Wakabara

  • SI, COPIMILA • COMPRE MEU LIVRO
  • Podcast
  • Portfólio
  • Blog
  • Sobre
  • Links
  • Twitter
  • Instagram
  • Fale comigo
  • Newsletter
ivete-sangalo-natal.jpg

Como seria um especial de Natal da Ivete Sangalo?

December 19, 2020 by Jorge Wakabara in TV, música

É uma tradição natalina da TV… estadunidense. Estrelas da música, de Judy Garland a Mariah Carey passando por Miley Cyrus, Lady Gaga e Kacey Musgraves, já fizeram especiais de Natal. Geralmente eles trazem canções temáticas, convidados especiais e uma história boba para costurar os números musicais: exatamente o que você precisa para fingir que está prestando atenção enquanto aquele parente chato tenta puxar papo, mas não tão profundo assim para você realmente precisar prestar atenção.

No Brasil a gente tinha o especial do Roberto Carlos na Globo, que não era exatamente assim: com convidados mas geralmente sem muita história, e principalmente com o cancioneiro dele e não canções temáticas. Excepcionalmente, o especial do Rei não vai acontecer em 2020. No seu lugar, vem uma reprise de um show em Jersualém exibido em 2011 para o dia 22/12.
Não quero de maneira alguma ser agourento mas também temos que aceitar que Robertão chega aos 80 anos em 2021 e não poderemos contar com ele para sempre.

Fiquei brisando e as vozes da minha cabeça começaram a imaginar um especial de fim de ano com outra pessoa. Uma rainha. E se Ivete Sangalo fizesse um programa? E se as músicas de fato fossem natalinas?
Melhor: e se as músicas fossem natalinas… e brasileiras? Tipo um songbook de Natal legitimamente nacional?
”Isso poderia existir?” Bem… Poderia.

Tão Bom que Foi o Natal, de Chico Buarque

Essa música foi protagonista de um imbróglio. A única vez que ela foi “lançada"foi num cartão de Natal da imobiliária Clineu Rocha enviado para clientes da empresa, sem a autorização de Chico Buarque, no fim do ano de 1967. Ele processou a imobiliária e ganhou. Virou uma música bem rara, e é uma graça!

Boas Festas, de Assis Valente (aqui com os Novos Baianos)

Sou fissurado por Boas Festas, música de 1933 de Assis Valente depois lançada por muita gente – essa gravação dos Novos Baianos é um exemplo.
Boas Festas é ótima porque, como vários sambas, ela é animada mas sua letra é totalmente triste, como se o ritmo exorcizasse a melancolia. Dizem que o compositor fez a música inspirado na gravura de uma menina com os sapatinhos sobre a cama, esperando seu presente, que ele viu ao passar o Natal de 1932 sozinho.
Assis viria a cometer suicídio em 1958. Deviam fazer uma cinebiografia dele.

Canção de Esperança, de Zeca Pagodinho

Essa música é MUITO BONITA. Fico passado de não ser um hit. Para Ivete cantar no especial, sozinha ou com Zeca Pagodinho em si. Melhor ainda: com Zeca e Emicida. Chique, hein? Um dos pontos altos do especial HAHAHAHAHA

Véspera de Natal, de Adoniran Barbosa

Também é triste, mas tem um toque de humor daquele tipo que Adoniran Barbosa adorava incluir em suas canções. O Papai Noel, segundo a letra, fica entalado na chaminé. Tem até um toque malicioso: “o orifício da chaminé era pequeno"… Hahahahahahaha! A música lançada pelo próprio Adoniran em 1974.

Mais um Natal, de Daniel Falli (aqui com Mônica Salmaso)

Uma música realista, que já começa falando que por aqui o Natal é quente – literalmente. Acho muita fofa. Pode ser a música do começo do especial, para já dar o tom de Natal brasileiro, com Ivete sofrendo para chegar para a gravação, presa no trânsito, vendo as decorações estranhíssimas da cidade cheias de neve…

Presente de Natal, de Nelcy Noronha (aqui com João Gilberto)

Um pouco sexista? Sim. Mas ao mesmo tempo, acho chique se a gente tira esse trecho do contexto: “quem ganha boneca é menina, eu sei, mas eu sou menino e também ganhei”. HAHAHAHA OK, a “boneca” é uma mulher, mas alguém precisa saber? No especial da Ivete, ela pode cantar essa música com a Pabllo Vittar… Vai ser tudo! (Querer é poder!)
E não deixaria de ser uma regravação de algo do repertório do João Gilberto com Pabllo. Tudo, né???

Recadinho de Papai Noel, de Assis Valente (aqui com Carmen Miranda)

Sim, Valente tem mais uma música de Natal! Ela não virou um hit mesmo na voz de Carmen Miranda. É mais feliz, apesar do plot twist com o o homem tropeçando e se quebrando pelo chão! Acho uma graça, devia ser hit, alto potencial de single, sabe… kkkkkkk A nossa All I Want for Christmas!

Natal das Crianças, de Blecaute (aqui com a própria Ivete!)

Já tá pronta, minha gente! Blecaute, ou o General da Banda, lançou Natal das Crianças em 1955. É singela, simples, bonita. Para aquele momento do especial com um monte de criança ao redor, sabe?

Depois do Natal, de João Donato (aqui com Nana Caymmi)

Música tipo “abandonada por você", momento fossa total do Natal. Com a voz de Nana Caymmi, então, o negócio fica de se arrastar. Sou da opinião que com Ivete, também ficaria bom.

E Nasceu Jesus, de Orlandivo (ou Orlann Divo?)

Meio americanizada, animadinha, acho ótima. Criada por Orlandivo com Roberto Jorge e lançada em 1962, é Jovem Guarda mas, ao contrário de vários hits da Jovem Guarda, é uma composição original e não uma versão!

O Velhinho, de Otávio Babo Filho (aqui com Fernanda Takai)

Essa é do primo de Lamartine Babo, Otávio Babo Filho, e também é clássico brasileiro. Uma das minhas preferidas! Pode ser a da Ivete com a Anitta, né? Foi lançada na década de 1950, mas depois foi regravada até a exaustão. Otávio a compôs para um concurso de músicas natalinas e, veja que irônico, ela ficou em terceiro lugar. O primeiro? Hum, ninguém lembra HAHAHAHA! Tem quem problematize essa música, dizendo que ela não é verdadeira: Papai Noel não vem para todo mundo, não.
Mas, pensando bem, talvez a música seja um apelo para um Papai Noel mais… comunista?
Sabia que esse vermelho do look não vinha assim, do nada.

Doralinda, de Cazuza e João Donato

Outra de João Donato, essa uma parceria inusitada com Cazuza. É fofa, uma música romântica sobre dar mil presentes para a tal Doralinda. Foi lançada depois da morte do cantor, em 1991 – sabe-se que, antes de morrer, ele ficou numa fissura de compor e gravar o máximo que podia.

Natal Todo Dia, de Maurício Gaetani (aqui com Roupa Nova)

Acho meio xarope mas é a cara do Natal kkkkkkkk Estou colocando esse compromisso de imaginar um especial de Natal de Ivete Sangalo acima do meu gosto pessoal, entende?
E viva Paulinho! RIP <3 (Não é dele a voz solo dessa, e sim de Serginho)

Noel e Natalina, de Nei Lopes

OK, Deus é brasileiro, mas e se Papai Noel fosse brasileiro? Eis aí, na imaginação de um belo samba de Nei Lopes. Spoiler: Noel seria salgueirense!

Feliz Natal, Papai Noel, de Martinho da Vila

Acho chique porque Martinho da Vila, nessa música lançada em 1997, tira o foco do presente material e da falta de presentes para quem não tem dinheiro. O saco do Papai Noel, aqui, é de emoções. <3

Listinha de Natal, de Índia e Jorge Henrique (aqui com Virgínia Lane)

O que é essa versão de Virgínia Lane, né? Lançada em 1956, maravilhosa, tipo nossa Marilyn Monroe! Difícil superá-la. Sugestão de convidada para cantar uma versão dessa pérola nesse especial da Ivete: Claudia Raia.

Cartão de Natal, de Luiz Gonzaga

Que lindeza, que delicadeza, original de 1954. Ótima para Ivete. Maria Bethânia entra falando o texto do meio da música. Formou?

Natal Brasileiro (Que Natal é Esse?), de Jorge Ben

MARAVILHOSA, INDISPENSÁVEL, JORGE BEN É UM GÊNIO (não que a gente não soubesse). Se a Ivete não quiser colocar essa eu saio do projeto, sabe?

Quando o Natal Caiu numa Sexta, de Luiz Carlos da Vila

Natal é tempo de perdão <3 Muito boa! Grande Luiz Carlos da Vila!

Meu Natal, de Lupicínio Rodrigues (aqui com Jamelão)

Lançada por Jamelão em 1961, é um clássico esquecido de Natal brasileiro, talvez porque a melodia pareça bastante com a Canção do Amor Demais na minha modesta opinião. Isso não tira a sua beleza.

Meu Natal, de Ary Barroso (aqui com Francisco Alves)

Mesmo nome, outra música. Já que estamos incluindo tantos compositores clássicos de samba, acho que Ary Barroso também não pode faltar!

Papai Noel de Camiseta, de Celso Viáfora

Gravada originalmente por Ivan Lins, essa música de Celso Viáfora é bem linda e esperta, naquela mesma pegada do Papai Noel made in Brasil.

Amargo Presente, de Cartola (aqui com Beth Carvalho)

Quer falar de fossa? Taí. Nossa, Cartola… Que pesado. A Bethânia também ia gostar de participar dessa, se der tempo dela aparecer em duas…

Um Novo Tempo, de Marcos Valle

Já que estamos na Globo, né? Sim: Um Novo Tempo é de Marcos Valle com Nelson Motta e Paulo Sérgio Valle. Talvez, se a Ivete achar muito barango cantar, pode ser assim, Marcos Valle e banda tocando, bem finos, uma versão instrumental. Mas sinceramente acho um clássico: devia ser cantada, sim.

Para Não Ser Triste, de Passarinho e Lula Vieira (aqui com Rodriguinho)

Outro caso de jingle que virou clássico. Para Não Ser Triste foi feita para o Banco Nacional em 1971 e acabou sendo um hit que estava na propaganda do banco todo fim de ano. Ganhou, maldosamente, o apelido de Melô do Sexo Anal. Ouve prestando atenção na letra que você vai entender o porquê…
Acho que daria um bom encerramento de especial, de qualquer forma. Risos!

Recomendo também a inclusão da Turma da Mônica e da Estrelinha Mágica. Garantia de choro no especial da Ivete!

Recomendo também a inclusão da Turma da Mônica e da Estrelinha Mágica. Garantia de choro no especial da Ivete!

Bom, desconsiderei músicas que não falam de Natal, necessariamente, mas que poderiam se encaixar porque falam do, digamos, aniversariante. O Homem de Nazareth, de Claudio Fontana, ou Jesus Cristo, de Roberto e Erasmo Carlos, cairiam bem num especial mais cristão. Hehehehe!

Bom, ficam aí todas essas dicas gratuitas, mas por favor, Ivete, se for produzir isso: me chama, né? Me paga um salpicão, sei lá…

Quem gostou desse post pode gostar desses outros:
. Os Gadelha são uma família que está espalhada pela MPB e ninguém desconfia
. Será que esse é o setlist do primeiro show solo de Maria Bethânia?
. O dia em que Ivete Sangalo encontrou com Cher na fila A da Chanel

December 19, 2020 /Jorge Wakabara
Natal, Brasil, Roberto Carlos, Rede Globo, Ivete Sangalo, Chico Buarque, Clineu Rocha, Assis Valente, Novos Baianos, samba, Zeca Pagodinho, Emicida, Adoniran Barbosa, Papai Noel, Daniel Falli, Mônica Salmaso, Nelcy Noronha, João Gilberto, Pabllo Vittar, Carmen Miranda, Blecaute, João Donato, Nana Caymmi, Orlandivo, Roberto Jorge, Jovem Guarda, Otávio Babo Filho, Cazuza, Maurício Gaetani, Roupa Nova, Nei Lopes, Martinho da Vila, Índia, Jorge Henrique, Virgínia Lane, Luiz Gonzaga, Maria Bethânia, Jorge Ben, Luiz Carlos da Vila, Lupicínio Rodrigues, Jamelão, Ary Barroso, Francisco Alves, Celso Viáfora, Ivan Lins, Cartola, Beth Carvalho, Marcos Valle, Nelson Motta, Paulo Sérgio Valle, Passarinho, Lula Vieira, Rodriguinho, Banco Nacional, Turma da Mônica, Estrelinha Mágica, Claudio Fontana, Erasmo Carlos, cristianismo
TV, música

Pra você é Dr. Dalto

November 07, 2020 by Jorge Wakabara in música

Minha cara, pra que tantos planos?
Dalto, pra quem não sabe, é médico anestesista mas deixou de praticar a profissão quando resolver seguir a carreira de cantor e músico. Ele é filho de compositor – seu pai, o poeta Dalton Medeiros, fez Canção do Nosso Amor com Silveira, que foi gravada por bastante gente.

Mas Dalto foi por outro lugar. Nos primórdios, ele fazia parte da banda Os Lobos. Por si só, já acho a banda em si muito legal. Fanny, uma das primeiras músicas lançadas por eles (do primeiro compacto, de 1968), já é de Dalto e Cláudio Rabello, a dupla que seguiria trabalhando junta, um clássico apagado da história do pop brasileiro.

Mas o que quero mesmo é saber do lado hit maker de Dalto (quase sempre com Rabello). Então vou mostrar aqui algumas músicas que ele fez: uma na inconfundível versão dele e outras com outros intérpretes. Vem!

dalto-muito-estranho.jpg dalto-pessoa.jpg

Flash-back, de 1971, com Cláudio Rabello e Ralph Guedes

A primeira versão saiu num compacto simples com o próprio, a primeira investida numa carreira solo de Dalto. Até vendeu bem, 50 mil cópias, mas ele não quis largar a faculdade de medicina que ainda cursava. Essa versão do Neguinho da Beija-Flor é irresistível, um pop quase pagode de 1995. Mas também tem a do Ira! do disco de covers da banda de 1999, Isso É Amor.

Morena, de 1973, com Cláudio Rabello

A primeira música desse disco de estreia da Simone, veja só, era de Dalto com Rabello! Mas ainda acho que ela tem um resquício muito forte de bossa nova e MPB, longíssimo do pop deles que consagraria hits. Sei que Carmen Costa regravou em 1980 mas não consegui achar a regravação pra linkar aqui. Nesse mesmo disco da Simone ainda tem Charada, uma das raras músicas de composição solo de Dalto, e Caminho do Sol, de Dalto e Mário Jorge.

Correção: Essas músicas não são do Dalto e sim de Daltony Nóbrega. Ele assinava, na época, domo Daltom ou Daltô. Por erro de digitação, saiu Dalto.
De qualquer forma, Simone já gravou Dalto: Muito Estranho nos anos 2000 e Leão Ferido em 1995.

Bem-Te-Vi, de 1981, com Cláudio Rabello

Quem lançou primeiro foi Renato Terra, no segundo álbum dele, o homônimo Renato Terra. Terra também é compositor e Bem-Te-Vi era a única do disco que não tinha dedo dele. Virou um sucesso: Chitãozinho & Xororó regravaram em 2014 em versão banquinho e violão numa dessas coletâneas; Leandro & Leonardo regravaram antes, em 1987; e também teve a versão de Yahoo em 1996. Acho um clima tão… Beto Guedes. Não?

Leão Ferido, de 1981, com Biafra

Queria que a Bethânia tivesse regravado, mas ainda não rolou – alô, Bethânia, grave essa música!
Foi lançada no terceiro álbum do Biafra, Despertar, de 1981. Essa música é TUDO, tanto que já foi regravada por Simone em 1995, versão chiquezona do álbum Simone Bittencourt de Oliveira – tá vendo, Bethânia, tô falando que é pra gravar, cara!
Biafra já tinha colocado a voz dele numa música de Dalto: Cigana, composição com Mentor, e Coração Vadio, parceria com o próprio Biafra. Ambas foram lançadas em 1980 no álbum homônimo Biafra. “Ciganaaa, me enganaaa"!

Vinho Antigo, de 1981, com Biafra

Outra da parceria entre Dalto e Biafra que saiu no disco Despertar de 1981, depois foi regravada por Célia nesse álbum de 2010 dela, O Lado Oculto das Canções. Já falei da Célia aqui no blog, eu adoro.
E sabe quem também já gravou, em 1982? Altemar Dutra, no disco Estranho Amor. <3
É bem abolerada, bem seresta de puteiro, ou seja: MARAVILHOSA.

Relax, de 1982, com Cláudio Rabello

É uma graça, e que eu saiba ninguém regravou, só existe a versão original de Dalto lançada no disco de 1982, Muito Estranho. Tem um coro bem popzinho, bem a cara do Dalto. Deixa a canção nascer bem antes do sol!

Muito Estranho (Cuida Bem de Mim), de 1982, com Cláudio Rabello

São tantas as versões que fiquei muito na dúvida sobre qual incluir aqui. Lançado originalmente em 1982 por Dalto, o superhit talvez seja a sua música mais famosa. Essa gravação da Martinha saiu em 1986. Também teve KLB em 2000; Roberta Miranda em 1994; Ângela Maria em 2011; Fábio Jr também em 2011; Simone em 2001; Nando Reis no disco Bailão do Ruivão (Ao Vivo) de 2001. Eita! Puro creme pop. Zuza Homem de Mello já disse que ela foi a música brasileira que passou mais tempo nas paradas. Não duvido – óbvio, não duvidaria do Zuza, né?! Um dos maiores jornalistas de música que o nosso país já teve, tá doido?
A minha versão preferida é a do próprio Dalto, com a da Simone logo depois e a do Fábio Jr (pois é!) em terceiro!

Brilho Novo, de 1982, com Cláudio Rabello, Robson Jorge, Lincoln Olivetti e Ronaldo

Escondida num álbum do grande Dudu França e com uma cara de Alpha FM maravilhosa (o arranjo é de um dos compositores, o mestre Lincoln Olivetti), essa música tem um refrão chicletão. É engraçado que nem Dalto regravou, só existe essa versão do França em registro fonográfico. Esse disco tem outras músicas de Dalto e Rabello, como Pernas pro Ar. Infelizmente não encontrei link pra mostrar!

Pessoa, de 1983, com Cláudio Rabello

Talvez seja a segunda música mais conhecida do Dalto hoje, justamente por causa dessa regravação de Marina Lima para o disco O Chamado de 1993. Marina encarnou a intérprete, pegou a canção e a fez eternamente sua – tanto que muita gente acha que é composição dela, mesmo! Dalto a lançou no seu segundo álbum, Pessoa, de 1983. E depois de Marina, nunca ninguém ousou regravar!

Espelhos d’Água, de 1983, com Cláudio Rabello

Essa versão da Patrícia Marx de 1994, do álbum Ficar Com Você, é POP NA VEIA, MERMÃO. Não tem como. É perfeita. Lançada primeiro pelo Dalto no disco Pessoa de 1983, é hit irresistível de karaokê e… de outros cantores, como Preta Gil em 2003, Beto Guedes em 1998 e… Frank Aguiar em 2007. Por que não, né?
Marx gravaria outra de Dalto em 1996, no álbum Quero Mais. É a música que dá título ao disco, composição dele com Nelson Motta.

Anjo, de 1983, com Cláudio Rabello e Renato Correa

Chega perto e diz…
Eu sei, se você tem uns 45 anos pra mais, você completou a frase automaticamente com ANJOOOO.
Sucesso da trilha sonora da novela Guerra dos Sexos na interpretação do Roupa Nova, teve versão da Deborah Blando no remake de Guerra dos Sexos de 2012 e também… a de Robinson Monteiro, que tinha o apelido de Anjo no programa Raul Gil. Sim, te lembrei disso. A dele é de 2001. De nada!

Veneno, de 1983, com Cláudio Rabello… versão em espanhol & inglês de Gretchen!

Sim. Tá passada?
Eu tô!
E o pior: agora que você sabe que é do Dalto e do Rabello, você vai ouvir e vai pensar… Não é que é, mesmo?

Onde é que a Gente Vai?, de 1984, com Cláudio Rabello

Música de novela e gravada apenas por Dalto no disco homônimo Dalto, de 1984 – fica a dica pros intérpretes kkkkk É meio safadinha, bonitinha, juro que acho que tem potencial de regravação.

Calor Humano, de 1986, com Ronaldo Bastos e Beto Guedes

Participação especial de Dalto no disco de Beto Guedes de 1986, Alma de Borracha, a música foi composta por Guedes, Dalto e Ronaldo Bastos. Dalto, que é de Niterói mas que eu sempre achei muito mineiro em sua musicalidade, faz aqui a ponte concreta pra Minas. Podia ter mais!

Maçãs de Vitrine, de 1986, com Cláudio Rabello

Você quer versatilidade? Toma. Cida Moreira cantando essa composição de Dalto e Cláudio Rabello com uma interpretação toda própria, tanto que nem parece algo da dupla! Pop oitentista, but make it cabaré bretchiano.

Extravios, de 1989, com Antonio Cícero

Sim, existe essa coisa chiquíssima: uma parceria de Dalto com o poeta Antonio Cícero, interpretada pela irmã de Cícero, Marina Lima.
Coro, sax e tudo. Saiu no Próxima Parada de 1989 e depois ainda teve versão de Léo Jaime no disco bem legal dele de 1995, Todo Amor. A versão do Léo Jaime é com violãozinho, ainda mais bonita que a da Marina, menos oitentista.
Marina ainda viraria parceira de Dalto e Rabello com Notícias, lançada por ela em 2001.

Não me Deixe Mal, de 1989, com Cláudio Rabello

É bem linda essa música, não sei porque não é mais conhecida. E eu amo o título desse álbum da Zizi Possi: Estrebucha Baby! É o título da primeira faixa do lado A, dos irmãos Garfunkel. Tudo, tipo prima da Não Vale a Pena gravada por Maria Rita.

De Volta pro Interior, de 2000, com Cláudio Rabello

Sim, José Augusto.
Sim, a música dá nome para o álbum que ele lançou em 2000, com músicas sertanejas tipo Beijinho Doce e No Rancho Fundo.
Sim, é a única gravação dessa música. E juro que acho boa!

Fecha a Porta, 2001, com Cláudio Rabello

Adoro – do mesmo disco que tem Mais Um Na Multidão, o hit de Erasmo Carlos com Marisa Monte. Essa do Erasmo é a primeira versão da música, romântica como quase tudo de Dalto. Depois teve uma versão da Gil Melândia (lembra??) de 2005, boa também, uma levada… samba-canção-reggae? No mesmo disco de 2005, Gil também gravaria Notícias, aquela que a gente já comentou, de Dalto, Rabello e Marina! Bem linda.

Um Tempo de Paixão, de 2001, com Cláudio Rabello

A musicalidade, a letra: tudo que marca a dupla Dalto e Rabello taí. Por que não fez sucesso? Não faço a menor ideia. Em 2001 isso já estava meio datado? Sei que é bom demais, ainda mais cantada por Daniela Mercury. Tudo!

Lição de Amor, de 2016, com Fernando Brant

Essa é toda especial: é a última composição com letra de Fernando Brant antes dele morrer, em 2015, segundo o próprio Dalto. E ganhou registro lindo na voz de Evinha, que digo e repito: é uma das maiores vozes vivas da nossa música. Melhor: só com o piano do marido dela, Gérard Gambus. Ficou ainda mais delicada sem os eventuais sintetizadores e saxofones que estamos acostumados a ouvir nas composições de Dalto. Linda, linda.

Quem gostou desse post vai gostar desses outros:
. A disco music brasileira é patrimônio nacionaaaal!
. Cantoras brasileiras que a gente precisa enaltecer e ouvir
. Como teria sido o disco seguinte de Elis Regina se ela não tivesse morrido?

November 07, 2020 /Jorge Wakabara
Dalto, Dalton Medeiros, Silveira, Sergio Mendes, Os Lobos, Cláudio Rabello, Ralph Guedes, Neguinho da Beija-Flor, pagode, pop, Ira!, Simone, bossa nova, MPB, Carmen Costa, Mário Jorge, Renato Terra, Chitãozinho & Xororó, Leandro & Leonardo, Yahoo, Biafra, Mentor, Célia, Altemar Dutra, bolero, Martinha, KLB, Roberta Miranda, Ângela Maria, Fábio Jr, Nando Reis, Zuza Homem de Mello, Dudu França, Alpha FM, Lincoln Olivetti, Marina Lima, Patrícia Marx, Preta Gil, Beto Guedes, Frank Aguiar, Nelson Motta, Renato Correa, novela, Roupa Nova, Deborah Blando, Robinson Monteiro, Raul Gil, Gretchen, Ronaldo Bastos, Minas Gerais, Niterói, Astronauta, disco voador, cometa Halley, Cida Moreira, Antonio Cícero, sax, Léo Jaime, anos 1980, Zizi Possi, Jean Garfunkel, Paulo Garfunkel, José Augusto, Gil Melândia, Daniela Mercury, Fernando Brant, Evinha, Gérard Gambus
música

Powered by Squarespace