daquele tipo de lugar que é difícil sair de mão abanando! Confere comigo!

Casa Reviva na r. Simão Álvares, 986, Vila Madalena

A Casa Reviva é na verdade mais um local de encontro do que uma loja. Tem café, tem quitutes, tem almoço em certos dias da semana, tem cervejinha. Mas o mais legal é a sua proposta, conectada à ONG de mesmo nome: o lucro gera água potável e educação para comunidades carentes de Moçambique e Gramacho em Duque de Caxias, no RJ. Tem roupa com tecido moçambicano, tem roupas e acessórios de outras marcas, tem objetos, tem produtos de beleza. A loja é bem grandona, dá para perder bastante tempo ali vendo tudo. E o fato de ser na Vila Madalena combina bastante com ela! Sim, tem um ar meio hippie-hipster. Adorei, principalmente a parte de comidinhas - tem umas coisas para levar para casa. E as roupas feitas de capulana, que eu adoro!

Grama Sabonetes na r. Pelágio Lobo, 10, Perdizes

Indicação da minha amiga Renata Kalil, rainha da beleza vegana: uma casa cheia de cruelty free em forma de produtos de beleza, de maquiagem a skincare e… desodorantes!!! Claro que arrasei e comprei logo dois (para quem não sabe, vivo a procura de desodorantes sem alumínio e já fiz dois posts sobre isso, aqui e aqui). São várias marcas bacanas juntas, e também tem livros e utensílios tipo pincel, potinho de cerâmica, almofadinha de crochê para substituir algodão descartável e até produtos de limpeza, como detergente lava-louça. Curti demais, obrigado pela dica e volta logo, Rê!!!
(Aliás, aproveito para dizer que aqui em casa estamos usando YVY, produtos de limpeza que tem princípios naturais biodegradáveis e funciona de um jeito bem prático, com refil em forma de cápsula mais água limpa! Gostamos, especialmente o multiuso! O detergente, como a gente come bastante coisa engordurada, ainda precisa ser mais potente, mas o resto é bem legal - procure saber e faça um teste para descobrir o que funciona para você! Isso não é um publipost, então acredita que estou sugerindo usar porque curti, mesmo! kkkkk)

Bemglô na r. Oscar Freire, 1105, Jardins

O fato da loja ser da Gloria Pires é só um detalhe: o espaço físico da Bemglô fica na Oscar Freire, onde antes era a saudosa Maria Garcia, e é uma delícia. A Betty Prado, ex-modelo incrível e um dos nomes por trás da iniciativa além de Gloria e do marido da atriz Orlando de Morais, contou pra mim que a escolha da Oscar Freire foi proposital: “A gente podia ter ido para a Vila Madalena, por exemplo, mas o legal é estar aqui e propor esse tipo de consumo para a cliente daqui". Fui na loja um dia desses, quando estava rolando o lançamento da parceria com a Casa de Criadores. O evento agora tem uma arara no local na qual seus estilistas independentes vão se revezar. Bem legal, né? A Bemglô ainda conta com o café da Catarina Coffee & Love na parte de trás da loja. Delícia! O ambiente é interessante, com luz indireta natural e restos da obra que trazem um charme - procure a escada, os metais… Adorei conhecer, uma iniciativa daquelas que te encantam.

Seria injusto se não falasse novamente de alguns outros endereços que já passaram por aqui, por mais que seja por cima, como:
. O Galpão Jardim Secreto, que está no post sobre a Major Sertório
. A Supergrama, que não tem tanto esse viés de sustentabilidade das outras mas é uma das minhas preferidas em SP atualmente e vale a pena visitar - está no post sobre as lojas da Cônego Eugênio Leite

E você, qual é a sua loja preferida de SP no momento? Me conta!

Almocinho da Casa Reviva - nham! Quero ir!

Almocinho da Casa Reviva - nham! Quero ir!

We love you, P5!

Talvez você só conheça isso:

E tudo bem, eu também só conhecia isso no começo. Foi aí que conheci o Pizzicato Five, a banda que diziam que era uma versão japonesa do Deee-Lite (que eu adorava).
Mas não era bem assim.

Keitarō Takanami, Maki Nomiya e Yasuharu Konishi, que se convencionou como a formação clássica do Pizzicato Five

Keitarō Takanami, Maki Nomiya e Yasuharu Konishi, que se convencionou como a formação clássica do Pizzicato Five

Assim como todo mundo, o Pizzicato Five tem um passado. Ele foi formado em 1979 pelos membros fundadores Yasuharu e Keitarô ainda na universidade, e contava com mais 3 integrantes (daí vem o Five do nome). Mas na primeira gravação já tinham sobrado só quatro: os dois fundadores mais Ryō Kamomiya e Mamiko Sasaki. E adivinha quem produziu e lançou o primeiro EP deles? Nada menos que a lenda Haruomi Hosono, membro das bandas Happy End (que já contei aqui que é uma das minhas preferidas do mundo) e Yellow Magic Orchestra. O EP já trazia bastante do que o Pizzicato Five seria, mas não tudo: era o Audrey Hepburn Complex, e foi lançado em 1985.

Ou seja: já tinha referências vintage dos anos 1960, esse ar fofinho misturado com camp que só o P5 sabe fazer (?!?), uma vocalista que deveria ser cheia de pose (Sasaki não segura muito a onda, mas tinha potencial), um cuidado especial com o material de divulgação (clipe, álbuns, cartazes).
Um tempo depois, em 1987, o P5 lança o álbum Couples, que eu na minha opinião suspeita de grande fã acho uma maravilha, mas flopou.

É meio Carpenters, meio chanson, meio lounge music. Sou o feliz proprietário de uma unidade de um relançamento em vinil desse álbum. #fissuradinho
Depois dele, Kamomiya e a vocalista Sasaki saem. Quem entra é, surpresa, Takao Tajima, nada menos que o vocalista do Original Love!
Não entendeu nada, né? Bom, eu te garanto, Original Love é TUDO.

Sempre me lembrou o Jota Quest do começo, o que é uma coisa boa, que fique claro. Esse namoro com o soul, meio… artista da Trama, sabe? E essa nem é a minha música preferida do Original Love. É essa aqui:

Voltando: Tajima se dividiu entre o P5 e o Original Love uma época. Essa música, por exemplo, é dessa fase:

É estranho ouvir Pizzicato Five com uma voz masculina, né? Mas acho legal, também!
Acontece que, pelo que dá para perceber nas vendas, o povo não achou tão legal assim…

Em 1990, começa a mágica: Tajima decide se dedicar ao Original Love e entra Maki Nomiya. A formação mais clássica do Pizzicato Five, um trio, estava em ação. E mais clássica porque:
1. Em 1991 eles lançam o álbum This Year's Girl, que conta com o hit internacional Twiggy Twiggy que a gente viu no começo desse post;
2. É a partir desse momento que começam os comentários e maravilhamentos sobre o chamado Shibuya-kei!

Mas o que é Shibuya-kei?

Um movimento? Uma cena? Um gênero musical? Uma estética?
Shibuya é um bairro de Tóquio bastante comercial, cheio de moda, movimento e vida noturna, com unidades das lojas Tower Records e da HMV (para quem não sabe, no Japão a indústria de CD segue firme e forte!). Não sou tão fã de Shibuya - prefiro Shinjuku, que é central mas menos posudo, ou Asakusa, que lembra um Japão mais tradicional, ou Harajuku, com sua mistura kawaii-fashion-armadilha-de-turista.
(Na verdade prefiro mesmo é Osaka, a outra cidade… kkkkkkk)

O Shibuya-kei nasceu em Shibuya e agrupa bandas e artistas que gostam de uma estética meio kitsch, meio montação, meio era Showa em versão atualizada, meio música pop ocidental. Pense em Serge Gainsbourg com Jane Birkin, as melodias doces de Burt Bacharach, a orquestração de Phil Spector e do Beach Boys de Brian Wilson. Só que nipônico! No fundo, o P5 já era tudo isso. Acrescentou-se a cultura do sampler, do mixer, do cut-copy. Bem pós-modernasss! Outros que tinham essas referências em comum se juntaram a eles. Caso do Flipper's Guitar, que existiu por pouco tempo mas tem fãs fervorosos.

Depois do Flipper's Guitar acabar, um dos integrantes, Keigo Oyamada, seguiu solo assinando como Cornelius. E virou uma das maiores referências do Shibuya-kei.

O conceito elástico do Shibuya-kei inclui o próprio Original Love, as lindas do Cibo Matto (que na verdade foi formado em NY!), o DJ Fantastic Plastic Machine e o Buffallo Daughter. Tem quem inclua até o Dimitri from Paris (e sinceramente, para mim, faz sentido).

Voltando ao This Year's Girl. Já estava quase tudo lá. A voz (e a pose) de Nomiya, a figura dela como musa num comentário engraçado e estilizado sobre a cultura da celebridade, as referências sessentistas, a aura cool, o foco no individualismo sendo que a cultura japonesa tende a valorizar o coletivo (a faixa 2 é I, em que a vocalista fica explicando como ela é na letra, a faixa 3 é Ohayo, bom dia em japonês, tipo uma versão blasé de Cotidiano?! kkkk).

Existe essa tendência japonesa a achar tudo que é ocidental mais cool. Mal sabem eles… This Year’s Girl é um discão: Baby Love Child, Thank You, Party (regravação de música do repertório solo de Hosono lançada por ele em 1973) - tudo é fácil, pop. A maioria das músicas originais são de autoria de Konishi.

Uma curiosidade: Twiggy Twiggy é composição de Nanako Sato. E existe… uma primeira versão. De um disco solo de Maki Nomiya. De 1981!!!

twiggy-twiggy-maki-nomiya.jpg

É desse disco aqui

Existia um registro no YouTube mas sumiu :(

A versão do Pizzicato Five é bem mais animadona, e ganhou um "epílogo” instrumental de autoria de Konishi que dá todo um charme a mais e se chama Twiggy vs James Bond. A versão que a gente conhece são as duas músicas juntas!
Nanako, que é uma artista bem interessante, um dia desses regravou Twiggy Twiggy. Legalzinho. Mas acho mais legal o álbum Funny Walkin’ dela, de 1977! Pop disco jazz divertido, roquinhos inocentes, músicas com forte gosto retrô na boca (tipo o que a Rita Lee fez depois com Flagra, Só de Você e outros pops abolerados dela, e de certa forma também é o que o Pizzicato Five também faria algumas vezes).

Em 1992, chega o novo álbum Sweet Pizzicato Five e, com ele, o último elemento que faltava para a essência do grupo: o namoro com a música eletrônica. É por isso que existiam comparações com Deee-Lite, sacou? A primeira música do álbum é Tout Va Bien:

sweet-pizzicato-five.jpg

Capa e outra capa!

Nomiya abusava das perucas e montações, a identificação com a cena clubber foi imediata!

Também são dessa época duas músicas bem conhecidas que saíram em single: Sweet Soul Revue e Tōkyō wa Yoru no Shichiji (que fora do Japão virou The Night is Still Young e quer dizer Tóquio às 7h da noite). Ambas são uma delicinha, mesmo:

E aí começaram a sair as compilações da americana Matador Records. Se eu estou bem lembrado (provavelmente não, mas enfim), tinha lido em algum lugar essa comparação com Deee-Lite e, na Rua 24 Horas de Curitiba (?!??) tinha uma loja de CDs. Em uma viagem, vi a coletânea Made in USA na vitrine e comprei - ou fiz minha tia comprar? Sei lá. Foi amor - e vício - à primeira vista. Já gastei muito dinheiro com o P5. Foram CDs importados, singles, praticamente qualquer coisa que tivesse uma imagem da Nomiya!

made-in-usa-pizzicato-five.jpg

Cheguei a fazer um amigo por correspondência que morava nos EUA e que me mandava mix tapes com músicas do P5 (nunca o encontrei ao vivo). E quando Maki Nomiya veio para BH participar de um show da Fernanda Takai eu não pensei duas vezes - fui (obrigado mais uma vez Flavia Durante pela credencial alcançada). Tem uma história muito engraçada sobre isso: fui para Congonhas pegar o avião e lá vi uma mulher toda posuda de cabelo preto, com uns óculos escuros grandões, um lenço estiloso na cabeça e uma entourage. Pensei "MEU DEUS DO CÉU, SÓ PODE SER A MAKI NOMIYA". Fui chegando perto e fazendo uma cara de paisagem, como quem não quer nada. Mais perto. Mais perto. Mais perto. E aí ouvi a mulher falando.

A voz não deixava dúvidas.
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.
.
,
Era a Marisa Monte.

Sim, confundi a minha cantora japonesa preferida com a Marisa Monte.
Ah, a miopia… kkkk

Em 1994, Takanami saiu e o trio virou dupla. Em seguida, apareceu um dos meus álbuns preferidos do P5, Overdose, que é inspirado em NY. Entre as músicas, essa:

Soul delicioso! Também tem várias outras tipo On the Sunny Side of the Street e o rock Superstar:

1995 viria com o álbum Romantique 96, que sinceramente não acho tão forte apesar de ter coisas como Tokyo Mon Amour, The Sound of Music, Triste e Nata di Marzo. Em algumas músicas, ele me parece antecipar a vontade de voltar ao pop dos anos 1960 mas agora com referências menos kitsch, que são levadas mais a sério, tipo… bom, vamos falar logo: tipo Beatles. Se você pensar bem, olhando agora com distância, o P5 estava fazendo o seu próprio britpop, que era mais pop. Meio Abbey Road, meio álbum branco e mais McCartney e Harrison que Lennon.

Ah, e a oitava faixa é Contact, uma versão da música de Brigitte Bardot composta por Gainsbourg! Acho um charme, e era a cara dos anos 1990 o indie ouvir Gainsbourg, lembra? A versão original segue abaixo:

A partir daí, P5 lançou alguns singles e EPs ótimos mas, na minha opinião, o encanto começou a se quebrar. :( Mas calma - teve o single Baby Portable Rock em 1996:

E teve a Sister Freedom Tapes no mesmo ano, que é total Beatles e eu AMO:

Acho todo o resto que veio depois redundante e pior - desculpa para quem adora Happy End of the World e Playboy Playgirl, para mim é meio bobagem. Bobagem gostosa, mas bobagem. kkkkkk
PORÉM o último álbum, Çà et là du Japon, saiu em 2001 e é bem interessante por ser diferentão. Uma homenagem ao Japão no inverno (?? kkkkk), ele já traz poucas músicas com Nomiya e vários convidados, como Bertrand Burgalat. Fico encantado também com a versão de AIUEO, originalmente do seminal álbum Kazemachi Roman da banda Happy End, em uma pegada bem bossa nova. E Gotta Call’em All!? Sim, é uma versão da música de Pokémon. QUENDA!

Parece que tá rolando uns relançamentos de Pizzicato Five recentemente.

Tem pouquíssima coisa deles no Spotify, mas Nomiya em si continua firme em sua carreira solo. Um de seus álbuns, de 2014, resgata sucessos do… Shibuya-kei! Tem coisas do Pizzicato Five, tem a música que gosto do Original Love... Adoro.

E chega, que já tá bão demais, né?

Tchau!

Tchau!

Obs.: Se você chegou até aqui, talvez também se interesse por esses posts abaixo!

. Não entender a letra não te impede de gostar da música
. Um bairro que é um mito: Harajuku
. Saiba mais sobre o bubblegum pop

ATUALIZAÇÃO 13/12/2019: TEM PIZZICATO FIVE NO SPOTIFY!
Chegou a compilação! ESTOU TÃO FELIZ!!!

Pabllo Vittar fez de novo

Saiu o EP 111 1 no dia do aniversário da Pabllo Vittar, 1/11, e ele traz as músicas que a gente já conhece, a ótima Parabéns com o Psirico e a mais OK Flash Pose com Charli XCX, mais outras duas inéditas!

111.jpg

Ponte Perra é, como muitas das músicas do anterior Não Para Não, uma mistura que usa a estrutura do k-pop, aquele mix de "momentos” mais rápidos, drops e tal, com reggaeton.
Mas o melhor mesmo é Amor de Que, um arrocha arretado, primo das músicas do Aviões do Forró e de Dorgival Dantas. Até o grito “AU!" aparece! Um sax safado, uma guitarrinha delícia. Mas o importante é a letra: enquanto a tendência do forró atual é ser um tanto moralista, defensor da monogamia, detrator da traição e dos "maus costumes", na lógica de Pabllo o legal é deixar tudo bem claro desde o início. O amor dela, meu bem, é amor de quenga. E as outras mentem quando dizem que o amor delas é fiel!

É divertida, de melodia grudenta, vai ser hit, é isso aí.
O último 1 do título do EP quer dizer que ele é uma parte de um todo: a segunda, com 6 músicas, é prometida para 2020. Na coletiva, Pabllo disse que vai chamar Ivete Sangalo para participar dessa segunda leva. Tudo!
Ouça Amor de Que:

ATUALIZAÇÃO DIA 3/11, às 17h20:
Pabllo arrasou no tapete vermelho do EMA, a premiação europeia da MTV, de Rober Dognani!!!
Chique demais:

Adorei! Rober, você arrasa!!!

Midnight Diner voltoooooou - e eu não consigo pensar em outra coisaaaa

(Mentira, até consigo, mas fiquei empolgado demais)

Você já assistiu ao Midnight Diner? A série da Netflix é MUITO legal.

Kaoru Kobayashi faz o papel do Master, o dono e cozinheiro do izakaya que aparece em todos os episódios

Kaoru Kobayashi faz o papel do Master, o dono e cozinheiro do izakaya que aparece em todos os episódios

Baseada no mangá de Yarō Abe, ela se concentra num izakaya que fica em Shinjuku, o bairro central de Tóquio, que só abre da meia noite às 7 da manhã. Por lá passam diversos tipos, e as histórias dessas pessoas vão sendo retratadas a cada episódio. O mais legal: a grande maioria das histórias tem sua conclusão no mesmo episódio, ou seja, não precisa maratonar, não te dá ansiedade de terminar, é para assistir um episódio por vez e ficar zen. Delícia!

Existem, na verdade, mais três temporadas anteriores às duas que estão disponíveis na Netflix, pelo que entendi. Nunca corri atrás - na verdade descobri isso agora - e fiquei curioso! A série também ganhou adaptações chinesa e coreana, que parece que não fizeram tanto sucesso quanto a japonesa pois só tiveram uma temporada cada.

A adaptação chinesa com Huang Lei

A adaptação chinesa com Huang Lei

A versão coreana, chamada Late Night Restaurant, com Kim Seung-woo

A versão coreana, chamada Late Night Restaurant, com Kim Seung-woo

Toda história tem um prato específico que aparece e serve como pano de fundo, então ela demonstra como a culinária japonesa do dia a dia é muito mais do que sushi. Aliás, nunca vi sushi no Midnight Diner, acho que o Master não faz!

Em pegada totalmente diferente mas que também tem a ver com comida, também estreou a nova série Café, Almoço e Jantar com o meu chef queridinho David Chang. Ele vai para lugares diferentes pelo mundo, cada vez com uma celebridade, para conhecer a comida e a cultura do local. O primeiro episódio, em Vancouver com Seth Rogen, serviu para me lembrar como acho o Rogen um tonto. Affffe. Recomendo começar pelo segundo, com a Chrissy Teigen em Marraquexe. Bem mais legal!

chrissy-teigen-david-chang.jpg

E essas são as dicas de como passar o fim de semana assistindo TV e pedindo delivery! Tchau!

Boy bands: conexão EUA-Japão

Vocês já assistiram esse doc?

O babado é certo.
Lou Pearlman foi uma das pessoas mais sinistras do showbusiness. O nome por trás de boy bands como Backstreet Boys e *NSYNC era muito controverso - além de acusações de abuso sexual, ele era o responsável por um dos maiores esquemas Ponzi da história. No doc aparecem pessoas (muitos velhinhos!) que confiaram no cara, deram dinheiro na mão dele para investimento em algo que simplesmente… não existia! É tipo o mesmo choque que você sentiu quando assistiu o doc do Fyre Festival. Vale a pena.
(E também dá uma confusão mental ver o quanto JC Chasez embarangou. Tadinho!)
O doc tem produção do próprio Lance Bass, então não espere por algo imparcial, tá?

Bom, isso leva a aquilo. Você sabia que Johnny Kitagawa morreu em julho?
Well, talvez você nem saiba quem é Johnny Kitagawa, então vos explico.

johnny-kitagawa.jpg

O misterioso empresário das boy bands de j-pop tinha um poder imensurável sobre a mídia japonesa. Escândalos sobre - olha ele aí de novo - abuso sexual simplesmente não eram noticiados pelos maiores veículos, apesar de um julgamento chegar à conclusão que sim, ele era culpado por abuso sexual de menores. Quando o grupo SMAP, que era dele, acabou, dizem que a empresa dele proibiu as emissoras de TV de contratar os ex-membros! Ele conseguia esse tipo de feitos porque era uma das pessoas mais poderosas da indústria do entretenimento.
Sua fórmula de sucesso baseia-se em o que a gente conhece como boy band hoje, mas foi pioneira - do fim da década de 1960! Lembra que eu falei de aidorus no post sobre o Babymetal? Nessa linha, Kitagawa reunia rapazes jovens que sabiam cantar e dançar - e não precisavam tocar instrumento nem nada. Formava esses grupos que faziam muito sucesso em uma escala de indústria de entretenimento. O supracitado SMAP, por exemplo, virou uma instituição: seus integrantes não apenas lançavam discos mas tinham programa de TV, atuavam também no cinema, tinham programa de rádio. Kitagawa não lançava cantores: lançava estrelas. Celebridades.

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Olha esses picumããã

SMAP é mais um produto das fórmulas que depois o k-pop aprimorou

Em algum momento, Johnny construiu o seguinte esquema: Johnny's Jr era o nome do recrutamento dos meninos, que eram escolhidos ainda novinhos. Tinha selecionado com 10 anos! Ficavam num tipo de internato, frequentando uma escola da empresa de Johnny, e treinando para virem a ser um integrante de um dos novos grupos. Tinha quem, depois de passar por isso, era dispensado. Mas quem conseguia ser lançado como grupo provavelmente estava com a vida feita: como Johnny tinha esse controle sobre a mídia, era provável que só fossem feitos artigos e coberturas favoráveis ao lançamento. Ele tinha tanta obsessão pelo controle da imagem de seus contratados que, antes de imagens de seus artistas saírem na mídia, elas precisavam passar pelo crivo da sua agência. Que tal? A revista ia dar capa para o SMAP mas mesmo assim tinha que ser uma foto criteriosamente escolhida… pelo agente do SMAP!

E o Japão é um lugar muito doido, me encanta. Outra banda do Johnny, a Hey! Say! JUMP, foi lançada em 2007. Um dos integrantes foi suspenso porque vazaram fotos dele fumando aos 14 e aos 15 anos. Ryutaro Morimoto, que em 2011 tinha 16 anos, respondeu ao escândalo (sim, foi considerado um ESCÂNDALO) que isso não era grande coisa… e parece que pegou mal mesmo. Morimoto nunca mais voltou ao Hey! Say! JUMP.

hey-say-jump.jpg

Hey! Say! JUMP

Adoro as modas

morimoto-hey-say-jump.jpeg

Ryutaro Morimoto

Fumou, saiu

Bom, eu comecei a fumar aos 15. Identifiquei-me muito!
(Parei já faz um tempo)

Todo mundo se pergunta se agora o comportamento da mídia em relação à empresa Johnny & Associates vai mudar após a morte de seu fundador. Será? Será que os membros do SMAP vão voltar a trabalhar na TV?
Quem ficou curioso sobre Kitagawa pode saber mais sobre ele nesse podcast: