O KFC fez um chapéu-balde inspirado no seu balde

É mais ou menos só isso mesmo o post…

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Tá bom, vai, vou dar mais informações.

O que é conhecido como chapéu pescador por aqui (ou chapéu do Chorão do Charlie Brown Jr - saudades) lá fora é chamado de bucket hat, ou chapéu-balde. Ele está na moda, dizem.

Aí a KFC Rússia (nem um pouco surpreso por ser na Rússia, e você?) fez uma parceria com uma marca de streetwear russa, a Мам, купи (ou Mam Cupy).
Agora sim, é isso o post.

Vai um frango?

Vai um frango?

O meu livro preferido do momento é sobre um disco

Para começo de conversa, adivinha: esqueci de mais um disco naquele post dos "10 discos que me fizeram ser quem sou hoje". É esse aqui:

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(para quem não soube, esse nem é o primeiro disco que lembrei que devia estar lá - explico sobre o disco da Evinha aqui)

A Tábua de Esmeralda foi lançado em 1974 e muita gente o considera o melhor álbum de Jorge Ben. Outros preferem o África Brasil, que eu também gosto, e tem gente que fala de outros tipo Negro é Lindo. E tem gente que junta esse com Solta o Pavão, que também fala bastante da alquimia - como se fosse uma sequência. Em comum, eles possuem uma reafirmação da negritude: é a valorização da positividade e do ser humano no geral mais o resgate e revalorização de uma mitologia negra que na verdade permeia toda a obra de Jorge. Em A Tábua de Esmeralda, cujo nove se refere a artefato lendário que conteria regras herméticas e teria sido escrito pelo próprio Hermes Trimegisto, o artista usa a figura do alquimista como um herói, um exemplo de perseverança, e em várias músicas a negritude fica mais na metáfora do que no plano concreto das palavras. Em outras, é concreta sim: como no exemplo máximo Zumbi.

Existem muitos textos por aí que especulam sobre os significados por trás de A Tábua de Esmeralda. Ele, com outros como Tim Maia e Raul Seixas, buscaram inspiração na espiritualidade para fazer suas músicas nessa época.

Perguntam: quem é o namorado da viúva? Que viúva? E a Magnólia? Estudam Hermes Trimegisto e Paracelso, que é o tal homem da gravata florida, para tentar explicar as coisas.

E aí chegamos ao livro, que é daquela coleção O Livro do Disco, e que não faz exatamente isso.

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Essa coleção tem outros títulos

É inspirada em um projeto gringo e já lançou livros sobre As Quatro Estações do Legião Urbana, Clube da Esquina e outros

Paulo da Costa e Silva não se limita ao A Tábua de Esmeralda, apesar de esmiuçá-lo bem. Ele faz toda uma trajetória para entender a época em que ele foi feito, o contexto em que se insere Jorge, o porquê de Jorge ser tão diferente dos seus contemporâneos (e ao mesmo tempo tão complementar).

Posso estar exagerando, mas aconteceu comigo: na leitura desse livrinho, que é bem pequeno mesmo, você começa a pensar sobre coisas que não esperaria, questões filosofais, as mesmas que o próprio Jorge Ben deve ter pensado na época (ou talvez pense até hoje). Foi bem intenso e interessante lê-lo.

Então, fica essa dica: leia o livro e ouça o disco.

Mas a gente sabe que a burguesia fede desde 1989, Slimane...

Aiai, lembra quando a gente amava o Hedi Slimane?
Era na longínqua primeira década dos anos 2000. Ele assinava a Dior Homme e Kate Moss, ícone fashion de mulheres, homens, cachorros, papagaios e alienígenas, decidiu usar as roupinhas da Dior Homme.
(Aliás, breve adendo: você já parou para pensar que existem seres maiores de idade hoje que talvez não tenham muita noção de quem é Kate Moss? O escândalo do uso de cocaína em capa de tablóide aconteceu em 2005 - as pessoas com 18 anos hoje tinham 4 aninhos…)

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Kate Moss de Dior Homme por Hedi Slimane

Foto de Willy Vanderperre para Another Man em 2005

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De novo, Kate de Dior Homme por Slimane

Tipo Marlene Dietrich. Foto de Mert & Marcus para Vanity Fair em 2006

Dizem que foi Raf Simons quem "reinventou” a skinny mas que Hedi Slimane que popularizou. É que o universo imagético de Slimane tinha timing: era época de Last Nite dos Strokes; era o namoro de Kate Moss com Pete Doherty; o rock americano pedia a benção de Iggy Pop e Ramones e invadia o espaço da primeira onda do britpop de Oasis e Blur. E a roupa? Paletozinhos ajustados com camiseta, jeans skinny, botinha ou Converse. Very Slimane (e se você pensar bem, também é super Zezé di Camargo). Androginia fazia parte da sua cartilha, assim como magreza extrema, o resquício da era heroin chic de maneira um pouco mais velada. Kate, de skinny e coletinho, se confirmou como ícone de estilo de toda uma época que não era muito sexy (muito osso, né? A gente gostava na época, hoje temos vontade de dar um x-burguer para a pessoa se alimentar), mas sem dúvidas tinha drogas e rock 'n’ roll.

O estilista saiu da Dior Homme em 2007 e, durante 5 anos, se dedicou a uma outra coisa que também faz com sucesso: fotografia. Sabe aquela capa de The Fame Monster? É dele. Lady Gaga é uma grande entusiasta de Hedi Slimane e não dá para culpá-la: ela era uma adolescente no auge de Kate Moss, então deve ter visto naqueles looks skinny tudo o que a gente também via, ou seja, referência de moda e estilo.

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The Fame Monster, 2009

Cabelo de Rei Kawakubo só que loiro, foto de Hedi Slimane

Então, na primeira década dos anos 2000, Slimane era o que havia de hype, de contemporâneo, de fashion.

Aí veio 2012 e as máscaras começaram a cair…
Ele entrou na então Yves Saint Laurent, tirou o Yves do nome da marca e o povo já começou a pensar: “ih, o que que esse cara tá pensando??”

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A camiseta mais pirateada da virada de 2012 para 2013

A “original", da marca What About Yves, foi parar nas lojas mais cool da época, tipo a Colette e a Maison Kitsuné, mas deu ruim: a Saint Laurent abriu processo

Mas o que mais deixou o povo ressabiado é que o tempo havia passado - e como - e Slimane parecia continuar batendo na mesma tecla. A calça era skinny, tinha o paletozinho, o clima era meio Pete Doherty. Pete Doherty was very last decade e o pessoal tentava entender. Diziam: "essa roupinha tem cara de fast fashion!” Defendiam: “é cara de fast fashion mas com uma qualidade muito maior, quem viu de perto e tocou sabe." Bem esnobe, né, do tipo "chora querida, se você não foi na loja em Paris não sei porque está dando sua opinião.”
A verdade verdadeira? Tinha qualidade muito maior mas tinha cara de fast fashion mesmo. Imprimia algo que, na visão dos especialistas (e inclusive na minha) tinha tudo para dar errado.
E não deu. As vendas aumentaram. Na época a Saint Laurent virou queridinha do grupo Kering. Você sabe, né, isso foi um pouco antes de Alessandro Michele começar a sua pequena revolução na Gucci. É, meu bem, o tempo passa voando…

Só que hoje, se você compara o que Hedi Slimane fez e o que Anthony Vaccarello vem fazendo na Saint Laurent, é nítida a diferença. Não é que Vaccarello tenha mudado tudo - pelo contrário, ele não ignorou o que Slimane fez mas foi além e deu, na minha modesta opinião, mais originalidade e espetáculo para aquilo. A androginia agora tem doses calorosas de uma sensualidade adulta, um jogo de sedução que sempre fez parte da história da maison Saint Laurent. Slimane já era sensual, mas um sensual um tanto raquítico, um tanto jovem demais a ponto da gente questionar se aquilo era… saudável.

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Saint Laurent de Slimane

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Saint Laurent de Vaccarello

E aí Slimane surpreendeu todo mundo quando assumiu a Céline no ano passado. A marca é do grupo LVMH. Em teoria, ele não saiu muito feliz do LVMH quando se desligou da Dior Homme. Mas o que é uma alma #chatyada quando o cheque é gordo, não é mesmo, meu bem?

A primeira coisa que Slimane fez foi tirar o acento do nome Celine. Começaram a surgir piadas do tipo "se o Slimane entrar na Forum vai colocar acento no nome e vai virar Fórum, né?” (essa piada eu inventei agora, é ruim, mas você entendeu o que eu quis dizer)
Quando ele fez o primeiro desfile a galera ficou pistola: a marca, que antes era superadulta sob a batuta elogiadíssima de Phoebe Philo, se rendeu mais uma vez à estética própria de Slimane. Inclusive com várias comparações espalhadas pela internet.

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Só que a temporada de fall 2019 chegou para desgraçar a cabeça. Primeiro porque Slimane estava fazendo algo diferente.
A arqui-inimiga de Slimane, a jornalista Cathy Horyn, que também não é bem quista por Gaga e por meio mundo (é sério), fez um supertexto sobre o fall 2019 da Celine. Ele basicamente diz que Slimane é esperto e sabe fazer negócio na moda, e não necessariamente o elogia enquanto um criativo. Por quê? Porque ele colocou ali na passarela uma alta dose de um estilo burguês à moda dos anos 1970 e 1980, quase que literal, o que deve atrair outra faixa de público - ou até o mesmo público seu que o acompanha, afinal todo mundo envelhece.

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Foi muito fácil, no calor da hora, a gente achar bacana Slimane mudar sua estética. Era um outro universo e é disso que a moda gosta: de mudança, de novo. Não é? No meu caso, pelo menos, é isso que gera assunto. Então ninguém se perguntou em implicações morais ou simplesmente no que significava uma marca de luxo explorar esse look e suas simbologias nessas alturas do campeonato. Em seu texto, Horyn sugere uma aproximação com o universo da Hermès, sinônimo de uma alta sociedade que tem tanto dinheiro que, adicional meu: pratica equitação.
Essa exploração de uma imagem burguesa, se referindo tanto à classe alta quanto à classe média que tem aspirações a ser classe alta e por isso se veste de acordo, me parece um tanto sombria em sua lembrança de exclusão, de clubinho onde só endinheirado entra, e principalmente: me parece muito careta. Ainda mais quando colocada lado a lado com a imagem anterior de Slimane, rock 'n’ roll, adolescentes prontos para fazer bobagem - não deixa de ser fútil, mas ao menos é mais liberada em todos os sentidos. Essa nova burguesinha de Slimane vai no cabeleireiro, no esteticista e, de imaginar um storytelling ali, ele é bem medíocre na minha modesta opiniãozinha…

É preconceito mas me diga com sinceridade: quantos livros parece que uma moça vestida assim lê por ano?

O look de saia na canela e bota, aliás, é o figurino da personagem de Molly Ringwald no filme Clube dos Cinco. Claire, a princesa mimada filhinha de papai, é rejeitada pelos colegas que estão presos no castigo com ela na biblioteca. Suas roupas são a imagem da burguesia classe média feita para o sistema, comezinha, pronta para casar com um menininho rico e fazer outra Claire.

Claire (Molly Ringwald) é a quarta da esquerda para a direita. O look podia ser Celine!

Claire (Molly Ringwald) é a quarta da esquerda para a direita. O look podia ser Celine!

Quem não assistiu ao filme: tem plot twist… Só que isso não muda o fato do que aquela roupa precisava significar naquele contexto.

É certo direcionar a energia do hype para essa coisa tão desinteressante e conservadora, mesmo que seja um simulacro com provavelmente um grau de ironia? A patricinha, que é um público alvo desejável para uma marca de moda, precisa ir na Celine e sair uniformizada? Para a direção da marca, é provável que sim. Para quem curtia o trabalho de Philo, é uma morte horrível.
Resumindo: Slimane está fazendo roupa para a cliente que compra na Ralph Lauren e, um pouco mais recentemente, na Michael Kors?
Olha, é o que parece.

Olha bem nos meus olhos e me diz se isso não parece propaganda de Ralph Lauren.

No meu mundo fashionista, isso quer dizer roupa sem imaginação, sem tempero, medíocre.
E é isso. #militei um pouquinho, né?

"Às quatro da manhã para me falar de Slimane…”

"Às quatro da manhã para me falar de Slimane…”

Buonasera Raffaella Carrà!

Você acha que o penúltimo melhor disco da Madonna é o Confessions on a Dance Floor? E o último melhor é o último mesmo, Madame X? Parabéns, você concorda com 99% dos críticos de música.
Sinceramente acho que o Rebel Heart tinha tudo para ser maravilhoso mas se perdeu na produção. A versão vazada da música que deu título ao álbum, por exemplo, é bem melhor do que a que foi lançada, meio ABBA, pop safado, bem delicioso.
Mas não é por causa disso que estou fazendo esse post, eu queria falar é do Confessions mesmo e da era disco music da Madonna.
A gente sabe que no clipe de Deeper and Deeper ela pensou em Marlene Dietrich em A Vênus Loura, que em Material Girl ela pensou em Marilyn Monroe no número Diamonds are a Girl's Best Friend de Os Homens Preferem as Loiras, Papa Don't Preach tem um arzinho de Jean Seberg em Acossado e Express Yourself tem algo, de novo, da androginia de Marlene Dietrich com o cenário de Metropolis de Fritz Lang.
Mas e Confessions, hein?

"Ah, é meio oitentaaaa… meio vídeo de ginásticaaaa… meio assim disco, né???"

Bom, você já viu o clipe de Rumore de Raffaella Carrà? Tem vários, na verdade, mas é desse aqui que eu tô falando:

Você não conhecia a Raffaella?
Ah, eu sei. Pois é, você acabou de encontrar sua nova música preferida.
Vou te dar um tempinho para você se recuperar.



Algo me diz que Madonna já conhecia Raffaella e a tinha como referência mesmo antes de Confessions. O clipe de Ray of Light tem algo desse clipe de Rumore: o chroma key, a dança meio frenética meio esquisita meio de corpo inteiro.

Mas chega de Madonna.
Raffaella começou sua carreira como atriz. Mas muito cedo também já cantava e dançava na maravilhosa TV italiana - e ficou bem famosa justamente nesse meio. Para quem não tem muita noção de TV italiana, recomendo um dia inteiro de RAI e o filme Ginger & Fred de Federico Fellini, que traz Giulietta Masina e Marcello Mastroianni como um casal que fazia cover de Ginger Rogers e Fred Astaire no passado e vão dançar como eles mais uma vez, já mais velhos, em um programa de TV.

Rumore nem é o maior hit de Raffaella. Ela é mais conhecida por músicas como Tanti Auguri (que eu acho meio farofa demais, então é bom ouvir em pequenas doses) e Far l’Amore (que está na trilha do filme A Grande Beleza de 2013). Inclusive, essa segunda é a única que foi sucesso em inglês - a versão se chama Do It Do It Again. Não chega a ter o charme de Rumore.

Depois do sucesso italiano, Raffaella mudou para Espanha. Também fez sucesso. Aí foi para Buenos Aires. Sucesso de novo. É por isso que ela é bem conhecida na Argentina e na Europa como um todo.
Em 2018, rolou uma exposição sobre os figurinos de Raffaella, colocando-a como ícone de estilo, na Itália. Veja o vídeo da Rai no link.

E uma coisa é inegável: assim como Madonna, Raffaella dança muitoooo!

Bom, se você precisa de mais motivos para gostar de Raffaella, vou enumerar alguns aqui.

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Ela sempre vota no comunista!

Revista Interview, versão espanhola, de 1977, número 55. Ela declara: "Siempre voto comunista". Tá, meu bem? Vermelhou!

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Ela escandalizou o papa antes de Madonna!

A sua dancinha Tuca Tuca, na qual o par fica pegando em partes um do outro (dá uma olhadinha no vídeo abaixo), teria deixado o papa escandalizado em seu lançamento, em 1971. Quem era o papa em 1971? Paulo 6º. Você sabe, na Itália essa coisa de papa é coisa bem séria. Bom, no Brasil também era, né?

Na passagem da turnê MDNA de 2012 por Florença, Madonna, mais uma vez ela, homenageia Carrà fazendo o Tuca Tuca durante o medley de Candy Shop e Erotica.

O babado do cropped

Diz que Raffaella foi a primeira a mostrar o umbiguinho na TV italiana. Não só isso - ela adorava mostrar o umbigo! Cropped para ela era tudo. Várias artistas também curtiam essa coisa da barriga de fora, por exemplo a Cher. Nesse vídeo abaixo tem a artista mostrando o umbigo no Milleluci, programa no qual ela dividia a apresentação com outro ícone: Mina. Existiram rumores de uma possível rivalidade nos bastidores; mas também dizem que Mina quis dar mais espaço para Raffaella. No que acreditar? Sei lá!

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Raffaella e Mina

no programa Milleluci, de 1974

A versão de Roberto e Erasmo Carlos!

Gente!!!

Uma versão de Cama e Mesa em italiano com Raffaella. O que mais queremos?
Sim, queremos mais: Raffaella cantando em português. Música de Jorge Ben, coisas assim.

E mais um vai, dela cantando o mesmo medley com Samba de uma Nota Só em italiano no começo:

Pedro Almodóvar disse que Raffaella Carrà não é uma mulher e sim um estilo

Aguardando ansioso pelo filme, amore!

É muito provável que ela tenha sido a inspiração de várias crianças viadas

Porque, afinal, imagina você criança ligar a TV em 1983 e dar de cara com isso:

A dublagem e a coreô certamente vão acontecer.
Melhor que Xuxa!

Remixadah

Para quem gosta de música eletrônica e remixes, Bob Sinclar fez umas coisinhas com as músicas de Carrà em 2011. Não gosto muito da versão de Far L’Amore, que veio na esteira do filme A Grande Beleza - se for para escolher, prefiro Forte.

Mas a original ainda é melhor, um baladão sexy cheio de climão italiano. Aliás, se alguém quiser me dar esse vinil…

Estou aceitando

Estou aceitando

Ícone gay sim

Raffaella já cantava sobre homossexualidade nos anos 1970. Lucas era o nome dele…

Um velho amigo? Ih, Lucas, onde você se meteu? Nunca vou saber…

Bom, Raffaella acabou coroada rainha do World Pride em Madri em 2017. Depois, declarou em entrevista:

Al recibirlo dije: Viva esta semana con alegría, pero las luchas no han terminado. Todavía hay que ‘hacer mucho fuego’ para romper prejuicios. Tendremos éxito. Mi frase favorita dice: ‘Puedes quitar todas las flores, pero no puedes quitar la primavera’
— Raffaella Carrà

Masturbação feminina

Antes de I Touch Myself de Divinyls; de Sexxx Dreams de Lady Gaga; de She Bop de Cyndi Lauper.
Ouve direitinho antes de achar que é uma mulher desesperada no telefone…
"Mi dedo está enrojecido de tanto marcar, se mueve solo, sobre mi cuerpo, y marca sin parar: 5-3 /5-3/ 4-5-6. Ya no vengas, que aquí no hay nada que hacer. Sin ti aprendí que hay muchas formas de poder vivir"

Rainha modesta

Veo a Madonna o a Lady Gaga y muchas veces me reconozco en ellas. La que me gusta mucho es Shakira. Me vuelve loca. Yo comencé antes, pero tengo más años y soy menos atrevida.
— Raffaella Carrá para a Vanity Fair espanhola

Essa entrevista é mara, aliás.

Para terminar, um vídeo de Raffaella… e Madonna.

É loucura minha ou a poderosa Madonna está ligeiramente nervosa?
Pode ser só viagem… mas sei lá…
Arrivederci!

Só vou respeitar esse filme do Elvis se vier com uma Lana de brinde

Está na moda: o filme do Queen foi um sucesso, o filme do Elton John foi um sucesso. Todo mundo quer surfar na onda e Kristen Stewart se pergunta todos os dias por que o filme das Runaways não foi tão bem-sucedido assim.

(sinceramente também não sei pois adoro, mas deve ter sido uma questão de timing)

Bom, quem sabe que o nome de um dos meus gatos é Elvis (na verdade Elvis Presley David Wakabara Nere) deve imaginar que sou fã do Elvis. Sou mesmo. Ele morreu antes de eu nascer mas ainda assim adoro, a ponto de ter ido no show do Ginásio do Ibirapuera Elvis Presley in Concert com músicos que trabalharam com ele e a imagem do astro no telão cantando. Hahahaha juro que foi ótimo! Já que não tem Elvis em si, né?

Então quando surgiu a notícia de que vinha aí um filme do Baz Luhrmann sobre Elvis Presley fiquei entre o encantado e o completamente irritado, porque Baz fez coisas lindas (como os vídeos da exposição da Miuccia Prada e Elsa Schiaparelli no MET e o filme Moulin Rouge!) e horrorosas (como a série The Get Down que, vamos combinar, era meio Glee demais para ser a história do começo do hip-hop).

Aí veio a notícia de quem é o protagonista. Austin Butler.

Totally not convinced com esse franguinho

Totally not convinced com esse franguinho

Conheço Butler pelo papel de, oh no, namoradinho da adolescência de Carrie Bradshaw em The Carrie Diaries - outra que teve um timing ruim assim como Runaways e foi lançada em 2013, 3 anos antes de Stranger Things e a onda de nostalgia pelos anos 1980.
Mas se você conseguiu namorar aquela chata da Carrie na sua adolescência, você não tem o meu respeito.
(agora estou me sentindo como a minha mãe, que confunde a atriz e a personagem da novela)

Ah: Butler está no elenco de Once Upon a Time in Hollywood do Quentin Tarantino. E é o namorado da Vanessa Hudgens. Ele desbancou Aaron Taylor-Johnson na disputa pelo papel de Elvis e, bem, não sei bem como ele fez isso.

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Nessa imagem Aaron Taylor-Johnson

se mostra tão confuso quanto eu sobre essa escolha de Baz Luhrmann

Mas eu tenho uma outra sugestão ainda melhor. Desconfio que não dá mais tempo, já que Butler deve ter assinado o contrato para ser anunciado oficialmente. Mas, cara, OLHA O NETO DO ELVIS.

Esse é Benjamin Storm Keough, o filho de Lisa Marie Presley com Danny Keough que atualmente tem 26 anos e é simplesmente a cópia do avô. E a Lisa Marie, você sabe, é a filha de Elvis que casou com o Michael Jackson…
A título de curiosidade: Riley Keough, a irmã de Benjamin, é atriz e maravilhosa. E o primeiro papel dela na indústria foi em… The Runaways!
Ben não é ator profissional nem nada. Mas nem precisa. Olha esse rostinho!

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Ben com a irmã Riley

Aposto que ele fala que nem o Elvis, se mexe que nem o Elvis e inclusive tem o mesmo cheiro do Elvis

A intérprete de Priscilla Presley, que vem a ser a mãe de Lisa Marie, ainda não foi confirmada. Mas está todo mundo torcendo para que seja Lana del Rey - inclusive, dizem, ela mesma. Lana já citou Elvis em várias músicas - em Body Electric ela diz que “Elvis is my daddy". Em Million Dollar Man ela cita Blue Suede Shoes dizendo “One for the money, two for the show". E ela já gravou uma música chamada Elvis em si!

Fora o fato de que Lana, com sua vibe retrô, é parecidíssima com a Priscilla.

Baz, se você negar isso para a Lana você é um monstro!!!
Tom Hanks já foi anunciado como parte do elenco: ele vai ser o Colonel Tom Parker, o superagente do Elvis, um personagem controverso, meio herói meio vilão. Aquele tempero de indicação para o Oscar paira no ar.

E termino esse post dizendo que o longa deve começar a ser filmado em 2020.
E que o meu outro gato, Mossoró, na verdade era para ser uma gata. A gente ia batizá-la de Rita Lee Na, e íamos dizer “o Elvis não larga a Rita Lee Na por nada!", "hoje o Elvis não está muito na vibe da Rita Lee Na", "putz, você viu o que o Elvis fez com a Rita Lee Na"?
Sim, a gente tem um humor bem peculiar. Mas aí Mossoró apareceu, já com esse nome, e nos conquistou. We couldn't help falling in love with him.

Olha lá, Baz, o seu tá na reta

Olha lá, Baz, o seu tá na reta